A segunda temporada da série estreia ainda este semestre.
A riqueza de detalhes a favor da história. Essa é uma das premissas na fotografia, cenografia e produção de arte da segunda temporada de ‘Filhos da Pátria’, que estreia em outubro. Gravada em locações externas importantes do período em que se passa a trama – a década de 1930 – a série mostra um pouco do que foi preservado na cidade do Rio de Janeiro neste período, como fachadas de prédios, calçamentos, praças, além de prédios imponentes como o Theatro Municipal, a Confeitaria Colombo, o Palácio Tiradentes e o Palácio do Catete. Equacionar as locações externas com as gravações internas em estúdio e as duas cidades cenográficas nos Estúdios da Globo — uma que reproduz o bairro da Tijuca, e outra, a região onde mora Domingos (Serjão Loroza) — exigiu um trabalho profundo dos departamentos de cenografia e produção de arte, com muita pesquisa sobre a época, além do auxílio de historiadores.
“Quisemos que os espaços enriquecessem a ação e tornassem a Família Bulhosa verossímil. Buscamos levar aos ambientes o “cheiro” da papelada das repartições públicas e o clima da cidade, criando essa atmosfera dos anos 1930, um período importante na política, em um texto cheio de humor”, afirma a cenógrafa Flavia Yared. Danielle Oliveira, responsável pela produção de arte da série, complementa: “como conceito geral, puxamos sempre para os tons mais terrosos e pasteis. Para dar a sensação de textura, utilizamos muitas camadas de cores e tramas. Ao mesmo tempo em que pesquisamos muito, ‘Filhos da Pátria’ se trata de uma série de humor, então temos a liberdade de brincar um pouco”, fala.
É neste período que se inicia a Era Industrial no Brasil e algumas inovações começam a chegar ao país: o rádio, o telefone e eletrodomésticos como a enceradeira e geladeiras mais modernas. Apesar do avanço, a casa dos Bulhosa ainda lembra as residências da década de 1920, mais escura e com muitos móveis. “Justamente para que a personagem de Maria Teresa (Fernanda Torres) olhe com deslumbramento para outros ambientes, como a loja de eletrônicos ou a casa da amiga Yolanda (Mallu Vale), que já possui elevador e cozinha moderna para a época”, adianta Flavia.
Para recriar o ambiente da repartição pública, no Catete, foram pesquisados escritórios deste mesmo período. “Não há muitas fotografias do Catete nesta época. Buscamos, então, como eram os escritórios neste período e, a partir daí, criamos a nossa visão de repartição pública da década”, detalha Flavia. Para dar a sensação de um ambiente vivo, onde os objetos são realmente utilizados, a equipe de arte confeccionou cerca de 500 pastas de couro e papel craft e mais de 400 livros cenográficos. “Essa junção de objetos e materiais proporcionam textura e vivência à cena, dando a impressão de que tudo aquilo é realmente usado”, conta Danielle.
Os jornais também têm papel importante em ‘Filhos da Pátria’ e ajudam a contar a história, com centenas de publicações em cena. “Compramos revistas da época e fizemos um processo de escaneamento e de restauração da imagem. A partir daí, imprimimos novamente essas revistas para que ficassem com cara de novas e compusemos os cenários”, explica Danielle. ‘O Jornal’ é o periódico fictício da série e, além dele, foram criados outros quatro títulos, para compor a banca de jornal de Olegário (Candido Damm). A cenografia da redação onde Foto: TV Globo/Paulo Belote(Lara Tremouroux) trabalha também foi feita à base de muita pesquisa. “Vídeos do New York e imagens do Jornal do Brasil nos ajudaram a compor a redação, com máquinas de escrever e telefones da época, que compramos em antiquários e restauramos. Reproduzimos também recortes e as provas de jornais, que dão a vivência àquela redação”, diz.
‘Filhos da Pátria’ é escrita e criada por Bruno Mazzeo, tem direção artística de Felipe Joffily e direção geral de Henrique Sauer. A segunda temporada da série estreia ainda este semestre.