Trocas na direção e no elenco, cronologia duvidosa e prêmios.
Quando foi ao ar originalmente, entre 2004 e 2005, Senhora do Destino passou a figurar numa categoria especial da história da teledramaturgia no Brasil. Junto de novelas como Selva de Pedra (1972) e Roque Santeiro (1985), a trama escrita por Aguinaldo Silva é considerada um fenômeno de repercussão, além da audiência recorde.
Em sua segunda exibição no Vale a Pena Ver de Novo, a novela faz sucesso antes mesmo da entrada dos atores que tornaram inesquecíveis personagens como Maria do Carmo, Nazaré e Giovanni Improtta.
OPTV separou curiosidades sobre Senhora do Destino - algumas delas reveladas pelo próprio autor.
Direção
Luiz Fernando Carvalho era a primeira opção da Globo para dirigir Senhora do Destino, mas não se interessou pelo projeto. Jayme Monjardim foi cotado em seguida, mas já estava comprometido com Glória Perez para a sucessora no horário, América (2005). Wolf Maya assumiu a direção, em sua primeira parceria com Aguinaldo Silva. A dupla ainda realizou Duas Caras (2007), Cinquentinha (2009), Lara com Z (2011) e Fina Estampa (2011).
Título
Aguinaldo Silva queria que sua história se chamasse Dinastia, em razão da família Ferreira da Silva. Como o título já estava registrado, Dona do Destino e Senhora do Destino entraram no páreo, sendo o segundo o favorito de Aguinaldo e Wolf. Uma terceira opção - Destino - foi escolhida, antes da confirmação de Senhora do Destino.
Trocas no elenco
Regina Duarte e Susana Vieira seriam Maria do Carmo e Nazaré, retomando os embates de Por Amor (1997) e Chiquinha Gonzaga (1999). Como Regina demorou a aceitar o convite, após pedir que Gabriela Duarte interpretasse Lindalva/Isabel, papel já destinado à Carolina Dieckmanm, Wolf sugeriu que Susana ficasse com a protagonista e Renata Sorrah com a vilã. Um dia depois, Regina aceitou fazer a novela sem sua filha na vida real, mas já era tarde. Anos depois, em entrevista nos bastidores do programa da Xuxa, a estrela revelou: "Gostaria de ter feito um papel que foi da Susana, que foi a Maria do Carmo de Senhora do Destino, uma novela que eu gostaria de ter feito. Um personagem maravilhoso, cheio de possibilidades".
Abertura
O elenco dividia espaço com 800 anônimos na abertura criada por Hans Donner e sua equipe. Enquanto as estrelas da novela são destacadas, Aguinaldo Silva aparece como os desconhecidos, em preto e branco.
Cronologia duvidosa
Ao escolher situar sua novela em 1968, Aguinaldo confundiu o público na segunda fase. Apesar de conter elementos da década de 1990, carros, celulares e figurinos indicavam se tratar de uma trama contemporânea. Por fim, o autor acabou escrevendo uma novela atemporal.
Reconhecimento
Senhora do Destino foi o grande destaque nas principais premiações nacionais do período. Além de ser escolhida melhor novela, o sucesso também rendeu troféus em outras categorias. Renata Sorrah e José Wilker foram eleitos melhor atriz e melhor ator no Troféu Imprensa e no Prêmio Contigo. Nazaré ainda rendeu um APCA para Sorrah. Susana Vieira foi escolhida melhor atriz no prêmio Extra e no troféu Melhores do Ano, em votações populares. Marcello Antony e Leandra Leal levaram os troféus nas categorias de coadjuvantes do prêmio do Faustão. Leandra também foi eleita melhor atriz coadjuvante no prêmio Contigo, que premiou Raul Cortez na versão masculina da categoria. Aguinaldo e Wolf foram eleitos autor e diretor do ano na premiação da revista.