A nova versão da novela, com data de estreia programada para o dia 31 de março, é escrita por Manuela Dias.
O remake de "Vale Tudo" já está gerando grande expectativa, e as declarações do diretor artístico Paulo Silvestrini - em entrevista ao jornal O Globo - mostram o cuidado em equilibrar a preservação da essência do clássico com atualizações que dialoguem com os tempos modernos. Aqui estão alguns dos pontos mais interessantes do bate-papo com o profissional e da produção:
1) Atualização de temas delicados: A abordagem sobre alcoolismo, agora tratada com a palavra "alcoolista", e o cuidado em não romantizar ou tornar cômico o sofrimento da Heleninha são mudanças significativas. Isso demonstra a intenção de tratar questões sensíveis com maior empatia e entendimento contemporâneo.
"A Paolla Oliveira fez uma leitura de Heleninha arrebatadora, que me emocionou. Foi uma decisão unânime. A Heleninha que ela construiu é de uma dimensão infinita, com profundas camadas de humanidade e sensibilidade. Tem mistério e sentimentos muito delicados e ao mesmo tempo tão potentes quanto a a personagem é capaz de oferecer.", explica o diretor.
2) Elenco pensado estrategicamente: A escolha de nomes como Paolla Oliveira, Débora Bloch, Taís Araújo e Bella Campos reflete um equilíbrio entre experiência e frescor. O entusiasmo do diretor sobre as interpretações reforça a expectativa de atuações marcantes, especialmente em papéis icônicos como Heleninha e Maria de Fátima.
"Penso em escalação como um mosaico. Cada peça tem sua forma e determina como o todo vai se dar. Sobre todos os personagens houve um esforço de acomodação das nossas expectativas e das que a gente entende que são do público. Eu e Manu (Manuela Dias, autora) discutimos tudo exaustivamente. Todos são importantes e marcantes. Não dá para errar. O difícil era escalar a novela, e não alguém em particular."
3) Conceito visual sofisticado: A ideia de explorar o "quiet luxury" no núcleo dos ricos, com foco em discrição e exclusividade, traz uma leitura moderna do luxo. Essa visão complementa o contraste com o bairro de Vila Isabel, que promete ser o centro da rede de afeto e poesia da trama.
"Hoje a gente tem muito acesso aos ricos. Eles estão nas redes sociais, divulgando seu modo de existência. Eu queria falar dos ricos que não desejam ser vistos. Então, a gente ancorou a visualidade dos personagens no conceito de quiet luxury, da roupa que não exibe a etiqueta. Criamos na cenografia e nas locações desse grupo uma distância em relação ao resto da cidade, com ambientes exclusivos. A mansão da Celina (Malu Galli) é no alto, assim como o prédio da TCA, que, não por acaso, é uma empresa de aviação. Essas pessoas estão sempre no ar, nunca com o pé muito no chão."
4) Ausência do elenco original: A decisão de não trazer atores da versão de 1988 para o remake reforça o compromisso de criar uma obra com identidade própria, sem depender da nostalgia como muleta.
5) Reflexão sobre política e ética: O tom da novela promete provocar debates relevantes sem tomar lados explicitamente, mas sim explorando dilemas éticos e morais que continuam universais. Essa abordagem é crucial em um contexto de polarização.
A nova versão de "Vale Tudo", com data de estreia programada para o dia 31 de março, é escrita por Manuela Dias, com colaboração de Aline Maia, Claudia Gomes, Márcio Haiduck, Pedro Barros e Sérgio Marques, baseada na obra de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. A direção artística é de Paulo Silvestrini, direção geral de Cristiano Marques, direção de Isabella Teixeira, Augusto Freitas e Matheus Senra. A produção é de Luciana Monteiro, a produção executiva de Lucas Zardo e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.