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Regina Casé confessa que sofreu muito com as vilanias de Zoé em "Todas as Flores"

A atriz celebra a exibição da trama na TV aberta.

por Redação, em 02/09/2023

Zoé (Regina Casé) em cena de Todas as Flores. Foto: Reprodução/TV Globo

Uma mulher capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer, mas que é atravessada pelas surpresas que a maternidade pode apresentar. A partir do dia 4, de segunda a sexta-feira, após "Terra e Paixão", o público da TV Globo acompanha as vilanias e armadilhas criadas por Zoé (Regina Casé). Ela é mãe de Vanessa (Letícia Colin), sua fiel escudeira, com quem traça os mais duvidosos planos para manter a boa condição financeira que conseguiu alcançar. Só que tudo se torna uma preocupação na vida das duas quando Vanessa é diagnosticada com leucemia e precisa de um doador de medula compatível para se salvar. Sem pensar duas vezes, Zoé recorre a um trunfo guardado há mais de 20 anos: Maíra (Sophie Charlotte), a filha que não viu crescer.
 
Quando "Todas as Flores" começa, Zoé está na porta de Maíra fingindo arrependimento por tê-la abandonado ainda bebê. Tudo não passa de uma forma de sensibilizar a jovem para que ela doe a medula e ajude Vanessa. O plano dá certo. Zoé só não espera encontrar em Maíra uma doçura e altruísmo admiráveis, capazes de despertar os lados mais afetuosos de sua maternidade. “É muito fácil você embarcar naquela vilã com cara de malvada e que tem o tempo todo a mesma conduta. Já eu me surpreendia nas cenas”, entrega Regina Casé ao falar sobre as nuances de sua personagem.
 
Também nos primeiros capítulos da novela, exibidos a partir de segunda-feira, Maíra, já morando no Rio de Janeiro com a mãe, consegue um emprego como perfumista na Rhodes & Co. Tailleur. Lá conhece Rafael (Humberto Carrão), por quem se encanta imediatamente sem saber que se trata do namorado de sua irmã. E na saída de uma das festas da empresa, Olavo (André Loddi), genro de Luis Felipe (Cassio Gabus Mendes), acaba provocando um grave acidente de carro com uma vítima fatal. Para livrar sua barra, Luis Felipe oferece a Diego (Nicolas Prattes) um alto valor em dinheiro para que ele assuma a culpa pelo atropelamento. O rapaz aceita, vendo na oferta uma chance de proporcionar melhores condições para sua família, mas termina preso.
 
A seguir, confira entrevista completa com a atriz Regina Casé.
 
"Todas as Flores" chega à TV Globo no dia 4 de setembro, e será mais uma oportunidade de o grande público conhecer a Zoé, sua primeira vilã. Como está a sua expectativa?

Eu estou superfeliz com esta exibição na TV aberta porque sou uma artista que sempre teve a ambição, a utopia e a vontade de falar com todo mundo. Me surpreendeu o resultado da novela já no streaming. Muito mais gente do que eu imaginava assistiu. Acho que isso serviu como uma grande propaganda e um boca a boca para esta exibição na TV Globo (risos). Muita gente me diz: “Soube que "Todas as Flores" está indo para a TV Aberta; vou assistir de tanto que ouvi falar, todo mundo adorou”. E eu acho que vai ser muito, muito legal mesmo. Também vai ser muito legal o público que me viu em trabalhos como o "Esquenta", em "Amor de Mãe", me ver fazendo uma vilã em "Todas as Flores".  
 
Que traços ou aspectos da trajetória de Zoé mais te marcaram e você acredita que merecem a atenção de quem vai assistir à novela?

Eu gosto da complexidade dela. A Zoé não é linear. Muita gente, no começo, dizia que não sabia nem apontar se ela era má ou boa, e eu acho isso muito bom. Ela se surpreende com a filha que ela não criou, com quem não conviveu, e isso a humaniza. Em muitas tramas isso acontece no final, há uma humanização ou uma redenção do vilão ou da vilã. No caso da Zoé, como ela encontra com essa filha logo no primeiro capítulo, ela divide o lado da vilania com o lado “mãezona” do início ao fim, é algo que o tempo todo está em conflito com ela, até o último capítulo.
 
Zoé ocupa o lugar de vilã, mas a relação de maternidade dela com Vanessa e Maíra, em alguns momentos da trama, também revela um lado mais sensível da personagem. Enquanto intérprete, quais foram seus desafios no processo de construção da Zoé?

Foi muito difícil, talvez o trabalho mais difícil que eu já tenha feito. É muito fácil você embarcar naquela vilã com cara de malvada e que tem o tempo todo a mesma conduta. Já eu me surpreendia nas cenas. Foi maravilhoso contracenar com a Letícia Colin e com a Sophie Charlotte, que de alguma maneira viraram minhas filhas mesmo. Eu me emocionava de verdade. Algumas cenas foram muito difíceis. Sem dar muito spoiler, apesar de estar no Globoplay, mas entregar o filho da Maíra na instituição [de tráfico humano] foi muito difícil. Eu estava tão apegada ao bebezinho que participava das cenas, era como uma relação de avó com ele... Eu sabia que a personagem tinha que fazer aquilo, mas eu, Regina, sofri muito. Em muitas cenas fiquei dividida de verdade.
 
Quais foram as contribuições mais importantes deste trabalho em sua carreira?

Antes de mais nada, o convívio com um elenco que parecia um grupo de teatro. Fábio Assunção, Humberto Carrão, Letícia Colin, Sophie Charlotte – esse meu núcleo, com quem eu gravava quase todo dia – e eu desenvolvemos um compromisso com a novela, uma vontade de acertar, um cuidado com assuntos tão importantes. Houve um movimento muito bonito tanto para isso quanto para encontrarmos o equilíbrio e as nuances de cada personagem e a relação entre eles. Nos encontrávamos nas casas uns dos outros, ensaiávamos, chegávamos mais cedo aos Estúdios Globo para estudar. Isso foi muito rico! Isso nem sempre acontece, nem sempre é possível, nem sempre existe esse encontro entre os atores, mas nesse caso houve. E foi muito intenso, muito profundo. Eu sou muito grata a todos esses colegas. Foi um sonho trabalhar com Fábio pela primeira vez, ele me ajudou muito. As meninas também. Com o Humberto eu já tinha trabalhado, tínhamos um vínculo maravilhoso desde "Amor de Mãe". Da novela, o que eu levo de mais precioso – e a que eu atribuo o sucesso e a surpresa das pessoas – foi esse elenco comprometido, querendo muito acertar. Isso aparece no resultado do produto.
 
"Todas as Flores" é criada e escrita por João Emanuel Carneiro com direção artística de Carlos Araujo. A novela Original Globoplay é escrita com Vincent Villari, Eliane Garcia e Daisy Chaves. A direção é de Luiz Antonio Pilar, Carla Bohler, Fellipe Barbosa, Guilherme Azevedo e Oscar Francisco. A produção é de Betina Paulon e Gustavo Rebelo e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. A estreia na TV Globo está prevista para 4 de setembro, indo ao ar de segunda a sexta-feira, logo após "Terra e Paixão".


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