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Rainer Cadete e Dida Camero comentam volta de "Verdades Secretas"

A trama será reprisada a partir do dia 24 de agosto.

por Redação, em 20/08/2021

Foto: TV Globo/Estevam Avellar

Uma relação de amor e ódio, permeada por constantes trocas de farpas e diálogos afiados, divertiu os espectadores de 
'Verdades Secretas'. Rainer Cadete e Dida Camero, intérpretes de Visky e Lurdeca, acreditam que a intimidade que estabeleceram em cena ajudou no sucesso da dupla que agitava o dia a dia da agência de Fanny (Marieta Severo). "A Dida é do teatro, assim como eu, então a sensação da parceria no set é a mesma da coxia do teatro, que é muito gostosa. 

Fazemos muita piada, nos divertimos muito e na hora de gravar a gente consegue se concentrar e fazer a cena mesmo morrendo de rir minutos antes do ação, sabe? A Dida foi uma grande surpresa e grande presente que 'Verdades Secretas' me deu. Ela se tornou minha amiga pessoal durante a novela e até hoje nunca deixamos de nos encontrar", conta Rainer. " Foi amor à primeira vista, e com certeza isso ajudou muito nossa parceria em cena", completa Dida.

Na trama de Walcyr Carrasco, de volta à grade da TV Globo a partir da próxima terça-feira, dia 24, Visky é o booker da agência e Lurdeca trabalha na contabilidade. Um sempre tenta interferir no trabalho do outro e disputam a atenção da chefe. São pessoas solitárias, carentes de afeto, e, de tanta convivência, surgem momentos em que eles irão afogar as mágoas juntos. Os atores estão felizes com o retorno da trama que marcou com intensidade suas carreiras. "Estou muito feliz. 'Verdades' foi um divisor de águas na minha carreira e um marco na teledramaturgia. Saber que ela vai ser reexibida depois desses anos todos foi ótimo e vai ser um excelente esquenta para 'Verdades Secretas 2'. Durante todos esses últimos anos não tem um dia que alguém não poste algo do Visky e me marque nas redes sociais. As pessoas continuaram assistindo no Globoplay e agora novamente na TV aberta vai alcançar muito mais pessoas. É legal vibrar junto com o país, com a galera, acompanhar dia a dia a repercussão das cenas. Vai ser uma delícia", comemora Rainer. 

Dida diz que nunca teve tanto contato com o público quanto na época da exibição original de 'Verdades Secretas' e que vai assistir a trama novamente. "A novela foi muito inovadora, diferente de tudo que já havia sido feito. Não sou de ficar vendo cenas pela internet, mas com certeza vou assistir a reprise, estou ansiosa", conta. Em entrevista, os atores relembram mais sobre o trabalho na trama, os bastidores, e a parceria em cena.

'Verdades Secretas' é escrita por Walcyr Carrasco, com direção de núcleo de Mauro Mendonça Filho e direção geral de André Felipe Binder, Natália Grimberg e Mauro Mendonça Filho, direção de Allan Fiterman, Mariana Richard e André Barros. A obra vai ao ar a partir do próximo dia 24, às segundas após ‘Império’; às terças depois de ‘The Masked Singer Brasil’; às quintas na sequência de ‘Sob Pressão’; e às sextas após ‘Globo Repórter’.

ENTREVISTA COM RAINER CADETE

Você e Dida Camero fizeram uma dupla e tanto. Como era a parceria no set?

A Dida é do teatro, assim como eu, então a sensação do set, da parceria no set, é a mesma da coxia do teatro, que é muito gostosa. Fazemos muita piada, nos divertimos muito e na hora de gravar a gente consegue se concentrar e fazer a cena mesmo morrendo de rir minutos antes do ação, sabe? A Dida foi uma grande surpresa e grande presente que 'Verdades Secretas' me deu. Ela se tornou minha amiga pessoal durante a novela e depois, quando acabou, viajamos juntos com meu filho Pedro para a Chapada dos Veadeiros. Foram dias incríveis! Depois viajamos outras vezes e nunca deixamos de nos encontrar.

Seu personagem também estava sempre ao lado de Fanny, interpretada por Marieta Severo. Como era contracenar com ela?
Me senti zerando na vida. Toda vez que eu ia encontrar e contracenar com ela a sensação era essa. Para mim ela é uma das maiores atrizes do mundo, eu a admiro muito. Assim que cheguei no Rio aos 18 anos fui assisti-la com a Andrea Beltrão no espetáculo “As Centenárias”, no teatro delas, o Teatro Poeira. Desde então elas se tornaram uma referência para mim, do que eu gostaria de ser quando crescesse. E apesar da gente sempre criar expectativas e elas gerarem frustrações, nesse caso foi o contrário. Eu tinha todas as expectativas do mundo, só que ela superou porque Marieta é uma pessoa incrível, sensível, engraçada, parceira, acessível, me ensinou tanta coisa, desde como separar o texto para estudar, até como lidar mesmo com todo mundo no set, mantendo a paz, a felicidade e o astral pra poder criar. Contracenar com a Marieta é jogar o jogo das artes cênicas no mais alto nível possível. Ela dá uma credibilidade e uma sensação de estar fazendo um trabalho muito bom, com muita qualidade.

O que você sentiu quando soube que 'Verdades Secretas' voltaria a ser exibida na TV Globo?

Achei sensacional, estou muito feliz. 'Verdades' foi um divisor de águas na minha carreira e um marco na teledramaturgia. Saber que ela vai ser reprisada depois desses anos todos foi ótimo e vai ser um excelente esquenta para 'Verdades Secretas 2'. Vai ficar bem fresquinho na memória de todo mundo. Durante todos esses últimos anos não tem um dia que alguém não poste algo do Visky e me marque nas redes sociais. As pessoas continuaram assistindo no Globoplay e agora novamente na TV aberta vai alcançar muito mais pessoas. É legal vibrar junto com o país, com a galera, acompanhar dia a dia a repercussão das cenas. Vai ser uma delícia.

Como você descreveria seu personagem e como foi o processo de construção dele?

O Visky é o cara mais livre que eu já conheci na minha vida. Ele me ensinou muito sobre liberdade e o processo de preparação foi muito intenso. Na época eu emagreci mais de 10 quilos, viajei para a Espanha, fiquei três meses estudando com o Coraza, que é o coach do Javier Bardem, já com o salto no bolso pro Visky. Quando voltei fiz aula de passarela, de Stiletto, que é uma dança com salto alto, fiz aulas com fonoaudiólogo, mergulhei no universo Lgbtqia+, toda a representatividade que esse personagem trazia, esse corpo político ocupando o espaço e mostrando para as pessoas que elas podem ser livres também e ocuparem os espaços sendo o que são, da maneira que bem entenderem, desde que não prejudiquem os outros. Foi um processo muito intenso e a sensação que eu tenho hoje é do Visky ser um personagem e uma persona minha também.

Como o Visky marcou a sua carreira?

Foi um momento em que colocaram uma lupa de aumento no meu trabalho e perceberam que sou um ator de construção, um trabalho que eu realizo há muitos anos no teatro de fazer vários personagens diferentes de mim. Com o Visky tive a oportunidade de fazer na televisão também. Era muito interessante porque muitas pessoas, desde colegas que já trabalharam comigo até fãs e pessoas que já acompanhavam o meu trabalho ficavam impressionados, achando que era outro ator e não o mesmo que tinha feito outros trabalhos, como o Dr. Rafael de 'Amor à Vida' por exemplo. Eu escutava todos os dias: “Nossa, não acreditei que era o mesmo ator”, “Como está diferente!”. Foi muito bacana, além de eu também ter recebido vários prêmios no final de 'Verdades Secretas'. Todos os prêmios para os quais fui indicado eu ganhei para ator coadjuvante. Foi um momento muito especial e marcante na minha carreira.

Como foi o convite para fazer parte do elenco de 'Verdades Secretas'?

Eu tinha acabado de fazer ‘Amor à Vida’ e entrar em cartaz com a peça “Quem Ri Por Último Ri Melhor” com direção de Cininha de Paula e texto do Artur Xexéo. Walcyr Carrasco foi assistir e no final do espetáculo me convidou pra fazer o Visky. Já me contou um pouco como seria o personagem, que ele seria professor de salto de passarela, seria booker de uma agencia. Fiquei muito feliz e comecei a estudar no dia seguinte.

Qual a principal lembrança que você tem do período de gravação?

Lembro muito mais do período de preparação do que do de gravação. A gente ficou três meses estudando com o Eduardo Milewicz e com o Sergio Penna, de segunda a sábado, o dia inteiro. Foi bem intenso. Foi interessante porque descobri muitos caminhos que eu não sabia existir dentro de mim que me possibilitaram fazer o Visky. Nas gravações lembro que fui muito feliz sendo o Visky, de estar com o senso de humor mais afiado, de falar coisas engraçadas mais do que o normal, de escutar diariamente o tanto que eu estava diferente de mim. As lembranças dos desfiles, do primeiro desfile com o Fuerza Bruta, que foi sensacional. Das cenas que eu tinha com a Dida, com a Camila Queiroz, com a Marieta e a Drica Moraes, uma atriz sensacional. Tive poucas cenas com a Drica, mas foram inesquecíveis.

A trama aborda um mundo de aparências, fala sobre poder, dinheiro, entre outros temas. Qual a importância de trazer à tona tantas questões em uma trama?

É muito importante iluminar pontos escuros e acho que a arte, mesmo a de entretenimento, pode sim iluminar pontos pouco discutidos na sociedade e fazer com que a gente desenvolva esse diálogo, essa reflexão e essa transformação que a arte se propõe a contribuir. Por isso é muito importante trazer assuntos como esses e questionar essa nossa sociedade hipócrita, que tem um abismo entre o ser, parecer ser e querer ser. Então acho muito bacana participar de uma obra que traz tantas questões à tona.

O público o abordava muito nas ruas por conta da trama quando ela foi exibida originalmente?

Muito, nunca fui tão assediado pelo público na minha vida. Era um assédio visceral, foi realmente uma comoção muito grande. Nunca vivi nada parecido. Na Globo mesmo alguns atores que não me conheciam e nem me notavam de repente estavam falando que eram meus fãs. Foi muito especial.

A trama fez muito sucesso em 2015. A que você atribui o sucesso da história, e como acha que será a recepção do público agora?

A trama fez muito sucesso mesmo, acho que devido ao tema que ela trouxe. Ao excelente texto do Walcyr Carrasco, à brilhante direção do Mauro Mendonça Filho e de toda equipe e atores que participaram, foi tudo muito excelente. Aqueles encontros onde tudo funciona, tudo dá certo. Acho que por isso foi tão impactante a história e acredito que vai ser igual a recepção do público nessa reexibição. Eu estou nervoso para essa estreia, como fiquei na primeira vez, e na expectativa de que o público curta. Assisto de vez em quando no Globoplay, sempre me marcam em cenas de 'Verdades' e a sensação que tenho é de que não é datado. Não é um produto que vai ficar antigo. É atemporal, tamanha a qualidade dele.

Você pretende assistir novamente à trama? É muito autocrítico ao rever um trabalho antigo?

Com certeza absoluta. Sou completamente autocrítico o tempo inteiro, mas também com a maturidade estou sabendo me acolher e gostar da minha história, do que eu fiz e das escolhas que me trouxeram até aqui.

Quais são seus novos projetos?

Estou estreando dois filmes agora no segundo semestre, nos dois eu vivo um policial. Um deles é 'Intervenção', em que faço o Caio, que é um youtuber, além de um policial da UPP. Ele divide com a internet o dia a dia das UPPs. Também sou coprodutor desse filme. O outro é 'Virando a Mesa'. Eu faço o Jonas, um policial civil que é expert no pôquer e acaba se envolvendo com o mundo clandestino dos jogos em uma missão especial. É um filme bem 'tarantinesco', meu primeiro protagonista no cinema. Também estou fazendo um álbum musical com o ator, cantor e palhaço Renato Luciano. Estamos gravando um clipe com a direção da Duda Maia e direção de fotografia do Fabricio Tadeu, são pessoas superbacanas que admiro muito e nesse segundo semestre pretendo lançar o clipe com o single e depois um EP com oito músicas.

ENTREVISTA COM DIDA CAMERO

Você e Rainer Cadete fizeram uma dupla e tanto. Como era a parceria no set?

Eu conheci o Rainer nesse trabalho e foi amor à primeira vista. Com certeza isso ajudou muito nossa parceria em cena.
Sua personagem também estava sempre perto de Fanny, interpretada por Marieta Severo. Como era contracenar com ela?
Além de ser uma atriz maravilhosa, a Marieta é também muito generosa, em cena e na vida.

Como a Lurdeca marcou a sua carreira?

Acho que a novela marcou muito para todos que estiveram envolvidos. Foi além da personagem, foi um marco.

Qual a principal lembrança que você tem do período de gravação?

Risadas, muitas risadas. Eu rio muito com o Rainer.

Qual foi o principal desafio desse trabalho?

Para mim o principal desafio é a escuta. Sempre, em qualquer trabalho. Quando eu cheguei para a primeira leitura de 'Verdades Secretas' estava com outra ideia na cabeça, mas o Maurinho (Mauro Mendonça Filho), apontou em outra direção. E foi ótimo. No segundo encontro Lurdeca chegou pronta, exatamente na direção que ele tinha apontado. É muito bom quando você consegue entender, escutar a direção.

A trama aborda um mundo de aparências, fala sobre poder, dinheiro, entre outros temas. Qual a importância de trazer à tona tantas questões em uma trama?

Quando retratamos a realidade é uma oportunidade de repensarmos alguns valores.

O público a abordava muito nas ruas por conta da trama quando ela foi exibida originalmente?

Muito, o que era estranho para mim, pois venho do teatro, e a relação com público é bem diferente. Mas era uma abordagem muito carinhosa, apesar da personagem ser mal-humorada, ela era também muito divertida.

A trama fez muito sucesso em 2015. A que você atribui o sucesso da história?

A novela foi muito inovadora, diferente de tudo que já havia sido feito. Acredito que essa seja a principal razão do sucesso.

Você pretende assistir novamente à trama?

Eu não sou de ficar vendo cenas pela internet, mas com certeza vou assistir a reprise.

Quais são seus novos projetos?

Gostaria muito de voltar ao teatro, tenho um projeto lindo com o Caio Scott de uma peça que fizemos no Teatro Poeira no Rio de Janeiro, 'Como Se Um Trem Passasse', e iríamos para São Paulo, mas tudo ficou suspenso por conta da pandemia e ainda não sabemos quando poderemos voltar presencialmente de forma segura. Esse mês estreia o filme 'O Silêncio da Chuva', com direção de Daniel Filho, que participei e também uma série chamada 'Ringue', no Canal Brasil.

Com informações da Comunicação Globo


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