Ator viveu um cineasta judeu na novela de Benedito Ruy Barbosa que chega nesta segunda-feira ao Globoplay.
Como todo brasileiro da geração de Paulo, que hoje está com 60 anos, as novelas fizeram parte da sua formação cultural. Poder ver de perto o trabalho de mais de 500 pessoas envolvidas com a produção de uma trama, na Rede Globo, foi emocionante para ele. “Os profissionais se desdobravam para levar um novo capítulo ao ar. Isso me fez admirá-los ainda mais.”
O intérprete do hit "Olhar 43" levou com ele muitas histórias de bastidores. Mas uma em especial o marcou:
“Benedito Ruy Barbosa estava passando por uma série de problemas e, de repente, com o trem em movimento, a novela passou para as mãos igualmente competentes de Walcyr Carrasco. Era a minha primeira novela, então achei tudo normal. Eu ficava tenso quando tinha que contracenar com aqueles monstros sagrados. Numa cena no cabaré certa vez, eu estava na mesma mesa que Raul Cortez, Paulo Goulart e meu pai na trama, o meu querido John Herbert, e pensei: ‘Daqui a pouco o diretor vai gritar, quem é aquele bicão (risadas)".
Mesmo não tendo tempo de ter aulas de dramaturgia para atuar em “Esperança”, o desempenho de Paulo Ricardo foi muito elogiado na época, o que o deixou ainda mais animado a, quem sabe, enveredar também na carreira de ator:
“Como sempre, Luiz Fernando Carvalho foi genial e me fez compreender que meu personagem não era assim tão diferente de mim e logo percebi que tinha muita facilidade para decorar os textos, sendo elogiado pelos colegas e até mesmo pela imprensa, que chegou a me comparar ao grande e querido Antonio Fagundes (Giuliano). Algo que provavelmente eu trouxe dos meus muitos anos decorando letras de músicas. Raramente repetia uma cena.”