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Para ex-diretora da Globo, drama do humor passa pela não renovação 

Cininha de Paula dirigiu por muito tempo os programas do seu tio Chico Anysio

por Micael Constantino, em 01/02/2023

Para ex-diretora da Globo, drama do humor passa pela não renovação 

A diretora Cininha de Paula falou com a coluna do jornalista Flavio Ricco , do R7, sobre o momento do humor na TV Globo e apontou alguns prováveis motivos para o sucateamento: “...talvez a ausência de apostas em novos nomes...”.

De fato, o problema todo passa também por aí. E, muito disso pela preocupação que nunca houve em realizar um trabalho de renovação à altura.

Um descaso tamanho, que fica até difícil saber quem foi a última grande revelação.

Ah, mas e o pessoal da internet, do YouTube? Sim, cadê esse pessoal? E qual a sua relevância, em um universo que já teve Chico Anysio, Jô Soares, Costinha, Golias e tantos outros?

Cininha lembrou, ainda, e com propriedade que “o humor não vive só do factual”. “Tem assuntos e personagens que são existentes há séculos. Só muda a época e o figurino.”

No seu entendimento o descompromisso com o riso, na Globo e em todos os lugares, não está diretamente ligado aos recentes episódios de compliance, mas “talvez o desconhecimento do gênero possa ser o motivo”.

Nessa conta, então, os roteiristas têm que ser incluídos. Qual a parcela de culpa deles em todo esse cenário? Até porque, há muito poucos dedicando-se somente a isso. Falta renovação também? 

Cininha, sobrinha de Chico Anysio, trabalhou 32 anos na Globo e, após sair de lá, voltou-se para trabalhos por obra, como a série “O Coro”, do Disney+.

O fato é, e para alguns é complicado encarar, que a televisão como um todo, no caso do humor, perdeu completamente a mão.

Os programas do gênero deixaram de existir por absoluta falta de saber fazer.

No ano passado, a Band, até com a melhor das intenções, decidiu produzir um sitcom. Montou até um elenco dos melhores.

Mas esqueceu de que pare isso seria necessário ter alguém do ramo escrevendo e outros na retaguarda. Resultado: durou pouco. Saiu do ar melancolicamente.

O que se observa, em todo esse curioso cenário, é que ninguém quer assumir a responsabilidade de nada.

Os que se julgam especialista na matéria jogam a culpa nas TVs que não investem. Já as TVs entendem que esses especialistas não existem. Não sabem fazer. E aí...


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