A atriz fará uma participação especial no remake da TV Globo.
Estamos preparados para ver Juliana Paes virar uma onça na TV? Na nova versão de "Pantanal", a atriz interpretará ninguém menos que a enigmática Maria Marruá, mãe de Juma (Alanis Guillen). Ju não esconde a alegria com esta personagem, que na primeira versão foi vivida por Cassia Kis. Este, aliás, foi um dos motivos que a levou a topar o desafio: “Mas é uma personagem maravilhosa e eu sabia que tinha sido vivida pela Cássia, porque eu tenho algumas lembranças da primeira versão. Eu sou tão fã da Cássia! Já tive a oportunidade de falar isso para ela. Por isso, falei: ‘Óbvio que eu vou aceitar esse desafio’, porque quando é uma personagem que já foi vivida por alguém e por alguém de quem você é tão fã, tão apaixonado, vira um desafio em dobro. Eu me senti muito lisonjeada, desafiada e com muita vontade de fazer essa Maria Marruá.”
A atriz conta que o convite veio de maneira inesperada, através de uma mensagem do diretor artístico Rogério Gomes dizendo que queria falar com ela sobre Pantanal. Quando ligou para ele, veio a surpresa:
“Eu liguei e ele falou: ‘Sei que você veio de uma batida e tal, mas acho que já deu tempo de descansar. Eu queria muito que você fizesse a Maria Marruá’. Acho que eu não o esperei falar por mais 10 segundos. Eu disse sim. Ele falou: ‘É uma participação, porque a Maria morre no início da segunda fase’.”
Quando a primeira versão foi exibida na extinta TV Manchete, em 1990, Juliana Paes tinha apenas 11 anos, mas ela traz consigo algumas memórias desta época.
“Tenho as minhas memórias de criança, de perceber que, naquele momento [de exibição da novela], a casa dava uma parada; todo mundo parava para assistir. Acho que, talvez, movidos não só pela trama, mas pelo torpor que causava aquela linguagem diferente de assistir novela. Era um momento de contemplação.”
“Se escutava menos gente falando e você escutava uma música tocando um tempão. Você via imagens mais extensas, o pássaro Tuiuiú, o jacaré, a arara. Causava nas pessoas uma sensação diferente. Um momento de parar um pouco, suspender um pouco a fala e aguçar mais o olhar e o sentimento. Creio que esse tenha sido o grande diferencial de 'Pantanal': a sensação que provocava nas pessoas.”
Juliana gravou a maior parte de suas cenas no Mato Grosso do Sul. Assim como os colegas de elenco que ficaram encantados pela região, ela também sentiu o magnetismo do Pantanal:
“Quando a gente chega, tem um percurso longo pela frente. E enquanto você vai se embrenhando por dentro das fazendas e tal, vai aumentando a expectativa. ‘Ai, o que eu vou ver?!’. E aí, quando você chega, todas as expectativas são superadas, porque eu vi bichos que eu nunca tinha visto na minha vida, ouvi sons que eu não tinha escutado ainda.”
“Fora que tem uma energia diferente — isso é o que não dá pra explicar, isso é o que não dá pra você contar. Tem que estar lá, porque o ar é diferente, o tempo é diferente, onde a vista alcança é diferente. Então, tudo isso traz para dentro da gente uma sensação diferente também, que as fotos não conseguem transmitir. Acho que, talvez, a gente com as imagens da novela consiga chegar o mais perto disso. Mas ter estado no Pantanal foi muito bom, especial demais.”
Sujeito simples e analfabeto, Gil (Enrique Diaz) não deixa que sua falta de cultura e modos influenciem em seu jeito brando de ser. Não à toa desabrocha um tipo correto, honesto e muito decente, tornando-se um ótimo marido, dedicado e atento à sua Maria Marruá (Juliana Paes). É um homem bom que nasceu em um mundo ruim e perverso. Após pelejarem sem sucesso por propriedades em terras que fizeram prosperar, e nessas batalhas terem perdido dois filhos assassinados, Gil e Maria Marruá finalmente têm esperança de uma vida melhor quando compram um pedacinho de terra no Sarandi, no Paraná, ao lado de seu único filho sobrevivente, Chico (Tulio Starling).
Maria, uma esposa dedicada, dócil e servil, leva uma vida sem luxo e conforto algum. Mesmo com todas as tragédias que lhe acompanham, acredita que pode ser feliz. Essa felicidade prometida, contudo, se esvai quando Gil descobre que foi enganado. Sem saber, comprou terras que já tinham dono e ao se ver ameaçado de despejo – ele, o filho e a esposa – de uma propriedade pela qual pagou com muito suor, vê crescer em seu peito uma revolta incontrolável. Instigado pelo filho e ao lado dele, Gil resolver ir à luta, literalmente.
Assim como a vida que levam, a luta é injusta. Gil presencia o assassinato de mais um filho, o que o leva a cometer ele mesmo um crime, em busca de uma justiça que dificilmente encontrará. Maria enterra com Chico o pedacinho de alegria que lhe resta. Ela e o marido fogem para o Pantanal a fim de reconstruir suas vidas, mas neste momento Maria já é um retalho de gente: sem vida, sem alma, sem esperança.
Ao engravidar de Juma, recebe a filha com ar de maldição, em um parto na beira do rio com o intuito de colocá-la no bojo da canoa e empurrá-la para as águas. Não por falta de amor, mas porque não pode suportar a ideia de perder outro filho. O destino, contudo, as quer juntas. E a natureza encontra uma maneira de fazer isso acontecer.
‘Pantanal’ é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.