"Trabalhamos para o streaming por um valor fixo, mas os direitos são deles", explica o ator.
Ator e um dos diretores de "Beleza Fatal", novela produzida para o streaming Max e atualmente exibida também na Band, Caio Blat compartilhou suas impressões sobre o projeto e as mudanças no mercado audiovisual no programa "DR com Demori", que foi ao ar nesta terça-feira (11), na TV Brasil.
Durante a entrevista, Blat discutiu o impacto das plataformas de streaming, a evolução do consumo de mídia e as dificuldades enfrentadas pelos artistas na era digital.
"Beleza Fatal" segue um modelo mais dinâmico e compacto, com 40 capítulos, algo que, segundo o ator, atende melhor às exigências do público atual.
"A gente cansou de fazer novela de 180, 200 capítulos. Agora, temos o mesmo tempo para fazer 40 episódios. É um privilégio. Não tem barriga, não tem repetição, milhões de coisas acontecem", afirmou Blat.
Ele também destacou que a novela reuniu um elenco de peso [Camila Pitanga, Marcelo Serrado, Murilo Rosa, Giovanna Antonelli], trazendo atores consagrados, o que ajudou no sucesso da produção.
Blat revelou que a equipe ficou feliz com a venda da novela para a TV aberta, pois amplia o alcance da produção. No entanto, ele denunciou a falta de participação dos atores nos lucros gerados por essas revendas.
"Trabalhamos para o streaming por um valor fixo, mas os direitos são deles. Eles podem revender e reprisar sem nos pagar nada. Não temos controle sobre nossa própria imagem", explicou.
O ator também criticou a falta de legislação no Brasil para proteger os direitos conexos dos intérpretes, diferentemente de países como México, Argentina e Espanha.
"Os atores não recebem pelas reprises no streaming. Só o autor da novela e o diretor têm direito autoral. Nossa voz, nossa interpretação, estão presas ali, sem uma lei que nos proteja", denuncia.
Além de "Beleza Fatal", Caio Blat está envolvido com a peça "Os Irmãos Karamázov", uma adaptação moderna do clássico de Dostoiévski, e com seu primeiro filme como diretor, "O Debate", escrito por Guel Arraes e Jorge Furtado, com Débora Bloch e Paulo Betti no elenco.