“Antigamente jornalistas se colocavam num pedestal acima do bem e do mal e com arrogância”, afirma jornalista.
Um dos jornalistas mais premiados da televisão brasileira, Cabrini faz um balanço dos mais de 35 anos de profissão e comenta a transformação do jornalismo ao longo dos anos, dizendo que o atual movimento das fake news, apesar de negativo, pode ressaltar a confiabilidade nos jornalistas. “As fake news valorizam nosso trabalho, porque as pessoas procuram quem é percebido pela população como tendo credibilidade para diferenciar o que é mentiroso daquilo que não é”, afirma, destacando como as novas tecnologias também mudaram o cenário da profissão. “Com um smartphone eu faço uma reportagem ganhadora de prêmios em qualquer parte do mundo. Por outro lado, têm as fake news e, hoje em dia, a gente também é contestado em tempo real, confrontado com fatos e isso é bom, porque antigamente jornalistas se colocavam num pedestal, acima do bem e do mal e com arrogância. Nós somos apenas uma continuação da sociedade e cada nação, cada país, tem o jornalismo que merece”, pontua.
Primeiro repórter a noticiar a morte de Ayrton Senna para o Brasil, Cabrini diz que não há um único dia em que não se lembre do piloto. “Com certeza o carro foi o grande culpado”, atesta, relembrando o fatídico 1º de maio de 1994. "Houve um inquérito, que acho que não foi justo, e estou convencido até hoje de que ele morreu na pista”, completa Cabrini, repórter que mais esteve com Senna em seus últimos anos. “Era uma relação profissional, nos respeitávamos muito, tínhamos momentos de descontração", compartilha.
Atuante em coberturas de guerra, Cabrini revela como controla seu lado emocional ao noticiar adversidades. “A gente se envolve, mas vai evoluindo na profissão. Você vai crescendo e vai ensinando a sua mente a ser o piloto e não o passageiro da sua atividade profissional. Eu treino todos os dias para ter emoção, porque a emoção faz com que você tenha sintonia com o público, mas sem perder a possibilidade de dar informações com precisão”, diz.
O convidado relata suas projeções políticas para o futuro, acreditando na participação ativa população: “Acho que o brasileiro está muito condicionado a culpar o governo, quando, na verdade, a solução esta em nós. Nós tomamos as decisões, nós fazemos o país melhor ou pior, nós podemos exercer a cidadania, nós podemos encontrar soluções que dependem mais da gente do que dos governos. É por isso que eu digo 'coitado do país que precisa de heróis' porque os heróis somos todos nós.
Apresentado por Luciana Gimenez, o Luciana By Night vai ao ar às terças-feiras, às 22h45, pela RedeTV!.