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Fogo Sobre Terra: GloboPlay resgate novela proibida pela censura federal

Novela de Janete Clair foi estrelada por Juca de Oliveira, Regina Duarte e Dina Sfat.

por Redação, em 27/05/2024

Juca de Oliveira e Dina Sfat. Foto: Acervo/Globo

O Globoplay resgata "Fogo sobre Terra" nesta segunda-feira (27). A novela, disponibilizada pelo Projeto Fragmentos, foi escrita por Janete Clair e dirigida por Walter Avancini. Originalmente exibida com 209 capítulos, a trama terá apenas seis capítulos disponibilizados na plataforma de streaming da Globo.

Produzida em 1974, a obra foi estrelada por Juca de Oliveira, Regina Duarte e Dina Sfat. A trama aborda os conflitos entre a modernidade urbana e a tradição rural. No final dos anos 1950, dois irmãos separados na infância se reencontram como rivais ao decidir o destino de uma cidade e disputar o amor da mesma mulher. Pedro (Juca de Oliveira) e Diogo (Jardel Filho), filhos de fazendeiros do Mato Grosso, foram separados aos três anos de idade após perderem os pais em um desastre de avião. Pedro foi criado pela tia Nara (Neuza Amaral) na fictícia Divinéia, no sertão do Mato Grosso, enquanto Diogo foi levado para o Rio de Janeiro e criado pelo engenheiro Heitor Gonzaga (Jaime Barcelos), que teve um caso com Nara quando ela ainda era adolescente. No Rio, Diogo frequentou as melhores escolas e se formou em engenharia. Em Divinéia, Pedro Azulão foi educado pelo beato Juliano (Ênio Santos). Os dois irmãos se reencontram 30 anos mais tarde.

"Fogo sobre Terra" ficou marcada na dramaturgia da Globo por ter sido proibida pela censura federal antes de sua exibição original em 1974. A sinopse da trama foi vetada pelos militares no ano anterior, levando a autora Janete Clair a fazer diversas alterações para que a novela pudesse ser exibida.

A primeira intervenção da censura ocorreu quando Pedro Azulão (Juca de Oliveira), para evitar a demolição de Divinéia, convocou os cidadãos da cidade a pegar em armas para defendê-la. Os censores viram nisso um estímulo à guerrilha e proibiram as cenas. Janete Clair teve que alterar a história, e o personagem terminou preso, acusado de invasão de domicílio, sequestro e tentativa de homicídio. Quando, desiludido, o herói decide se sacrificar junto com a cidade, os censores intervieram novamente. Não queriam que o personagem se tornasse um mártir. No final que foi ao ar, Pedro desiste do plano pouco antes da inundação, mas a autora marcou sua posição fazendo Nara (Neuza Amaral) persistir no seu protesto e morrer afogada. Os cortes impostos pelos censores obrigaram Janete Clair a reescrever em poucos dias capítulos já gravados.


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