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Emilio Dantas comenta trabalho em "Fim" e enaltece Fernanda Torres

"Ninguém sabe trazer o ridículo com tanta classe", afirma o ator.

por Redação, em 01/11/2023

Foto: Globo/Reginaldo Teixeira

Inspirada no best-seller homônimo de Fernanda Torres, a série "Fim" foi lançada no Globoplay na última semana e, nesta quarta-feira (1), mais dois episódios inéditos chegam à plataforma. A adaptação acompanha um grupo de amigos por quatro décadas e mostra como, ao longo dos anos, eles compartilham amores, traições, mágoas, alegrias, manias, loucuras e frustrações. Interpretando o salva-vidas Ribeiro, Emilio Dantas é um dos nomes do estrelado elenco da produção. Em entrevista ao Gshow, Portal de Entretenimento da Globo, o ator comentou sobre a experiência e os principais desafios do trabalho.

“Teve a pandemia no meio da série, acho que isso foi o mais inusitado que aconteceu”, começa Emilio, lembrando que as gravações de Fim, que começaram em 2020, tiveram que ser interrompidas apenas oito dias depois, devido ao início da quarentena da pandemia de Covid-19.

Dois anos depois, em 2022, a equipe se reuniu novamente para dar continuação às gravações, que duraram 14 semanas no total. A trama, que se passa no Rio de Janeiro entre os anos de 1968 e 2012, é dividida em quatro fases, que abrangem a juventude, a maturidade e a velhice dos personagens.

O grupo de amigos que protagoniza a série é o retrato de uma geração que tinha como pilar a ideia da "família tradicional", em que os casais seriam "felizes para sempre", mas foi atropelada pela revolução de costumes dos anos 1970. Devido a isso, os personagens reproduzem muitas falas e comportamentos hoje já vistos como ultrapassados e machistas.

Emilio reflete sobre o processo de construção de Ribeiro nesse contexto: "Na verdade, acho que foi uma desconstrução, até usando uma palavra que se usa muito hoje em dia. Porque, em diversos trabalhos, quando a gente vai trazer essa faceta do machista, muitas vezes é dentro do contemporâneo, dentro de algo que a gente já pode analisar, debater e tirar conclusões ali in loco. No caso dessa série, a gente atravessa muitas décadas. Começamos nos anos 60 e vamos para 70, 80, 90... Então, o próprio conceito do machismo e do que era aceitável ou não mudou. E não só aceitável, mas hypado, né?", diz.

"Na série, passamos por um momento em que ser machista não só era aceitável, como era legal. Então, acho que a gente precisou não se dar conta de todos esses questionamentos de hoje em dia, para trazer a realidade do que acontecia na época e de como era essa estruturação de amizades e de famílias."

Por conta desse “choque de gerações”, Emilio explica que o humor aparece na série de uma forma muito singular, sem que se precise de um esforço cênico dos atores para fazer o público rir – e ele credita todo o mérito disso ao texto de Fernanda Torres. “A Fernanda como autora é muito fora de tudo que já vi, porque não é um humor satírico, é muito mais o ridículo mesmo. E aí vira uma coisa que você não precisa nem fazer esforço, está tudo dentro do texto, sabe?”.

“Acho que ninguém sabe trazer o ridículo com tanta classe quanto a Fernanda. Vocês vão rir, mas vão rir do quão ridículo tudo aquilo um dia foi e muitas coisas continuam sendo.”

O ator, que já havia lido o livro há alguns anos, diz que a série traz uma nova versão do texto e acredita que este é mais um motivo para o público assisti-la. “O roteiro mexeu bastante no que era o livro. Ele era todo setorizado, um personagem por capítulo, e, para ser série, precisava de outro ritmo, outra forma de se entregar a história. Eu amei, porque acabei vendo dois trabalhos da Fernanda. Aliás, todo mundo tem essa possibilidade, de ver o mesmo trabalho da Fernanda com duas caras diferentes”.

Foto: Divulgação/TV Globo

Saiba mais sobre a série

"Fim"Original Globoplay que estrou no último dia 25 de outubro, é uma série sobre a vida e a certeza da finitude. Mesclando momentos solares com outros mais soturnos, a obra é uma tragicomédia que acompanha a jornada de nove protagonistas, um grupo de amigos do Rio de Janeiro que faz parte de uma geração que acreditava em um “felizes para sempre”, mas foi atropelada pela revolução de costumes dos anos 1970. Baseada no livro de Fernanda Torres, a trama se passa num período entre 1968 e 2012 e é dividida em quatro fases que abrangem a juventude, a maturidade e a velhice dos personagens. Ao longo das décadas, eles compartilham amores, traições, mágoas, alegrias, manias, loucuras e frustrações.    

A história começa com a partida de Ciro (Fabio Assunção), o mais admirado do grupo, que morre sozinho na cama de um hospital. Nos tempos dourados, se apaixonou perdidamente por Ruth (Marjorie Estiano), com quem se casou. Seu jeito agregador conquistou a moça igualmente encantadora, que também era o centro das atenções nas rodas que frequentava. Juntos, os dois formavam um casal de causar inveja, não fosse o passar do tempo e os percalços da vida a roubarem o brilho dessa união. O solteirão mais atlético do grupo, Ribeiro (Emilio Dantas), também cai de amores por Ruth. Acostumado a se envolver com meninas bem mais novas, passa a vida à sombra de Ciro, servindo de plateia para o relacionamento do amigo.  

O humor afiado que faz parte do DNA de Bruno Mazzeo vai ganhar novos tons em seu personagem na série. Ele dá vida ao funcionário público Silvio, que leva uma vida hedonista e sem responsabilidades. Silvio se casa com Norma (Laila Garin), uma moça do interior de São Paulo. Prestativa e amigável, Norma se deixa levar pela ideia de sair da roça e aceita a união com Silvio mesmo sabendo que ele não pretende abandonar seus vícios e prazeres da juventude ao longo da vida. Cheio de irreverência, Silvio protagoniza cenas icônicas, sendo gatilho para reflexões de seu grupo de amigos.   

Enquanto isso, o atrapalhado Álvaro (Thelmo Fernandes) se casa com Irene (Débora Falabella), formando um par no mínimo inusitado. Ele, sem jeito com mulheres, consegue fazer a moderna e ambiciosa Irene (Débora Falabella) entrar num relacionamento do qual ela se arrepende. Já Neto (David Júnior) e Célia (Heloisa Jorge), têm uma realidade bem diferente dos demais. Trabalhadores desde cedo, se apaixonam e consolidam um casamento tradicional, do qual muito se orgulham. Juntos, eles selam um pacto de fidelidade e se protegem de um mundo de permissividade, para o qual não foram convidados a participar.    

As gravações de "Fim" aconteceram em 2022 ao longo de 14 semanas, em cerca de 290 locações. Para retratar quatro décadas de transformação houve um minucioso trabalho coletivo da equipe e do elenco para o rejuvenescimento e envelhecimento críveis dos personagens. Apesar de ser baseada no romance literário, a série apresenta diferenças, tanto na estrutura, quanto no perfil de alguns personagens. Em uma discussão sobre o próprio sentido da vida, passado e presente avançam em paralelo, marcados de forma clara graças às diferenças pontuais na cinematografia, atuação, direção de arte e caracterização dos personagens. 

Com 10 episódios, disponibilizados de dois em dois às quartas-feiras, "Fim" estreia no dia 25 de outubro e é criada e escrita por Fernanda Torres, com supervisão de adaptação de Maria Camargo. A direção artística é de Andrucha Waddington e a direção de Daniela Thomas. A produção executiva é de Isabela Bellenzani (Estúdios Globo), Mariana Vianna (Conspiração) e Renata Brandão (Conspiração). A direção de gênero é de José Luiz Villamarim.  


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