"A gente foi tratado como criminoso", disse Leandro Stoliar.
Liberados pela polícia venezuela ontem (12), os jornalistas Leandro Stoliar e Gilson Fred Oliveira, da Record TV, chegaram ao Brasil às 5h50 da manhã desta segunda-feira (13). "Quando a gente é preso em um país onde existe a ditadura e a polícia está acima da lei - e nós fomos presos pela polícia política -, a gente acha que não vai sair", disse Stoliar, em entrevista ao Balanço Geral.
A serviço do Jornal da Record, os dois acabaram presos na cidade de Maracaibo - estado de Zulia, no noroeste da Venezuela - durante as gravações de uma série de reportagens sobre denúncias de corrupção envolvendo financiamentos do BNDES, que favoreciam empreiteiras brasileiras, inclusive a Odebrecht, citada nas investigações da Operação Lava Jato, segundo o portal R7.
Segundo Stoliar, a polícia venezuelana confiscou computadores, celulares, câmera e outros equipamentos de trabalho. "A gente voltou com a roupa do corpo e uma mochila que a gente conseguiu separar", disse o repórter, que ainda resumiu as 30 horas que ele e o colega passaram presos: "Assédio moral, cárcere privado, ficar sem comunicação, os policiais seguindo a gente até pra ir ao banheiro... A gente foi tratado como criminoso quando, na verdade, estávamos fazendo apenas o nosso trabalho".
Em nota, a Record TV afirma que repudia este tipo de "estratégia violenta e típica de regimes que desprezam a democracia para impedir o trabalho jornalístico". A emissora reafirma seu compromisso com a investigação conduzida em vários países e avisa que as reportagens serão exibidas numa série especial do JR.