O autor Miguel Falabella. Foto: TV Globo / Estevam Avellar
Autor experiente, Miguel Falabella decidiu ousar em "Aquele Beijo" e trouxe para sua trama a inovadora figura de um narrador. Personagem presente em várias estruturas literárias, o narrador ajuda a trazer para o público uma visão mais crítica da história. "Ter um narrador torna o espectador mais inteligente. A ideia é ele não acreditar naquilo que está vendo, e sim entender que aquilo é uma ficção feita para emocionar, gargalhar", conta Miguel.
Sem medo de contar sua história de uma maneira diferente, Miguel diz que o narrador é uma figura provocante e que indica caminhos para que as pessoas pensem sobre a trama. "Sou muito público. Eu crio, e, ao mesmo tempo em que crio, consigo me distanciar da obra e ser público dela. Aí eu volto a ser o Miguel da Ilha do Governador. E se eu gosto, eu gosto, e se eu não gosto, eu apago e recomeço", revela.
Segundo Miguel, a resposta que o público tem dado para o personagem do narrador está sendo ótima. "As pessoas têm me dito coisas muito impressionantes. Eles conseguem entender a narração e amam, se encantam. Fora que eu cito grandes clássicos. É bom você ver uma novela e de repente escutar uma joia de Dickens", comenta o autor, referindo-se ao autor britânico Charles Dickens, cujas frases fazem parte da narração de "Aquele Beijo".
Com a voz marcante, Miguel tem muitos anos trabalhando em televisão e, com isso, as pessoas sabem quem é o narrador. "Tenho uma voz conhecida, então não é qualquer narrador, é o Falabella contando a história", comenta o autor.