Projeto ‘Falas’ 2024 ganhará episódio sobre pessoas com deficiência.
Previsto para o dia 8, Dia Internacional da Mulher, o ‘Falas Femininas’ nunca foi tão literal quanto em 2024. Intitulado ‘Louca’, o programa é inteiro sobre a voz das silenciadas, abandonadas, descredibilizadas, manipuladas, e a urgência de serem ouvidas. Com apresentação de Taís Araújo e Paolla Oliveira, direção de Antonia Prado e autoria de Veronica Debom e Isabela Aquino, o episódio, que vai ao ar na TV Globo logo após o ‘Big Brother Brasil’, debate a exaustão e os diversos fatores que impactam e corroem a saúde mental feminina, abordando temas como assédio, gaslighting e abandono. Ao longo de 45 minutos, as apresentadoras conduzem o espectador numa ágil e provocativa jornada que desperta a reflexão da sociedade como um todo.
“Durante o processo de criação do ‘Falas Femininas’, conversamos e ouvimos diversas mulheres. De pessoas ‘comuns’ a especialistas, ficamos o tempo todo nos perguntando: ‘como abordar um assunto que seja transversal a todas?’. Sabendo, claro, que os privilégios modulam e criam recortes diferentes para cada experiência. A resposta chegou em uma pesquisa estarrecedora, que revelou que a vasta maioria das brasileiras se sente sobrecarregada. E, se as mulheres estão exaustas, o que está acontecendo? A partir disso, começamos a desenvolver o tema, entendendo causas e efeitos colaterais dessa afirmação”, explica a diretora Antonia Prado.
O formato escolhido é o experimento social, que será o ponto de partida de todos os especiais ‘Falas’ neste ano. A experiência consiste na captação da reação de brasileiros a simulações de situações comuns, e, não por isso, menos absurdas, vivenciadas no cotidiano de tantos de nós. No caso do ‘Falas Femininas’, alguns contextos com desfechos surpreendentes foram apresentados, como homens recebendo a proposta de um trabalho aparentemente impossível de ser executado. Diversos aprendizados surgem a partir da observação sobre a forma como cada participante é impactado, o que conduz a conversa proposta pelo episódio.
“Através de dinâmicas, entrevistas com público e depoimentos, demonstramos como o trabalho doméstico não é valorizado e sempre recai sobre a mulher, fazendo com que ela viva uma jornada dupla ou tripla na sua rotina. E mostramos como essa sobrecarga está intimamente ligada ao imaginário de que cuidar do outro é uma tarefa exclusivamente feminina. Também destacamos a descredibilização da mulher ligada ao hábito de chamá-la de ‘louca’, uma estratégia antiga e eficiente que mantém as relações tóxicas, o abandono em massa vivido pelas mulheres do Brasil e o assédio no ambiente de trabalho. Mas, se no Dia da Mulher retratamos alguns problemas, também queremos ouvir: ‘O que, afinal, as mulheres querem”, complementa a diretora.
As apresentadoras celebram a experiência de estarem juntas em um projeto que levanta debates tão necessários. “Com os experimentos, a gente conseguiu perceber como as pessoas se comportam diante de coisas que ocorrem no cotidiano e que, apesar de não serem ‘normais’, são normalizadas. Isso foi uma experiência incrível. Porque a gente mostra, de maneira quase didática, o que as mulheres, infelizmente, passam no cotidiano. E ter a Paolla, – que é uma amiga querida, uma pessoa que eu admiro muito e que tenho acompanhado a jornada muito de perto – ao meu lado nesse projeto, foi muito especial”, declara Taís Araújo.
“Historicamente a mulher é chamada de louca em todos os lugares. Assim como também faz parte da história das mulheres a exaustão, o assédio – os vários nomes que existem para esse assédio velado, como o gaslighting –, o abandono e tudo mais. Tudo isso precisa ser debatido, precisa ser levantado, para que a gente realmente consiga sair de nossas bolhas e falar para o grande público, para o público que a televisão aberta alcança. É importante para que as pessoas consigam talvez ter o primeiro acesso a alguns assuntos, ou se aprofundem em alguns questionamentos feitos nesse especial. Com certeza chegar em tantos lugares é essencial”, destaca Paolla Oliveira.
Além dos experimentos, o episódio conta com a participação de especialistas como a advogada Fayda Belo e da psicóloga Jaqueline Gomes de Jesus, que contribuem com suas análises, assim como depoimentos de anônimas e famosas como Preta Gil. A influenciadora digital Ana Terra Oliveira, conhecida por mostrar as diferenças de percepção de mundo entre homens e mulheres, ouve a população nas ruas.
O ‘Falas Femininas’ 2024 tem direção de Antonia Prado. O especial tem Veronica Debom e Isabela Aquino como autoras, com pesquisa de Jaqueline Neves e Zilda Raggio e produção de Ana Luisa Miranda. A direção de gênero é de Mariano Boni.
Projeto Falas é ampliado com o ‘Falas PCD’ em 2024
‘Louca’ abre o Projeto ‘Falas’ – série de especiais que abordam as principais efemérides do ano na grade de programação da TV Globo, alinhada à jornada ESG da empresa. Serão seis programas exibidos nas datas sociais que celebram o Dia da Mulher, o Dia dos Povos Indígenas, o Dia do Orgulho LGBTQIA+, o Dia do Idoso, o Dia da Consciência Negra e o Dia de Luta da Pessoa com Deficiência, que será produzido pela primeira vez pela emissora, previsto para ir ao ar em setembro.
“Com o ‘Falas’ buscamos, a cada ano, ampliar o debate em torno de temas importantes para a sociedade, através de conteúdos que provocam a reflexão. Sem deixar de lado a leveza e o entretenimento que engaja, levando às salas de casa ou às rodas de conversa novos pontos de vista e promovendo o diálogo. O ‘Falas' para marcar o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência surge como um marco importante do projeto na TV aberta, ao contemplar uma parcela da população pouco representada no audiovisual. Com mais essa iniciativa, reforçamos o objetivo da Globo em ter diversidade e múltiplas representações em seus conteúdos e em sua programação”, destaca Leonora Bardini, diretora de programação e marketing da TV Globo.