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Tudo sobre "Além da Ilusão"; entrevista com a autora e com o diretor

A novela estreia no próximo dia 7, na faixa das 18h15.

por Redação, em 25/01/2022

Tudo sobre "Além da Ilusão"; entrevista com a autora e com o diretor

Quando o verdadeiro amor acontece, tem o poder de transformar vidas e tornar possível o impossível, como nos melhores passes de mágica. Na trama romântica que o público acompanhará em ‘Além da Ilusão’, próxima novela das seis, por trás de muitas ilusões está a força de um sentimento sublime capaz de reparar injustiças e aproximar um casal improvável: o mágico Davi (Rafael Vitti) e a aspirante a modista Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela). Ele faz do ilusionismo sua arte e seu meio de sobreviver. Ela tem os pés no chão e mira horizontes mais promissores, principalmente, no mundo do trabalho. De forma surpreendente, seus destinos se cruzarão e, unidos por um trauma do passado, terão um no outro uma chance de ressignificar suas trajetórias. 

Para ficar juntos, precisarão enfrentar inúmeros obstáculos, como as diferenças sociais. Em uma viagem ao Brasil de profundas mudanças das décadas de 1930 e 1940, a trama promete encantar e despertar a torcida do público. “Espero que a novela emocione e faça as pessoas suspirarem de amor e se apaixonarem junto com os personagens. O objetivo é alegrar, dar esperança e lembrar que a vida também é isso”, ressalta a autora Alessandra Poggi. “Esta é uma história de redenção diferente, com uma grande mensagem: Davi é um personagem que busca justiça e redenção através do amor, e não da vingança”, destaca o diretor artístico Luiz Henrique Rios

Ambientada em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, a novela é dividida em duas fases, entre 1934 e 1944, sendo a primeira em Poços de Caldas, Minas Gerais, e a segunda em Campos. Na trama, marcada por histórias de amor, traição, amizade e muito humor, os personagens têm seus valores afetados pelo progresso e pela modernização que o Brasil passou na época. “É uma história passada há tempos, mas que, na verdade, é muito próxima do nosso presente. A época é pano de fundo, mas a trama traz questões atuais sobre a grande força do feminino e uma discussão profunda sobre verdade e mentira. Quero que o público tenha, pela imagem, a sensação de encantamento e romantismo. Vamos apresentar um ambiente de alegria e magia na tela. Desejo que as pessoas sintam tudo isso”, complementa Luiz Henrique.

Foto: TV Globo/Paulo Belote

‘Além da Ilusão’ é criada e escrita por Alessandra Poggi com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral é de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

No início de tudo: uma paixão que acaba em tragédia e injustiça 

O primeiro encontro entre Davi (Rafael Vitti) e Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela) ocorre em Poços de Caldas (MG), em 1934. Na época, Dora é apenas uma menina que se fascina com os truques que o mágico apresenta na cidade. Davi, na verdade, é apaixonado por sua irmã mais velha, a jovem Elisa (Larissa Manoela) - um sentimento que nasce com apenas uma troca de olhar entre os dois no baile de aniversário de 18 anos da moça, em que ele foi contratado para entreter os convidados com seus truques. Ali surge uma paixão que desperta a ira do juiz Matias Tapajós (Antonio Calloni), pai das meninas, que não aceita o relacionamento por achar que o mágico não está à altura de sua filha. Mesmo com todos os obstáculos, o casal não desiste e resolve viver esse amor, contando, inclusive, com a ajuda de Isadora. Só que essa história acaba em tragédia, quando Elisa é assassinada acidentalmente e Davi acaba sendo responsabilizado injustamente pelo crime.

Com a morte da filha, Matias fica desequilibrado e perde as condições de trabalhar e cuidar da família. Sua esposa, a forte e corajosa Violeta (Malu Galli), assume então a responsabilidade de cuidar de todos e se muda para a fazenda de seu pai, Afonso Camargo (Lima Duarte), em Campos dos Goytacazes (RJ). Nessas terras que um dia foram um produtivo engenho de cana-de-açúcar será erguida uma fábrica de tecelagem, gerida por Violeta e Eugênio (Marcello Novaes), um empresário carioca atento às novas necessidades do país que se muda para a região. É nesse universo que Isadora cresce, enquanto Davi cumpre a pena por um crime que não cometeu.  

Dez anos depois: a fuga de Davi, o reencontro com Isadora e o despertar de um novo amor 

Em 1944, Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela) agora é uma linda jovem, fisicamente muito semelhante à irmã. Apesar das lembranças, o trauma da morte de Elisa (Larissa Manoela) no passado a fez esquecer o rosto dela e do próprio Davi (Rafael Vitti). Determinada e forte, ela se aperfeiçoou na costura com os ensinamentos da tia Heloísa (Paloma Duarte), com quem tem uma relação muito carinhosa. Isadora é noiva de Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita), que conheceu ainda na infância, quando se mudou para Campos, mas seu perfil independente e pouco romântico faz com que ela sonhe muito mais com a carreira de modista do que com o casamento. Já Joaquim, que é filho da ambiciosa e manipuladora Úrsula (Bárbara Paz), quer se casar o quanto antes para herdar os bens da família. Ele tem a própria mãe como principal incentivadora de suas ações.

Foto: Mauricio FidalgoGlobo

Enquanto isso, depois de 10 anos na cadeia, Davi consegue fugir usando um de seus truques de mágica. Só que seus planos saem do controle, e um acidente pelo caminho faz com que ele, para escapar da polícia, assuma a identidade de outra pessoa, Rafael Antunes (Fabrício Belsoff). O que o mágico não fazia ideia era que Rafael seguia para seu novo emprego na fábrica de tecelagem, propriedade da família de seu antigo amor,

Davi (Rafael Vitti), ainda se recuperando do acidente, é levado para a fazenda da família de Violeta (Malu Galli). Lá, ele se depara com Isadora e se assusta com a sua semelhança com Elisa. O encanto é imediato, e o mágico se vê atraído pela jovem, que não lembra dos momentos que tiveram ainda na infância, em função do trauma sofrido com a morte de sua irmã.

Por temer que descubram sua verdadeira identidade, Davi evita ficar próximo de Matias (Antonio Calloni), mas resgata a confiança da governanta Augusta (Olivia Araújo), que, ao reconhecê-lo, afirma ainda acreditar na sua inocência. Com o tempo, ele percebe que terá outros obstáculos para enfrentar. Com a notícia de que Isadora é noiva de Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita), um jovem ambicioso e interesseiro, o novo amor vai fazer com que Davi faça de tudo para proteger e mostrar a verdade à amada, adiando os planos de provar sua inocência.

A Tecelagem Tropical e a face de um Brasil fabril e moderno 

Ao longo desses 10 anos, Violeta (Malu Galli) e Eugênio (Marcello Novaes) firmam sociedade, e, juntos, constroem a Tecelagem Tropical. O antigo engenho de cana-de-açúcar agora abriga também uma vila operária, em que moram os funcionários da fábrica e os antigos moradores do local. Benê (Cláudio Jaborandy), mestre-de-açúcar e administrador da fazenda, é quem ajuda Violeta a reerguer os negócios da família, afinal, é quem melhor conhece as terras.

A vila operária reúne famílias formadas, em sua maioria, por trabalhadores da fazenda que migraram para a fábrica. Depois de um dia intenso de trabalho na tecelagem, é no bar de Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates), filho da italiana Giovanna Martinelli (Roberta Gualda), que os operários vão se divertir. À frente de outro pequeno negócio está a sempre alegre Fátima Souza (Patrícia Pinho), esposa de Benê (Cláudio Jaborandy), que é a responsável pela mercearia da vila. De personalidade forte e decidida, a filha do casal, Olívia (Letícia Pedro/Débora Ozório), que trabalha na fábrica como tecelã, está sempre disposta a ajudar seus colegas e vai se tornar uma liderança na defesa dos direitos dos operários. Isso vai aproximá-la do novo vigário da igrejinha da vila, Tenório Marques (Jayme Matarazzo), que também se preocupa com o bem estar da comunidade.

Antigos sonhos e frustrações afetam especialmente a vida de alguns personagens da vila, como Onofre Carvalho (Guilherme Silva). Com perfil duro, severo e controlador, teve que abandonar o sonho de ser um grande jogador de futebol quando sua esposa, a faxineira Felicidade (Carla Cristina Cardoso), engravidou de sua primeira filha, Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes). É na bebida que o antigo lavrador da fazenda tenta lidar com a revolta que carrega. Outra que vive sonhando com uma vida melhor é a copeira da casa de Violeta (Malu Galli) e Matias (Antonio Calloni), Emília Pereira (Gaby Amarantos), uma verdadeira devota das radionovelas, que deseja viajar o mundo e frequentar as festas mais deslumbrantes. Casada com o operário Cipriano (Cláudio Gabriel), a mãe de João (Nicolas Parente) encontrará no cassino de Constantino (Paulo Betti) a oportunidade para mudar de vida.

Com a inauguração da tecelagem, novos funcionários da fábrica e da fazenda se apresentam para trabalhar e, nesse movimento, Davi (Rafael Vitti), já no cargo destinado a Rafael (Fabrício Belsoff), começa a atuar para ajudar a melhorar a vida de todos que vivem na vila, sem perder o foco do que se torna seu principal objetivo: conquistar Isadora e protegê-la de Joaquim. Outro personagem que chega para trabalhar na fábrica é o tecelão Leônidas Lobato (Eriberto Leão), que vai se tornar amigo e cuidador de Matias (Antonio Calloni) e que, de imediato, se apaixona pela amargurada Heloísa (Paloma Duarte). O motivo da grande mágoa de Heloísa é o pai, o velho Afonso Camargo (Lima Duarte), que a obrigou, no passado, a entregar sua filha recém-nascida para adoção.

A dinâmica na vila operária vai conter tramas sobre temas importantes como o protagonismo feminino, o machismo, a igualdade e o direito dos trabalhadores. A chegada das máquinas e a instalação da tecelagem revelam as mudanças de um país que transitava para um modelo de produção fabril. No contexto internacional, a Segunda Guerra também vai impactar a produção da fábrica e a vida, principalmente, dos jovens moradores da vila, como Bento (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias) e Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates), que acabam voluntariamente se alistando na Força Expedicionária Brasileira, deixando, respectivamente, seu pai Abílio (Luciano Quirino) e sua mãe Giovanna (Roberta Gualda) muito aflitos. Amigos desde a infância, Bento e Lorenzo são apaixonados pela mesma mulher, Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes), que é professora na escola da vila.

De trem, saindo da vila operária e indo até a região central de Campos dos Goytacazes, a movimentação de uma tecelagem a todo vapor é substituída pela agitação de uma cidade que desejava ser, acima de tudo, moderna. Nas ruas, o vai e vem de pedestres divide a paisagem com o ir e vir de carros particulares e de aluguel, e também de carroças. A lida diária de jornaleiros, chapeleiros, floristas e lavadeiras compõe esse cenário um tanto iluminado e multicolorido. Construções requintadas abrigam espaços de convivência em polvorosa no Brasil dos anos 40, como confeitaria, cinema, teatro e o cassino. É no Oásis Cassino que a simpática e divertida Julinha (Alexandra Richter), mãe de Arminda (Caroline Dallarosa), ama tentar a sorte no carteado. Apesar de ser o proprietário do lugar, seu marido, o boa praça Constantino Andrade (Paulo Betti), a proíbe de frequentar o espaço porque sofre com o vício da esposa em jogos. Mesmo com as restrições, Julinha sempre consegue dar suas escapadas, colocando Geraldo (Marcello Escorel), o crupiê do cassino, em maus lençóis com o patrão.

Estilos e referências de diferentes períodos marcam o figurino 

Os traços realistas e carregados de cor do artista norte-americano Edward Hopper (1882-1967) estão entre as inspirações de Paula Carneiro, figurinista de ‘Além da Ilusão’, que há 15 anos trabalha na TV Globo. Cada personagem da trama tem sua personalidade revelada em seus figurinos, com um trabalho que explora estilos de diferentes épocas. Na novela, que se passa nas décadas de 1930 e 40, serão encontradas referências desse período, mas também dos anos 50 e, até mesmo, contemporâneas, com inspiração em modelos que marcaram e marcam a vida de personalidades, como Grace Kelly, Coco Chanel, Elizabeth II e Johnny Depp, por exemplo. A passagem de tempo entre as duas décadas também foi, cuidadosamente, trabalhada nas roupas dos personagens, destacando-se o colorido e a criatividade das peças.

As irmãs Elisa e Isadora, interpretadas em diferentes fases pela atriz Larissa Manoela, terão figurinos com características que vão marcar as diferenças em suas personalidades. “Elisa é uma menina muito romântica, uma princesa, ela voa. A roupa dela é toda vaporosa, esvoaçante. Já Isadora está em um lugar que não tem data e é o oposto da irmã. É a nossa Dorinha, moderna, com muita personalidade, que costura a própria roupa, é criativa, estilista, quer trabalhar, quer a liberdade e não acredita no amor”, explica Paula.

Entre as preciosidades do figurino de ‘Além da Ilusão’, desponta o vestido usado por Elisa em seu baile de aniversário de 18 anos, na primeira fase da trama. Em um primoroso trabalho realizado na fábrica de costura dos Estúdios Globo, o vestido foi produzido e pintado a 200 mãos, revela Paula. “Produzimos quase mil flores de tecido para aplicar no vestido inteiro. Ele é meio 3D, com as flores saltadas. A equipe pintou o vestido à mão. Foi surperconfeccionado, superestudado. Temos um time muito bacana de criação, que nos apoia na execução e faz preciosidades”, orgulha-se.

Buscando referências em artistas dos anos 1930, Paula destaca ainda que uma capa de veludo tirada de uma passarela foi adaptada para a construção do figurino do mágico Davi (Rafael Vitti). Na segunda fase, quando o personagem assume outra identidade, a equipe trabalhou a ideia de um administrador mais moderno, com o uso de ternos descasados, colete de lã, gravata de tricô, numa mistura de padrões tendo em vista um modo diferenciado de vestir dos homens.

As particularidades de cada década presentes também na caracterização 

Gilvete Santos, caracterizadora que dividiu as ideias e propostas com Paula Carneiro, destaca que os desafios da caracterização da novela estão em ressaltar as particularidades de cada década. Nos anos 30, por exemplo, as ondas nos cabelos femininos eram mais marcadas. Com o passar dos anos, isso foi variando, assim como os volumes. Em relação aos homens, os cortes eram bem definidos, alinhados e elegantes.

A caracterização é fundamental também para marcar a passagem de tempo na trama. Para isso, foram trabalhados nos personagens diferenças nos penteados e técnicas de envelhecimento. “Muitos personagens estarão com os cabelos mais escuros na primeira fase e, na segunda, mais naturais. Também serão aplicadas técnicas simples e sutis de envelhecimento, com sombra e luz, com cabelos e barbas grisalhas e marcas de expressões na pele. Perucas e apliques serão mais utilizados na primeira fase”, destaca Gilvete, que trabalha na TV Globo há 20 anos.

Para as personagens Elisa (Larissa Manoela) e Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela), as marcações entre as duas estão na cor do cabelo, revelando seus estilos mais romântico e moderno, respectivamente. Em relação a Davi (Rafael Vitti), a inspiração foram os mágicos da época e filmes como ‘O Ilusionista’. A barba do personagem é um capítulo à parte. “Ele terá momentos com a própria barba e outros em que acrescentaremos fio a fio. Um trabalho bem minucioso, pois, como gravamos com a tecnologia 4K, em que os detalhes saltam aos olhos, precisamos que fique o mais natural possível”, acrescenta.

Máquinas de tecelagem da época e até um vagão de trem: o universo encantador da cenografia e arte 

A cidade mineira de Poços de Caldas foi palco para as gravações das cenas da primeira fase. Com um patrimônio arquitetônico bastante preservado, alguns pontos turísticos da cidade foram utilizados como locações, a exemplo do Palace Hotel, a Thermas Antônio Carlos, a Cascata das Antas, o Mirante e o Parque José Affonso Junqueira. Rafael Vitti, Larissa Manoela, Olivia Araújo, Malu Galli e Antonio Calloni foram alguns dos atores que estiveram na cidade. Foram necessários três caminhões para levar os objetos de arte, figurinos, cenografia, sem contar com o aluguel dos carros de época, que foram uma atração à parte.

Responsável pela cenografia, Cris Bisaglia explica que o desafio desse trabalho é retratar a época em que se passa a trama de uma forma diferente da qual o público está acostumado a ver nas produções. Para isso, a equipe de cenografia tem ousado bastante no uso das cores, explorando diversos recursos, como papeis de parede coloridos e ricos em detalhes.

Na cidade cenográfica nos Estúdios Globo, além da sede da fazenda e da vila operária, ganha destaque a fábrica de tecelagem que conta com seis máquinas têxteis datadas de 1940, a mesma época em que se passa a novela, todas em pleno funcionamento. Para encontrar esses equipamentos, a cenógrafa fez uma intensa busca. “Cheguei a ligar para o Museu Têxtil de Portugal para descobrir onde poderia conseguir mais de uma máquina. Liguei para a antiga Tecelagem Saliba, que fechou em 2016, falei com o Museu Têxtil da Bahia, o de Minas Gerais, até que cheguei em um segurança da Saliba, que me passou o contato de uma pessoa que tinha comprado as máquinas de lá e trabalhava com confecção. Viajei para Carmo do Rio Claro, em Minas, e consegui alugá-las. Foi um alívio”, conta Cris. Outro destaque é a estação de trem da fazenda, que tem o interior de um vagão construído especialmente para a novela. “Optamos por fazer o vagão um pouco menor do que o real, com 11 metros de largura (o real tem 15 metros) e mantivemos a altura igual. Será o trem que faz a viagem de Campos dos Goytacazes para a fazenda e para o Rio de Janeiro”, explica.

Para a segunda fase da trama, ambientada em Campos dos Goytacazes, a equipe de produção de arte, liderada pelo diretor de arte Moa Batsow, levou em conta uma cidade que já era bastante desenvolvida na década de 40, mais moderna, colorida e agitada, reunindo alguns estilos como o art noveau e o art décó. “O público vai ver a cidade de Campos supermoderna, colorida, cheia de elementos, carros, confeitaria, cinema, teatro, cassino, luzes, elementos divertidos, jornaleiro, chapeleiro, táxis, floristas, carroças, lavadeiras”, explica a produtora de arte Eugenia Maakaroun.

Durante o trabalho de pesquisa, Eugenia também concluiu que a arte gráfica poderia ser um diferencial para marcar as décadas de 30 e 40. “O design dos objetos de cena, desde a forma de escrever até a gramática, é diferente dos dias atuais. Propus ao Luiz (diretor artístico) uma coisa bem divertida e simpática, já que o design está presente em tudo. Antigamente, um rótulo era bem trabalhado, tinha um pensamento, uma criação, as fontes eram diferenciadas. Vamos trazer isso para agregar à nossa arte. Levei a arte gráfica para todos os cenários. O Davi (Rafael Vitti), por exemplo, vai ter um baralho original, feito por nós, e o visual é muito sedutor para os nossos olhos. As artes gráficas também estarão presentes nos rótulos das cachaças, ainda nos anos 30, escritos à mão, no alambique de Giovanna (Roberta Gualda)”, conta a produtora.

Entrevista com Alessandra Poggi

Alessandra Poggi é formada em Jornalismo pela UFRJ, com especialização em Literatura Brasileira pela PUC-Rio. Trabalha na Globo desde o ano 2000, onde começou no programa ‘Gente Inocente’. Como colaboradora, escreveu várias temporadas de ‘Malhação’ (de 2003 a 2010), de onde saiu para integrar a equipe de Miguel Falabella na novela ‘Aquele Beijo’ (2011), e nas séries ‘Pé na Cova’ (2013 a 2016) e ‘Sexo e as Negas’ (2014). Em 2017, dividiu com Ângela Chaves a autoria da supersérie ‘Os Dias Eram Assim’, seu primeiro trabalho.

Como você define a novela?

É uma saga romântica. Ela conta várias histórias de amor, mas a principal é a do Davi (Rafael Vitti) com a Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela). Então, não é só uma história de amor e uma novela de personagens fortes, é uma parábola do nosso tempo apesar de se passar nos anos 1930 e 1940. Fala sobre verdade e mentira, sobre uma justiça que não é vingança.

Que mensagem você pretende passar para o público? 

Espero que a novela emocione e faça as pessoas suspirarem de amor e se apaixonarem junto com os personagens. O objetivo é alegrar, dar esperança e lembrar que a vida também é isso. Quero que as pessoas se apaixonem junto com eles (Davi e Isadora). E com as outras histórias também. 

Foto: Divulgação/TV Globo

A novela tem uma tecelagem como cenário e dentro desse contexto os fios entrelaçam as histórias dos personagens. Como o público vai perceber isso na trama? 

Quando falo sobre tecer os fios da história é exatamente sobre isso. É costurar a vida dos personagens operários à construção da fábrica e ao crescimento dela. Além disso, procuro fazer algumas costuras mais poéticas no texto, entre as cenas. Costuro diversas trilhas em um texto só, assim como algumas cartas. Penso que aí também tem uma coisa que é para encantar. O espectador vai vendo tudo acontecendo.  

Qual a sua relação com a moda, a costura? 

Minha vó e minha tia costuravam meus vestidinhos de aniversário. Engraçado, nunca gostei dessas coisas de tricô, bordado e costura, linha e agulha. Sou péssima (risos). Furo o dedo ao tentar prender um botão, mas acho uma arte, acho lindo. E admiro a pessoa que sabe e entende de caimento de tecido, que sabe desenhar roupas novas. Além de achar legal, penso que combinava com a época ter também uma personagem feminina ligada à moda. Por isso veio a ideia.

Como foi o trabalho de pesquisa de expressões e gírias da época, marcas tão presentes no texto? 

Começou com o trabalho de pesquisa, que era pequenininha, e a gente foi aumentando à medida em que foi conhecendo mais palavras. Li muitos livros da época também. Até que minha colaboradora, Letícia Mey, falou que tinha um dicionário de gírias da época. Eu não consegui ler tudo, mas muitas vezes vou nele para ver o que posso usar. Algumas coisas foram mudando com o tempo e outras sumiram completamente.

Em seu texto, há muitas referências a artistas da época, como Pixinguinha, Noel Rosa, Bibi Ferreira, episódios históricos, entre outros. Além da ambientação, é uma forma de fazer o grande público conhecer nossa história? 

Com certeza! É uma novela que fala muito sobre arte, cultura... A gente tem escritor, circo, teatro de revista... Vamos ter uma montagem de uma peça, entre outros.

Que temas relevantes você destacaria da trama? 

Vamos falar de amizade com Bento (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias) e Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates). Eu acho isso muito sério e importante. Falaremos sobre a luta pela justiça com o Davi (Rafael Vitti) e sobre os grandes poderosos, que acham que, por ter poder e dinheiro, podem manipular a vida dos outros. Vemos até hoje em dia o que vai acontecer com o Davi na trama... Abordaremos a maternidade com as personagens Heloísa (Paloma Duarte) e Giovana (Roberta Gualda), a fé com o Padre Tenório (Jayme Matarazzo). Com o Onofre (Guilherme Silva), falaremos sobre sonhos frustrados e o quanto isso abala a vida de uma pessoa, e vamos trazer a questão da esquizofrenia com o Matias (Antonio Calloni) e o Leônidas (Eriberto Leão), entre outros.

Com mais de 20 anos de casa, você agora é a responsável pela próxima trama das seis. O quão representativo é isso na sua carreira? É um desafio? De que forma você quer que essa experiência fique?

Até hoje é o auge, né? Eu estou muito animada, feliz e emocionada. Chorei ao ver as imagens que o Luiz (diretor artístico) me enviou. Que emoção! Essa é uma história que me fala ao coração, sabe? Eu sou apaixonada por ela. Quando você começa a escrever, fala assim: “Ai, eu quero que todo mundo ache legal do jeito que estou achando!”. Essa é uma expectativa muito grande. O desafio é ver que meu nome está na vitrine dessa vez. Então, quero que fique, além de um grande aprendizado, uma grande satisfação, porque está sendo muito gostoso escrever. Todas as etapas estão muito legais e tenho uma equipe de colaboradores muito querida, companheira e unida. Está tudo caminhando tão bem que vou morrer de saudade.

Normalmente há uma preparação para o elenco, que antecede a estreia da novela. Dessa vez você também participou. Como foi essa experiência?

Eu nunca tinha participado de uma preparação e eles nunca tinham visto um autor participando. Cheguei na sala enorme, com aquele telão escrito “Além da Ilusão, novela de Alessandra Poggi”. Já fiquei nervosa! Todos estavam muito emocionados também, porque a história está tocando cada ator com seu personagem. Eles estão muito emotivos por estarem voltando a trabalhar. Foi quase uma catarse. Participei de alguns exercícios. Fiquei um pouco nervosa, porque tem momentos em que você tem que parar, encontrar o olhar de outra pessoa e tem que fixar o olhar. No final, você entende que aquilo é justamente para criar uma conexão. São estranhos que vão contar a história de pessoas que se amam e que vivem juntas desde que nasceram. 

Como foi o processo de escalação do elenco? E a ideia de reunir Lima Duarte e Paloma Duarte partiu de quem?

Comecei a escrever sem pensar em nenhum ator. Luiz (diretor artístico), em todos os momentos, me mostrou opções, perguntou o que eu achava. Sempre chegamos em um consenso. A ideia de juntar Paloma e Lima Duarte foi do Luiz. Vai ser maravilhoso! 

Como está sendo a parceria com o Luiz Henrique Rios? 

Ficamos meses falando só por telefone e vídeo e, quando estivemos nos Estúdios Globo para dar início à preparação do elenco, ele olhou para mim e disse: “Nossa! Você existe de verdade!” (risos). Isso é muito louco, mas muito legal. Temos uma parceria boa. Ele pescou o que eu queria muito bem e a novela está ficando linda.

Entrevista com Luiz Henrique Rios

Formado em Ciências Sociais, com especialização em Antropologia, Luiz Henrique Rios é diretor na Globo desde os anos 1990, quando dirigiu ‘Quatro por Quatro’. Esteve à frente ainda de produções de destaque como ‘Corpo Dourado’, ‘Belíssima’, ‘Da Cor do Pecado’, ‘Passione’, ‘Totalmente Demais’, ‘Pega Pega’, ‘Pais de Primeira’ e 'Bom Sucesso'.

‘Além da Ilusão’ é definida como uma história de encantamento, amor e esperança. Qual o principal conceito da novela? 

O conceito da novela é simplicidade. É beleza e fluidez. É uma narrativa mais leve, solta. Quero que as pessoas achem gostoso de assistir, que sintam. E tem o encantamento, que faz com que a gente construa essa ideia de uma novela mais alegre, colorida, bela. De alguma maneira, queremos dar para as pessoas uma sensação de esperança e romantismo. É isso que estamos construindo através de uma luz e de um ambiente que dê alegria e, ao mesmo tempo, uma sensação de magia nessa imagem. 

Como você define’ Além da Ilusão’? 

Uma novela com amor, encantamento e esperança. É uma história passada há tempos, mas que, na verdade, é muito próxima do nosso presente. A época é pano de fundo, tem uma grande força do feminino e uma discussão profunda sobre verdade e mentira. Uma questão de restauração, que é a busca da justiça, que se dará pelo amor. O público também vai refletir, por meio do encantamento, sobre a aceitação do outro, o encontro e sobre o feminino transformando o mundo. 

Quais são os desafios da direção na abordagem desse período do Brasil, entre as décadas de 1930 e 1940? Como pretende fazer? 

O Brasil está se modernizando, a gente está saindo das estruturas mais arcaicas. De alguma maneira, o país está mudando. As mulheres estão ganhando força. É muito mais esse conceito — o Brasil está mudando — do que exatamente uma discussão sobre o quadro. Isso é citado, existe no interior e no cotidiano das personagens. Quando a gente entra em 1944, o Brasil entrou na Segunda Guerra. Então, iremos à guerra. É mais importante para a gente a visão de como esses personagens vão ser afetados na guerra e como o esforço de guerra afeta a possibilidade de uma indústria têxtil ficar mais forte. Estou contando a história de famílias no Brasil naquele tempo. 

Como é a parceria com Alessandra Poggi? 

É a primeira vez que trabalhamos juntos e está sendo um grande prazer, um trabalho de parceria bacana e próximo. Foi um lindo encontro, de muita confiança. Vamos construir uma novela linda.

Como foi a preparação do elenco, ainda nesses tempos de pandemia, e de que forma acredita que isso contribui para o sucesso da novela? A sua presença na dinâmica também foi citada como um diferencial. 

Estamos todos voltando de um afastamento importante por conta de uma grande tragédia humana. Tive que fazer essas pessoas conviverem de uma maneira muito intensa e construírem o espírito de corpo e confiança, porque a pandemia não acabou. O primeiro momento foi de construção de relações. Sensibilizar novamente as pessoas a estarem com outras, porque nós estamos com medo uns dos outros. Estamos com dificuldade de nos ver e nos tocar, porque precisamos nos proteger. Isso também diz respeito a mim, aos meus diretores e a todos nós. Achei que essa experiência, com todos juntos, pudesse ter uma troca muito interessante. Para a autora poder conhecer todo mundo sem máscara, a convidamos para abrir nosso workshop e ela quis participar. Foi uma coisa muito linda, porque nos divertimos juntos. Depois passamos umas quatro semanas na preparação, com leituras, testes de cena, entre outras atividades.

Os personagens exaltam muitos artistas da época, principalmente músicos, como Pixinguinha, Noel Rosa, Orlando Silva. Além disso, é o período da Era de Ouro do rádio no Brasil (anos 40-50). Como foi a escolha da trilha sonora? Teremos alguma regravação especial para a novela?

Tem duas coisas. Tem aquilo que acontece na novela, que é o tempo da novela. Então, eu ligo um rádio em cena e tocará música daquela época. Eu coloco um disco e toca outra, mas essa não será a trilha sonora da novela. A trilha sonora vai de músicas de época à modernas. Tem uma ou outra música clássica, como “Rosa”, a música de amor da Elisa (Larissa Manoela) com o Davi (Rafael Vitti), que é uma valsa do Pixinguinha cantada pela Marisa Monte. A trilha é feita de músicas de grandes tempos, sendo algumas regravadas, outras até originais. 

O que o público pode esperar desse novo trabalho? 

Essa novela conversa muito sobre esse lugar da força das relações, de como se estabelecem. E não deixa de ser uma parábola temporal, porque, se você pensar, a virada do Brasil agrário é uma mudança cultural, de estrutura e de pensamento muito grande. Uma discussão de que a gente está saindo de um mundo fabril para um digital. Com mais delicadeza, a gente está se adaptando a uma mudança cultural de tempo e espaço. Então, estamos fazendo uma grande parábola sobre o tempo de agora, usando o passado.   

Perfis dos personagens

Núcleo Davi

Davi Jardim (Rafael Vitti) – Jovem honesto, justo e batalhador, que luta por sua sobrevivência realizando truques de mágica, que aprendeu com o avô, na esperança de fazer uma carreira como ilusionista. É filho de um rico industrial, que perdeu toda sua fortuna, e também perdeu a mãe muito novo. Apaixona-se perdidamente por Elisa (Larissa Manoela) e sela o seu destino de forma trágica. É acusado injustamente de sua morte e fica 10 anos na prisão. Ao fugir de lá, sofre um acidente de trem e assume a identidade de Rafael Antunes (Fabrício Belsoff), que ele considera morto e que estava justamente indo para Campos dos Goytacazes assumir o posto de administrador da fábrica de tecidos pertencente à família de Elisa. Ao rever a irmã mais nova da amada, Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela), que cresceu e está idêntica à Elisa, se apaixona por ela. 

Artur Batista (Patrick Sampaio) – Advogado, que se torna amigo de Davi (Rafael Vitti). 

Romana de Oliveira Rosa (Andrea Dantas) – Dona da pensão onde Davi (Rafael Vitti) se hospeda. Torna-se amiga dele. 

Família Tapajós

Elisa Camargo Tapajós (Larissa Manoela) – Jovem romântica e voluntariosa, muito mimada pelo pai Matias (Antonio Calloni). Filha de Violeta (Malu Galli) e irmã de Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela). Apaixona-se perdidamente pelo mágico Davi (Rafael Vitti), o que deixa o pai contrariado. 

Isadora Camargo Tapajós (Sofia Budke/Larissa Manoela) – Jovem alegre, moderna, que busca seu lugar no mundo através do trabalho. Filha de Matias (Antonio Calloni) e Violeta (Malu Galli) e irmã de Elisa (Larissa Manoela). Na primeira fase da novela, se encanta com as mágicas de Davi (Rafael Vitti). Quando a família se muda para Campos, depois da trágica morte de Elisa (Larissa Manoela), Isadora é criada pela tia Heloísa (Paloma Duarte) que lhe ensina tudo o que sabe sobre corte e costura. Fica noiva de Joaquim (Thiago Voltolini/ Danilo Mesquita), e se apaixona por Davi, sem saber quem ele é de verdade. 

Matias Tapajós (Antonio Calloni) – Juiz severo e autoritário, é casado com Violeta (Malu Galli), pai de Elisa (Larissa Manoela) e Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela). A mais velha é seu xodó. Não se conforma quando ela se apaixona pelo mágico Davi (Rafael Vitti) e decide fugir com ele. Perde o juízo após a morte de Elisa.

Violeta Camargo Tapajós (Malu Galli) – Mulher de Matias (Antonio Calloni). Mãe de Elisa (Larissa Manoela) e Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela). Irmã de Heloísa (Paloma Duarte) e filha de Afonso (Lima Duarte). Forte, corajosa e decidida. Na primeira fase, precisa faltar à festa de 18 anos de Elisa para acudir o pai, que está à beira da morte. Nas terras dele, conhece Eugênio (Marcello Novaes), um investidor que vai lhe propor sociedade numa indústria têxtil e cria com ele uma relação de amor e ódio ao longo dos anos.

Augusta dos Santos (Olivia Araujo) – Governanta antiga da família de Afonso (Lima Duarte). Augusta é irmã mais nova da cozinheira Manuela (Mariah da Penha). É uma mulher boa, dedicada e amiga. Dedicou sua vida àquela família e às duas meninas: Elisa (Larissa Manoela) e Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela). É a única que reconhece Davi (Rafael Vitti) quando ele aparece na fazenda e decide ajudá-lo, pois acredita em sua inocência. 

Família Camargo / Engenho

Afonso Camargo (Lima Duarte) – Pai de Violeta (Malu Galli) e Heloísa (Paloma Duarte). Vive no antigo engenho de cana-de-açúcar da família, ao lado de Heloísa, com quem mantém uma relação difícil após obrigá-la a entregar sua filha recém-nascida para adoção.

Heloísa Camargo (Clara Duarte/Paloma Duarte) – Filha de Afonso (Lima Duarte), irmã mais nova de Violeta (Malu Galli). Amarga e desiludida, quer ir embora de uma vez por todas daquela vida que só lhe trouxe tristeza, após a separação de sua filha orquestrada pelo próprio pai.

Manuela dos Santos (Mariah da Penha) – Irmã mais velha de Augusta (Olivia Araujo). Atual cozinheira da casa grande do engenho. Foi ela quem praticamente criou Violeta (Malu Galli) e Heloísa (Paloma Duarte), que perderam a mãe muito cedo. Ajudou Afonso (Lima Duarte) a educar as duas com carinho e firmeza. É dura e sincera em seus comentários. 

Núcleo Tecelagem Tropical / Vila operária

Eugênio Barbosa (Marcello Novaes) – Homem sério, justo, correto e trabalhador. Na primeira fase, acabou de herdar um bom dinheiro e oferece sociedade a Violeta (Malu Galli) para montar uma tecelagem nas terras dela. Machista e conservador, vai viver em pé de guerra com ela até que se descobre apaixonado. Padrinho de Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita), não sabe que o afilhado é um grande mau caráter. 

Joaquim Alves (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita) – Afilhado de Eugênio (Marcello Novaes) e filho de Úrsula (Bárbara Paz). Tem esperança de se tornar seu herdeiro um dia. Mau caráter e interesseiro, vai se aproximar de Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela) a fim de se casar com ela e um dia ser dono da fazenda e da tecelagem. Mas ao perceber que Davi (Rafael Vitti) está ganhando o coração de Isadora, fará de tudo para separá-los. 

Úrsula Alves (Bárbara Paz) – Mãe de Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita). Mulher de origem humilde, perdeu a família ainda menina e precisou ganhar a vida sozinha. Desamparada, recebeu abrigo na casa da família de Eugênio (Marcello Novaes), onde trabalhou como cozinheira e se apaixonou por ele, que se tornou padrinho de Joaquim. 

Fátima Souza (Patrícia Pinho) – Mulher de Benê (Cláudio Jaborandy), o mestre-de-açúcar e administrador do engenho, e mãe de Olívia (Letícia Pedro/Débora Ozório). Tem uma pequena mercearia na vila operária e é ela quem organiza a feira semanal de produtos agrícolas. Alegre e de bem com a vida, é uma figura muito querida por todos da vila. 

Benê Souza (Cláudio Jaborandy) – Mestre-de-açúcar e administrador do engenho, o mais antigo funcionário da fazenda. Casado com Fátima (Patrícia Pinho) e pai de Olívia (Letícia Pedro/Débora Ozório). Continua tocando o engenho para Violeta (Malu Galli), após a instalação da fábrica. Defensor do cultivo da cana, das plantações, é um ecologista por natureza. Seresteiro, folião, conhece todas as histórias daquelas terras, é a memória viva do lugar. 

Olívia Souza (Letícia Pedro/Débora Ozório) – Filha de Fátima (Patrícia Pinho) e Benê (Cláudio Jaborandy). Trabalha na fábrica como tecelã e se torna líder dos funcionários. É de personalidade forte e decidida. Bate de frente com Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita) e se alia a Davi (Rafael Vitti) por melhores condições de trabalho. Vive um amor platônico pelo jovem padre Tenório (Jayme Matarazzo), que também é um grande defensor e amigo dos funcionários da fábrica. 

Onofre Carvalho (Guilherme Silva) – Pai de Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes) e Madalena (Vivi Sabino). Marido de Felicidade (Carla Cristina Cardoso). Antigo lavrador da fazenda, homem de pouca instrução, que se tornou operário da fábrica. Sujeito duro, severo e controlador, Onofre fala o que pensa doa a quem doer, se acha o dono da razão. Homem correto, a vida azedou para ele quando abandonou o sonho de se tornar um grande jogador de futebol quando Felicidade engravidou da primeira filha. Revoltado com a vida que leva, afoga suas mágoas na bebida.

Felicidade Carvalho (Carla Cristina Cardoso) – Mãe de Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes) e Madalena (Vivi Sabino). Casada com Onofre (Guilherme Silva), e faxineira da fábrica, é uma mulher gentil, compreensiva e resiliente. De origem humilde e sofrida, é o esteio emocional da casa. Felicidade, para ela, é ter uma família. Vai ajudar o marido a vencer o vício da bebida e se tornar um homem mais equilibrado e feliz.

Letícia Carvalho (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes) – Filha de Onofre (Guilherme Silva) e Felicidade (Carla Cristina Cardoso), irmã de Madalena (Vivi Sabino). Jovem bonita, simpática e gentil. Melhor amiga de Bento (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias) e Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates). Sua amizade pelo primeiro se transformou em amor e, na segunda fase da história, eles estão noivos e apaixonados. É professora da escola da vila operária. Tudo muda quando Lorenzo decide se alistar na Força Expedicionária Brasileira e, para proteger o amigo, Bento também vai para a guerra. 

Madalena Carvalho (Vivi Sabino) – Filha de Felicidade (Carla Cristina Cardoso) e Onofre (Guilherme Silva), irmã mais nova de Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes). Estuda na escolinha da vila operária e é amiga de João (Nicolas Parente). 

Abílio Nogueira (Luciano Quirino) – Pai de Bento (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias). Antigo lavrador da fazenda. Grande amigo de Benê (Cláudio Jaborandy). Criou o filho sozinho e sempre fez questão de que o menino estudasse.

Bento Nogueira (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias) – Filho de Abílio (Luciano Quirino). Jovem bonito e inteligente, melhor amigo de Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates) e Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes). Fica noivo de Letícia na segunda fase da história. Sonha em se tornar um grande escritor. Alista-se na Força Expedicionária Brasileira para tentar proteger o amigo Lorenzo.

Tenório Marques (Jayme Matarazzo) – Novo vigário que vai assumir a igrejinha da vila operária. Aos poucos, se envolve com os problemas dos tecelões e lavradores. Sua preocupação com o bem estar da comunidade o aproxima de Olívia (Letícia Pedro/Débora Ozório). Nasce um amor platônico, que não pode ser vivido, a não ser que Tenório renegue seus votos e abandone a batina.

Giovanna Martinelli (Roberta Gualda) – Mãe de Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates). Imigrante italiana. Mulher firme, viúva altiva, dona de si, um tanto pedante. Ensinou ao filho como produzir aguardente no alambique da família e, na segunda fase da história, comanda com Lorenzo um bar na vila operária.

Lorenzo Martinelli (Vinicius Pieri/Guilherme Prates) – Filho de Giovanna (Roberta Gualda), melhor amigo de Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes) e Bento (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias). Desde criança, é apaixonado por Letícia, mas nunca foi correspondido. Aprendeu com a mãe a trabalhar na lavoura e a produzir aguardente. Quando fica sabendo que Letícia e Bento vão se casar, decide se alistar na Força Expedicionária Brasileira para se afastar da moça e tentar esquecer aquela paixão.

Silvana Grimaldi (Thayla Luz) – Italiana, filha de mãe portuguesa, jovem lutadora da Resistência Italiana - partigiana. Ajuda Bento (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias) e Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates) quando eles chegam para guerra.
 
 Rafael Antunes (Fabrício Belsoff) – Administrador contratado por Violeta (Malu Galli) para trabalhar na tecelagem. Natural de São Paulo, é um sujeito tímido, fechado e introspectivo. Sofre um grande acidente de trem a caminho de Campos e tem seus documentos e identidade roubados por Davi (Rafael Vitti).
 
 Emília Pereira (Gaby Amarantos) – Mulher do operário Cipriano (Cláudio Gabriel), mãe de João (Nicolas Parente). Vive ouvindo radionovelas e sonhando com o dia em que irá viajar o mundo e frequentar festas chiques. Também adora cantar e sonha ser Rainha do Rádio. Trabalha como copeira na casa de Violeta (Malu Galli) e Matias (Antonio Calloni). Sua vida vai mudar quando começar a frequentar o cassino e conhecer o falido bon-vivant Enrico (Marcos Veras). 
 
 Cipriano Pereira (Cláudio Gabriel) – Marido de Emília (Gaby Amarantos), pai de João (Nicolas Parente). Homem simples e trabalhador, operário da fábrica. Sujeito sem grandes ambições, mas bom caráter e bom pai. Fica contrariado com os sonhos de grandeza da mulher e tenta fazê-la o tempo todo manter os pés no chão.
 
 João Pereira (Nicolas Parente) – Filho de Emília (Gaby Amarantos) e Cipriano (Cláudio Gabriel), mais conhecido como Jojô. Garoto alegre, esperto e arteiro. Melhor amigo de Madalena (Vivi Sabino).
 
 Elias Costa (Alex Brasil) – Médico da família, dos funcionários da tecelagem e do hospital em Campos. 
 
 Leônidas Lobato (Eriberto Leão) – Tecelão da fábrica. Quando chega no engenho para se candidatar a uma vaga na tecelagem se apaixona por Heloísa (Paloma Duarte). De origem misteriosa, cria uma relação de cumplicidade com o velho Matias (Antonio Calloni), de quem se apieda e se torna um bom amigo.

Iara Viana (Luciana de Rezende) – Secretária da tecelagem, tem um marido acamado e dois filhos adolescentes. É arrimo de família.
 
 Iolanda Flores (Duda Brack) – Vedete do teatro de revista e interesseira. Teve um breve romance no passado com o administrador Rafael (Fabrício Belsoff). Sustenta um filho pequeno, fruto de uma relação com um artista de circo tão desafortunado quanto ela. Se alia a Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita). Divertida e espalhafatosa, vai se tornar amante do vilão, ao mesmo tempo em que chantageia Davi (Rafael Vitti) para não contar a todos que ele não é o verdadeiro Rafael.
 
 Margô Gauthier (Marisa Orth) – Mentora de Iolanda (Duda Brack). Vedete veterana do teatro de revista, uma mulher prática e decidida. Finge que é francesa para fazer tipo, mas seu nome verdadeiro é Margarida. 

Núcleo Cassino

Constantino Andrade (Paulo Betti) – Casado com Julinha (Alexandra Richter) e pai de Arminda (Caroline Dallarosa). Grande empresário dos jogos. Dono de um Cassino em Campos. É um sujeito bonachão, falante e boa praça, que sofre com a mulher que é viciada em jogos, e com a filha, que a seu ver, é uma cabeça de vento.

Julia  Figueiredo Andrade, a Julinha (Alexandra Richter) – Mulher de Constantino (Paulo Betti), mãe de Arminda (Caroline Dallarosa) e amiga de Violeta (Malu Galli). Apesar de o marido ter um Cassino, é impedida de frequentar o local, pois sempre perde e arruma confusão. Ama um carteado. É uma figura simpática e divertida.

Arminda Figueiredo Andrade (Caroline Dallarosa) – Filha de Constantino (Paulo Betti) e Julinha (Alexandra Richter). Melhor amiga de Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela) e sua confidente. É uma jovem fútil e divertida.
 
Santa Figueiredo (Arlete Salles) – Mãe de Julinha (Alexandra Richter). Viúva, depois que perdeu o marido resolveu aproveitar a vida com a fortuna deixada por ele. Se envolve com homens mais novos e vive se intrometendo nas contas do cassino do genro Constantino (Paulo Betti), com quem tem uma relação de gato e rato.

Geraldo Oliveira (Marcello Escorel) – Crupiê do Cassino, homem de confiança de Constantino (Paulo Betti). Ajuda Julinha (Alexandra Richter) nas suas escapadas para apostas.

Enrico Prata (Marcos Veras) – Jovem falido e bon vivant, que vive atrás de uma mulher rica para aplicar o golpe do baú. Vai conhecer Emília (Gaby Amarantos) no Cassino e acreditar que teve sorte, pois além de linda e jovem, ele acredita que ela seja uma viúva rica.

Outros personagens

Mariana Machado (Carolina Romano) – Jovem voluntária da Legião Brasileira de Assistência. Carente e implicante, vai viver atormentando a vida de Julinha (Alexandra Richter) e Arminda (Caroline Dallarosa).

Inácio Cabral (Ricky Tavares) – Jovem matuto, órfão de mãe. Trabalha como garçom e cuida da irmãzinha pequena porque seu pai foi para guerra. Vai se apaixonar por Arminda (Caroline Dallarosa).

Salvador (Jorge Lucas) – Delegado da cidade. 

Participação especial

Padre Romeu (Emiliano Queiroz) – Padre da vila operária na primeira fase.

Além da Ilusão’ é criada e escrita por Alessandra Poggi, com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. 
 
Com informações da Comunicação Globo


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