O ator elege o coronel Boanerges um dos melhores tipos que já interpretou.
Com uma carreira repleta de personagens memoráveis, Tony Ramos elege o coronel Boanerges de 'Cabocla' um dos melhores tipos que já interpretou. Por isso recebeu com muita alegria a notícia de que a segunda versão da obra de Benedito Ruy Barbosa estará de volta a partir do dia 26, no 'Edição Especial'. "Fiquei muito feliz quando soube dessa notícia da reprise de 'Cabocla', 20 anos após a primeira exibição. Para todos nós do elenco e para mim, pessoalmente, é um momento lindo, de uma linda novela, de um belo texto do Benedito Ruy Barbosa. O último capítulo foi um dos mais importantes que eu já fiz na minha carreira", conta o ator.
Na história, Boanerges é casado com Emerenciana (Patricia Pillar) e pai de Belinha (Regiane Alves). Seu maior desafeto é o coronel Justino (Mauro Mendonça), com quem disputa o poder na fictícia Vila da Mata. Interpretar um político sem cair na caricatura foi o maior desafio para Tony ao longo das gravações. "O Boanerges tem uma humanidade muito grande, apesar daquela vestimenta de poderoso. A preparação para fazer isso era deixar fluir o texto, que era tão claro, tão objetivo. Bastava ler bem e entender as entrelinhas", relembra.
Na entrevista abaixo, Tony Ramos conta mais sobre o trabalho em 'Cabocla':
O que achou quando soube que 'Cabocla' iria ao ar novamente, agora completando 20 anos da primeira exibição?
Fiquei muito feliz quando soube dessa notícia da reprise de 'Cabocla', 20 anos após a primeira exibição. Para todos nós do elenco e para mim, pessoalmente, é um momento lindo, de uma linda novela, de um belo texto do Benedito Ruy Barbosa. O último capítulo foi um dos mais importantes que eu já fiz na minha carreira. Enfim, estou muito feliz.
Qual a importância que o trabalho em 'Cabocla' tem na sua carreira?
A importância do coronel Boanerges na minha carreira é daquelas que você coloca na galeria de toda uma carreira de 60 anos. O Boanerges está lá, em um lugar especial, sem dúvida.
A novela tem uma trama política forte. Como foi a preparação neste sentido? Acredita que os temas abordados seguem atuais?
A trama política da novela é forte, mas não é didática e não levanta bandeiras, ela fala de todas as maneiras da política e da importância da reflexão, do povo estar atento aos seus candidatos, a pelo menos procurar se interessar, ter a curiosidade de saber mais sobre eles. A trama está inserida no universo em todos os tempos. É uma novela que se passar novamente daqui a 20 anos, ou se ela for refeita, tiver um novo remake, dará certo. E a preparação para fazer isso era deixar fluir o texto, porque o texto era tão claro, tão objetivo. Bastava ler bem e entender as entrelinhas. São temas que estão atuais, portanto, da mesma maneira eles eram atuais há 20 anos.
O que foi mais desafiador ao interpretar o Boanerges?
O mais desafiador foi não fazer uma caricatura. Boanerges tem uma humanidade muito grande, apesar daquela vestimenta de poderoso. A preparação para mim foi apenas fluir com o que o texto apresentava e tivemos uma direção excepcional, do Rogério Gomes, o Papinha, e do Villamarim (José Luiz), muito atentos e precisos.
Recorda uma cena marcante que fez na novela?
O momento do casamento da filha Belinha (Regiane Alves). Quando ele entra no quarto para ver a filha é um momento muito bonito. Sem dúvida, muito bonito.
Quais as principais lembranças que guarda desse trabalho e da rotina de gravação?
As lembranças que eu mais guardo são os colegas, um elenco afinado, que estava sempre determinado a fazer o melhor possível. E sempre, porque a cena poderia até não pedir tanta dedicação, mas até para dizer um bom dia, subir num cavalo, era feito com um empenho muito grande. E a rotina de gravação foi como a de toda novela, uma rotina puxada. Mas quando você tem o elenco afinado, como tínhamos, um texto superafinado, direção brilhante...quando você tem tudo isso, o trabalho flui.
Como era a relação com o elenco que mais contracenou? Alguma recordação especial desses bastidores?
Eu contracenei com todo o elenco, a minha relação era a melhor possível. Sinto saudade do Umberto Magnani e do John Herbert nos bastidores. Nós tínhamos muita alegria, uma alegria espontânea, natural. Já no final do dia, avançando à noite, cansados, sempre tinha alguém para falar alguma coisa, alguma anedota, alguma observação curiosa. Uma relação que me traz saudades até este momento que eu falo com vocês.
Quais são seus projetos atuais?
Eu continuo com a temporada da peça 'O Que Só Sabemos Juntos'. Ela estará no Rio a partir do dia 22 de agosto. Fica no Rio por três semanas, e depois vamos para Minas Gerais, Brasília e Porto Alegre.
Com estreia dia 26 de agosto no 'Edição Especial', após o 'Jornal Hoje, ‘Cabocla’ tem texto de Benedito Ruy Barbosa, adaptado por Edmara e Edilene Barbosa, com direção de núcleo de Ricardo Waddington e direção geral de José Luís Villamarim e Rogério Gomes.