
Há 15 anos, Taís Araújo foi convidada para interpretar o papel de Helena em "Viver à Vida". Durante seu depoimento no Tributo a Manoel Carlos, lançado no Globoplay na semana passada, a atriz compartilhou suas reflexões sobre sua participação na trama. Ela reconhece que tanto ela quanto a Globo cometeram equívocos ao acreditarem que uma protagonista negra de classe alta seria bem aceita pela sociedade da época.
Taís foi a primeira e única Helena negra até então. Além disso, sua personagem se destacava por ser jovem, solteira, sem filhos e bem-sucedida como modelo internacional. No entanto, tanto a personagem quanto a própria atriz enfrentaram críticas e não conquistaram a simpatia do público.
"Naquela época, era difícil aceitar uma mulher negra bem-sucedida, sem que houvesse uma justificativa clara para sua posição privilegiada", ponderou Taís ao iniciar sua análise. "Recebi uma enxurrada de críticas de diversas fontes, o que me afetou profundamente. Hoje, com mais distanciamento, consigo reconhecer os possíveis erros, tanto meus quanto do Maneco, do Jayme [Monjardim, diretor da novela], e da própria Globo", acrescentou.
Taís também expressou sua convicção de que a verdadeira Helena da novela era a personagem de Lilia Cabral, uma mãe dedicada que cuida de uma filha tetraplégica. "A personagem de Lilia Cabral era quem melhor personificava o espírito de Helena na trama. Por ter participado de tantas novelas de Manoel Carlos, ela merecia ter sido a escolhida para esse papel. O cerne da história residia na relação familiar entre mãe e filha. Sempre tive a sensação de que eu não deveria ter sido a Helena naquela trama. O papel era destinado à Lilia Cabral", afirmou Taís.
Em outubro do ano passado, no programa Assim como a Gente, do GNT, Taís havia relatado o medo das críticas: "Eu comi aquela pilha e fiquei imobilizada, com muito medo de tudo, da minha carreira acabar e não ter outra chance. Eu fiquei paralisada".
Durante o Tributo, Manoel Carlos explicou através de uma carta porque nunca convidou Lília para interpretar uma Helena. Segundo o autor, Lilia é a antagonista ideal, e colocá-la como protagonista seria complicado, pois ela se destaca muito como antagonista. "Ela nunca foi vilã. Suas personagens sempre tinham razões para serem como eram. Nas minhas novelas, todas elas, Lilia sempre se destacou. Não adianta dar um papel pequeno para Lilia. Ela sempre se destaca", concluiu o autor.
Comentários (3) Postar Comentário
Helena jovem e negra bem sucedida não foi o problema. Eu assisti a novela e o problema é que ela não tinha o perfil de uma "Helena". Era chata, xoxa, sem carisma. Parecia a menina rica mimada que acha que tudo deve girar em torno dela. Esse papo de que "naquela época, era difícil aceitar uma mulher negra bem-sucedida" é papo furado pra jogar a culpa do fracasso no telespectador. Deveria reconhecer que não estava preparada pra viver uma Helena do Manoel Carlos e seguir em frente. Mas hj em dia ta facil "culpar" a cor da pele...
Isso aí, Maneco: Lilian é singular! Quanto a Tais, suas personagens são altamente feministas: o público sempre concordou em mulheres terem mais espaço porém sem "guerra de generos"! Percebo que ela deixou de acompanhar grandes atrizes e atores afrodescendentes! Em todas as profissões há História!!! Google está ai para auxiliar nesse quesito!
A culpa foi do autor e do diretor.
Tanto é que logo depois o Maneco foi dispensada, ninguém aguentava mais assistir as novelas chatas, enjoativas e cansativas dele.
Ele foi no auge com Laços de família e Mulheres Apaixonadas, depois disso, ele perdeu a mão.
Umas chatices que não Vale a pena ver de novo!