Qual é a importância de ‘Aruanas’ ser exibida na TV aberta?
Em ‘Aruanas’ toda mocinha também tem um pouco de vilã. É o caso da advogada Verônica, vivida por Taís Araújo. Apesar de seu trabalho exemplar na defesa do meio ambiente e na luta contra o garimpo ilegal na região amazônica, ela é capaz de trair a melhor amiga.
Na reta final de ‘Aruanas’, Taís Araújo comenta sobre a complexidade de sua personagem, mostrando o lado falho e humano até mesmo de uma ativista poderosa e influente. Na entrevista abaixo, Taís também comenta as lições que aprendeu com a série e a importância de uma trama de temática ambiental estar na TV aberta atualmente
No penúltimo episódio da primeira temporada de ‘Aruanas’, previsto para ser exibido nesta terça-feira, dia 23, a equipe da ONG entra no garimpo e salva Luiza (Leandra Leal). Todos são descobertos e ameaçados, porém, índios os salvam em uma batalha contra os garimpeiros. Mas o alívio é logo substituído por um clima de tensão, quando Natalie (Débora Falabella) confronta Verônica (Taís Araújo) sobre a suposta traição da amiga. Escrito por Estela Renner e Marcos Nisti, o thriller ambiental vai ao ar às terças-feiras, logo após a novela 'Fina Estampa'. A série - uma produção original da Globo exclusiva para o Globoplay, em coprodução com a Maria Farinha Filmes - conta com direção artística de Carlos Manga Jr, direção geral de Estela Renner, parceria técnica do Greenpeace e Pedro de Barros colabora com o roteiro.
Como foi a preparação para viver a Verônica?
Em ‘Aruanas’, era muito importante que a gente tivesse um espírito de grupo, com um objetivo em comum. Ficamos fora de nossas casas por um tempo, sediados em São Paulo, vivendo intensamente as preparações. Foi um trabalho bem diferente, quase como em teatro. Tínhamos que nos aprofundar muito no texto, saber exatamente do que estávamos falando. Nos ajudou muito o treinamento que fizemos no Greenpeace e muitas conversas com ativistas. Fora isso, acredito também que me permitir viver essa história fez diferença na construção da personagem.
Qual foi, para você, a cena mais difícil de se gravar?
Eu tive dificuldade de aceitar da trama da personagem, a traição que a Verônica comete. Mas isso também, de certa forma, foi o que mais me seduziu, esse conflito que a personagem carrega, pois é muito humano. Talvez a cena mais difícil pra mim foi quando a Natalie (Débora Falabella) confronta a Verônica sobre minha personagem estar tendo um caso com o marido dela. É muito difícil.
Qual é a importância de uma série com tanta representatividade como ‘Aruanas’?
‘Aruanas’ tem muitos méritos nesse sentido. Na primeira temporada, tínhamos 47% da equipe composta por mulheres, e esse número sobe para 53% agora na segunda temporada. Até mesmo no elenco temos uma grande diversidade. Nós estamos falando de Amazônia, não faria sentido não ter atores de Manaus e de outras cidades locais. E esses atores são peças fundamentais, pois eles conseguem imprimir credibilidade para a série. Quando atuávamos com eles, nos passavam uma potência muito grande, porque eles têm algo que não temos: a vivência. Porque eu, como atriz, posso reproduzir alguma situação, mas, por melhor que eu seja, tem coisas que não posso dar porque não fazem parte do meu repertório, eu não vivi aquilo. Isso enriquece muito nosso trabalho e a série.
Qual é a importância de ‘Aruanas’ ser exibida na TV aberta?
Sempre tivemos o sonho que ‘Aruanas’ fosse para a TV aberta, pela importância do tema e porque a gente acredita que esse tema diz respeito a todos nós. Não é apenas uma história de nicho. O meio ambiente diz respeito à continuação e preservação da nossa espécie. O audiovisual é muito poderoso. Ele vai no coração das pessoas. Uma série com um tema tão importante como esse, no audiovisual, pode atingir até mesmo aquelas pessoas que acham que preservação e Amazônia é muito longe e algo distante das nossas vidas.
O que você aprendeu com a série?
A gente acha que tudo é renovável, como se o lixo fosse evaporar. A gente vive sem pensar nas consequências do quanto a gente desperdiça e gasta. ‘Aruanas’ me trouxe não só a consciência, mas a necessidade de agir. Não é fácil. Para mudar o hábito, tem que querer. São escolhas que a gente faz, desde o que se vai comprar até como comprar e como reciclar. Quando você se se reeduca, você impacta a vida de quem está a sua volta.