Na trama, a atriz dará vida a uma advogada que só conseguiu ingressar na universidade devido a cotas raciais.
A próxima novela das nove, Babilônia, tratará de um assunto um tanto quanto polêmico: cotas em universidades. Quem encabeçará o núcleo será Sheron Menezzes, que dará vida a uma advogada renomada de origem humilde que só conseguiu ter acesso à faculdade devido a programas do governo.
Um dos autores da trama, Ricardo Linhares, em entrevista ao jornalista Daniel Castro, deu maiores detalhes sobre a personagem de Sheron.
"Vamos mostrar na trama como o sistema de cotas nas universidades é importante para dar oportunidade de inclusão a quem estudou em escola pública. Ela foi uma aluna brilhante. E conseguiu trabalho no prestigiado escritório de advocacia da personagem da Fernanda Montenegro. Se não fosse pelo sistema de cotas, ela não teria conseguido ultrapassar a barreira que impede grande parte dos alunos das escolas públicas de chegar à universidade", explicou.
Linhares também aproveitou para esclarecer a polêmica sobre o enfoque da trama, após rumores de que o tema favela tivesse sido diminuído devido à sucessora de Babilônia, Favela Chique.
"A trama de Babilônia não é sobre a favela homônima, que fica no bairro do Leme, nem sobre a vida numa favela, de modo geral. Não vamos abordar tráfico de drogas, UPPs, problemas da comunidade etc..O título se refere à Babel da vida moderna, à confusão do dia a dia nas grandes cidades, à corrupção ética e moral, à dissolução dos costumes, como ocorreu na Babilônia bíblica. No Leme, mostramos a convivência próxima e tão carioca das diferentes classes sociais: os ricos da avenida Atlântica, que moram de frente para o mar, os personagens de classe média, nas ruas internas do bairro, e os pobres da comunidade. Todos frequentam a mesma praia, se cruzam ao passear no calçadão da orla, nas ruas do bairro, na loja de sucos, no supermercado. Essa mistura é tipicamente carioca, onde as barreiras sociais e econômicas não são tão demarcadas quanto na maioria das outras cidades grandes. A convivência, embora natural, gera atritos e conflitos, que serão abordados na história", justificou.
Babilônia estreia em março de 2015, substituindo Império.