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Selton Mello analisa os desafios de interpretar Dom Pedro II

Ele será o protagonista de "Nos Tempos do Imperador".

por Redação, em 12/01/2021

Foto: TV Globo/João Miguel Jr.

Um hiato de 21 anos separou Selton Mello das novelas. Ao longo desse tempo, o ator fez séries, cinema, teatro, mas hesitou em voltar aos folhetins. No entanto, ao ser apresentado a Dom Pedro II ele não resistiu e, cheio de entusiasmo, disse sim. Considerado um dos grandes estadistas do Brasil, Pedro II mexe com Selton há muito tempo e o ator terá a honra e a responsabilidade de interpretá-lo pela primeira vez na próxima trama das seis, Nos Tempos do Imperador, que estreia em 30/03.

“A minha maior motivação de voltar às novelas foi, sem dúvida, a chance de dar vida a Dom Pedro II, um dos personagens mais importantes da história do Brasil e que nunca foi interpretado por nenhum outro ator. Tenho a responsabilidade e a alegria de fazê-lo pela primeira vez, sem comparações, humanizando esse homem tão rico de história e de possibilidades. Estou muito feliz de voltar aos folhetins, é como uma volta pra casa, já que foi nesse gênero que comecei, nos anos 80”, comenta Selton, cujo último trabalho em novelas foi também um homem do século XIX, Abelardo, em Força de um Desejo, de Gilberto Braga.

Para entrar no mundo da família real brasileira, Selton debruçou-se sobre livros de história, conversou com os autores Alessandro Marson e Thereza Falcão, com o diretor artístico Vinicius Coimbra, historiadores, e, embasado de tantos insumos, criou o seu Pedro II “humano, um homem que erra e acerta”, segundo ele. Pela primeira vez vivendo um monarca, mais especificamente um homem com a grandeza de Dom Pedro II, Selton, que para o papel adotou lentes de contato azuis, garante que isso não o deixará tolido nem aprisionado.

“Peguei tudo o que li e ouvi e fiz algo palpável. Tenho criado um Pedro meu, possível, e o público pode gostar dele e ter a curiosidade de ler mais sobre a história do imperador, entender as opções que fiz, o que para um ator é muito interessante”, observa, encantado com a empreitada e seus desafios:

“A monarquia é algo fascinante para nós que vivemos na república. Pedro era o imperador, mas antes de tudo era um cidadão que continha gastos, que fomentava a educação, as artes, a ciência e a cultura, que enxergava a importância de tudo isso para o desenvolvimento do povo brasileiro. Foi o nosso primeiro relações públicas, que viajou boa parte do mundo, convidou estrangeiros para conhecer a Corte. Ao mesmo tempo em que foi criado para comandar a nação, não teve pai nem mãe e sim tutores, contudo, foi pai, e tudo isso resvala na sua relação emocional com a Condessa de Barral (Mariana Ximenes), com a imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella), na criação das filhas Isabel (Any Maia/ Giulia Gayoso) e Leopoldina (Melissa Nóbrega/ Bruna Griphão)... Compor esse homem não é tarefa fácil, mas estou tentando.”

ENTENDA A HISTÓRIA DO IMPERADOR DOM PEDRO II

Na Corte, Dom Pedro II, o Imperador viajante, querido pelo povo, trabalhava para ampliar os horizontes da população investindo na educação, resultado de sua boa formação e forte interesse em cultura, ciência e tecnologia. Viajou para ser conhecido no extenso território e manter a unificação do Brasil. A morte da mãe, Leopoldina, quando tinha apenas 1 ano, em 1826, e ida do pai, Dom Pedro I, para Portugal, com o intuito de disputar a coroa portuguesa, fizeram com que Pedro II, aos 5 anos, fosse educado por preceptores. Enquanto isso, a administração do Brasil ficou a cargo de regentes, até que aos, 14 anos, Dom Pedro II assumiu como imperador. Muito jovem e sem os pais presentes, precisou amadurecer rápido e aprendeu que, antes de pensar em si mesmo, deveria colocar o país à frente dos seus sonhos.

Assim como o pai, Pedro II também teve um casamento arranjado. Casou-se por procuração com a napolitana Teresa Cristina, fruto de um acordo político com a Casa de Bourbon, visando a garantir a sucessão ao trono, e só a conheceu depois. No entanto, aprendeu com ela os valores do casamento, da amizade e da família. Lutaram juntos por um país mais justo, igualitário, com oportunidades na educação e nas artes para toda a população, porém, enfrentaram um caminho cheio de obstáculos e opositores.

Além disso, Dom Pedro II precisou preparar as filhas para assumirem suas responsabilidades como membros da família real. Para ajudar na formação delas, convida a baiana Luísa, a Condessa de Barral, para ser a preceptora das princesas Isabel e Leopoldina. Ele precisava de uma pessoa que lhes dessem noções de etiqueta, educação, assim como um conhecimento vasto do mundo. O nome da condessa chegou a Pedro por meio de sua irmã Francisca, que a conheceu na Europa, quando ela foi sua preceptora também. Preocupado com o futuro das filhas, o desejo do imperador era que as meninas tivessem uma educação digna das melhores, e Luísa era um grande exemplo de mulher preparada para a função. Moderna, educada no exterior, dominando diversos assuntos, muito bem relacionada, Luísa teve acesso a um mundo que Dom Pedro II não teve a oportunidade de conhecer por toda a sua responsabilidade com o Brasil. Ao conhecê-la, Pedro II se viu arrebatado pela sua força e beleza, que o tiraram do prumo e provocaram uma reviravolta em sua vida pessoal.

"Nos Tempos do Imperador" tem previsão de estreia para fevereiro, substituindo "Flor do Caribe".


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