O ator e humorista faleceu em decorrência de uma pneumonia.
É com imenso pesar que o SBT lamenta a morte do ator, escritor, apresentador e comediante Jô Soares, aos 84 anos, nesta sexta-feira, 5 de agosto, em decorrência de uma pneumonia, Jô estava internado desde o dia 28 de julho no Hospital Sírio Libanês, na zona central de São Paulo.
José Eugênio Soares, foi um carioca que veio ao mundo para, dentre outras missões, a nobre arte de fazer rir. Desde pequeno, tinha em seus pais – Mercedes e Orlando – uma agradável companhia e grande incentivo na descoberta de sua verve artística.
Na década de 50, após estrelar inúmeros filmes de comédia, Jô estreia na televisão escrevendo os textos de programas para a TV Rio. Em São Paulo, é responsável pelos textos de humor do programa Simonetti Show, na TV Tupi. Na década de 60, transfere-se para a RecordTV onde ganha seu primeiro programa – Jô Show – e torna-se ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega, responsável por um dos maiores sucessos da década: A Família Trapo.
Em 1970, estreia na Globo em Faça Humor Não Faça Guerra, e faz também Globo Gente, Satiricom, O Planeta dos Homens, até ganhar seu humorístico Viva o Gordo, em 1981, onde desenvolveu uma galeria de personagens que ficaram para a história do humor.
Em 1988, Jô chega ao SBT para renovar as noites de segunda-feira com o sofisticado humor, agora rebatizado de Veja o Gordo, onde carregou consigo personagens de suas atrações anteriores, e criou novos que foram sucesso na emissora, dentre eles a economista Lilia Bife Quibe no jornal Gordo Economia.
Mas foi em agosto de 1988, que uma revolução acontece na carreira de Jô, e na história da televisão brasileira. Jô ganha de Silvio Santos a oportunidade de realizar seu sonho ao comandar um talk show que mesclasse entrevistas, música e humor, inovando com vanguardia os finais de noite da TV brasileira, criando uma fórmula inesgotável que até hoje reflete-se em sucesso absoluto. Estava lançado Jô Soares Onze e Meia.
Motivo de alfinetadas bem humoradas de Jô quando o programa começava mais tarde, Jô Soares Onze e Meia foi ponto de encontro dos telespectadores com personalidades da história recente do Brasil, em todos os setores, de empresários a pessoas comuns, de artistas a desportistas, passando por integrantes da política de todo o Brasil e lançando talentos. Além dos convidados, o elenco formado pelo Quinteto Onze e Meia, os garçons Felipe e Alex, os câmeras Juquinha e Eddie Murphy, o contrarregra Tião e o maquiador Charly entravam nas tiradas bem humoradas do apresentador. O bordão “Não vá pra cama sem ele” era o slogan de todo o brasileiro antes de se deitar, sendo obrigatória a passagem pelo SBT para saber quais eram os entrevistados da noite.
Durante a Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994, comanda uma mesa redonda direto de Los Angeles batizada de Jô na Copa, com a participação de ex-jogadores, celebridades e, inclusivo e antenado, convida pela primeira vez mulheres para debater a performance da seleção.
Em 2000, Jô retorna para a TV Globo, mantendo o estilo de talk show criado no SBT, em Programa do Jô, permanecendo no ar até 2016.
Paralelo a televisão, fez sucesso nos palcos em shows de humor ao estilo “one man show”, shows tocando bongô ao lado do Quinteto Onze e Meia, na década de 90, e escrevendo e dirigindo importantes espetáculos teatrais. Como escritor, lançou best sellers de ficção como “O Xangô de Baker Street” e “O Homem que Matou Getúlio Vargas”.
Jô fora casado com a atriz Thereza Austregésilo, com quem teve o filho Rafael, falecido em 2014. Em 1987 casou-se com Flávia Junqueira.
O SBT se solidariza com todo o público, que tinha em Jô Soares um grande amigo da televisão, e particularmente deseja que Deus conforte seus familiares e amigos.
O velório e o enterro serão fechados para a família e amigos.