Nova estrelada por Humberto Carrão e Marcos Palmeira, criada por Benedito Ruy Barbosa e adaptada por Bruno Luperi, estreia na próxima segunda (22/01).
O remake de Renascer estreia na próxima segunda (22/01) trazendo a história de um homem sem posses e sozinho no mundo, que finca seu destino aos pés de um jequitibá - o maior que já havia encontrado em toda a sua vida. E é na vastidão das plantações de cacau, e tendo a natureza exuberante da região como testemunha, ele renasce e estabelece um pacto que o acompanhará ao longo de toda a sua trajetória.
Essa é a saga de José Inocêncio (Humberto Carrão/Marcos Palmeira), um homem obstinado e destemido, que carrega consigo a coragem e a vontade de se tornar alguém na vida. A obra de Benedito Ruy Barbosa, exibida originalmente em 1993 e que fez história na dramaturgia brasileira, segue atemporal com seus mistérios, dramas, amores, vingança e lendas. E agora, volta renovada através do olhar de Bruno Luperi – seu neto -, que assina a releitura com direção artística de Gustavo Fernández.
Bruno Luperi celebra:
"Renascer pisa em um Brasil mais profundo de forma mais potente. É uma obra épica, atemporal e que está na memória afetiva do público e da televisão, e que agora temos a possibilidade de trazê-las para os dias de hoje. Porque o tempo escreve com a gente. E os valores foram muito ressignificados de 30 anos para cá. Isso determina a maneira como abordar e tratar as narrativas e de como se traduz aquela cena ou dramaturgia para os dias atuais. Ter essa chance de novo é mais um presente que o destino me reservou."
Para Gustavo Fernández, que repete a parceria com Luperi na direção artística, a oportunidade de reviver um clássico é ainda mais desafiador. “É uma grande responsabilidade refazer a ‘novela da vida’ de tanta gente. No fundo é uma história que trata de relações familiares, conflitos, amores, perdas de pessoas queridas, entre outros assuntos. A obra do Benedito é uma dramaturgia atemporal”, reflete.
Renascer é uma novela reescrita por Bruno Luperi baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Gustavo Fernández, direção geral de Pedro Peregrino e direção de Alexandre Macedo, Walter Carvalho, Ricardo França e Mariana Betti. A produção é de Betina Paulon e Bruna Ferreira e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.
A TRAMA
Após o pacto com Jequitibá, José Inocêncio fica conhecido como uma figura mítica ao se tornar o fazendeiro mais bem-sucedido da região por seus êxitos como produtor de cacau. E, ainda jovem, ele conquista o amor de Maria Santa (Duda Santos).
A paixão entre os dois gera quatro filhos: José Augusto (Renan Monteiro), José Bento (Marcello Melo Jr), José Venâncio (Rodrigo Simas) e o caçula, João Pedro (Juan Paiva), o único que não teve a oportunidade de conviver com a mãe, que morre ao dar à luz ao caçula. A fatalidade provoca a revolta em José Inocêncio, que culpa João Pedro pela morte de seu grande amor.
Primeira fase
No encontro com o jequitibá-rei, José Inocêncio planta o seu próprio destino ao dizer as palavras.
"Enquanto o meu facão estiver encravado aos seus pés, nem eu nem você haveremos de morrer... nem de morte matada... nem de morte morrida!".
A história começa no início dos anos 1990 na região cacaueira de Ilhéus, no Sul da Bahia. O encantamento pela árvore conhecida como a "gigante da floresta" é tão emblemático que o forasteiro não percebe a aproximação de jagunços. Sem pertences, ele traz apenas uma garrafa de vidro com um diabinho em seu interior.
A figura, no entanto, não é notada pelos homens contratados pelo coronel Firmino (Enrique Diaz), que acusam José Inocêncio se der um de invasor daquelas terras. Como punição, Zé Inocêncio é pendurado de cabeça pra baixo em uma árvore e é despelado aos poucos.
Até que José Inocêncio é surpreendido pela aparição de um anjo: o mascate Rachid (Gabriel Sater/Almir Sater) que salva o futuro "coronelzinho" na primeira das muitas tocaias que ele irá enfrentar em sua jornada. O episódio não deixa apenas cicatrizes pelo corpo. Ao sobreviver, ele ganha a fama de "homem que tem o corpo fechado para morte".
A sorte não costuma desamparar José Inocêncio e ele ainda cruza com pessoas em seu caminho que farão toda a diferença. Cândida (Maria Fernanda Cândido) será uma delas. Viúva de um fazendeiro da região, é ela quem se depara com o jovem Inocêncio muito ferido em sua fazenda sem fazer ideia da identidade do rapaz.
A conexão entre os dois acontece no momento em que Inácia vê o estado deplorável daquele que está entre a vida e a morte e o ajuda. Após recobrar a consciência, o jovem forasteiro faz uma proposta a Cândida e anuncia que está disposto a ficar com a fazenda para torná-la novamente produtiva. Ainda que incrédula, a viúva decide seguir sua intuição: entrega a fazenda para José Inocêncio e segue rumo a paradeiro desconhecido.
Quem fica ao lado do futuro coronel é Inácia (Edvana Carvalho), a cozinheira da fazenda, que acompanhará toda a trajetória dele, na alegria e na tristeza, ao longo de todos os anos seguintes. Ela também vai ajudá-lo a se livrar dos perigos e das tocaias com suas premonições.
A capacidade de conquistar admiradores e o respeito por onde passa é mais um dos dons de José Inocêncio. Exemplo disso é Deocleciano (Adanilo/Jackson Antunes), seu fiel escudeiro e confidente. Braço-direito e um dos primeiros funcionários na fazenda Jequitibá-Rei, ele ajuda o "coronelzinho" a construir seu império ainda na primeira fase da novela.
Ao lado de sua mulher Morena (Uiliana Lima /Ana Cecilia Costa), Deocleciano será padrinho de João Pedro (Juan Paiva), o filho caçula e desprezado por José Inocêncio, que terá todo o acolhimento do casal desde o nascimento.
A lista de inimigos de José Inocêncio também é grande. De olho nas terras que pertenciam a Cândida, Belarmino (Antonio Calloni) e Firmino (Enrique Diaz), coronéis que dominam a região pelo poder e violência, não estão dispostos a dividir o espaço e a venda do cacau com o "forasteiro". Belarmino enriqueceu nos tempos áureos do cacau, mas com o avanço da vassoura-de-bruxa nas roças, vê seu patrimônio desmoronar. E quando ele tenta se livrar de seu maior desafeto armando uma tocaia, a vingança surge de forma inesperada.
O golpe de mestre de José Inocêncio, que arremata as terras de Belarmino, trará consequências no futuro quando a neta dele Mariana (Theresa Fonseca) aparecer para tentar retomar o que pertencia ao avô.
À medida que começa os primeiros passos para se estabelecer como produtor de cacau e já de posse das terras que pertenciam a Cândida, José Inocêncio também conquista o respeito e admiração dos moradores da região. E o amor à primeira vista surge quando ele e Maria Santa (Duda Santos) se veem pela primeira vez. Santinha, como também é conhecida, vive sob as rédeas do pai, Venâncio (Fabio Lago), capataz do Coronel Belarmino, e da submissão da mãe Quitéria (Belize Pombal).
É justamente no dia em que Maria Santa recebe autorização do pai para acompanhar o cortejo do Bumba meu Boi que ela se apaixona perdidamente por aquele que será seu único e primeiro amor: José Inocêncio (Humberto Carrão). A partir deste encontro, a vida de Santinha mudará completamente. Inocente e sem a experiência com relacionamentos anteriores, Maria Santa acreditará que engravidou depois de beijar o "coronelzinho". O mal-entendido vai gerar uma reviravolta quando ela for abandonada pelos pais na porta da "casa das damas", de propriedade de Jacutinga (Juliana Paes).
Além de se tornar uma segunda mãe para a jovem, protegendo e orientando Santinha, Jacutinga atuará ainda como cupido no romance de Maria Santa e José Inocêncio promovendo o casamento deles em sua própria casa e com as bençãos de Padre Santo (Chico Diaz). Mulher de grande sabedoria, ela terá papel fundamental na construção desta família e será a parteira dos quatro filhos do casal: José Augusto (Renan Monteiro), José Bento (Marcello Melo Jr), José Venâncio (Rodrigo Simas) e do caçula João Pedro (Juan Paiva).
Segunda fase
Os anos passaram. Após 35 anos, desde que o jovem José Inocêncio (Humberto Carrão) fincou seu facão aos pés do Jequitibá Rei e hoje, um fazendeiro bem-sucedido, José Inocêncio (Marcos Palmeira) prosperou nos negócios, mas estagnou na sua vida pessoal. Desde a morte de Maria Santa (Duda Santos) após dar à luz João Pedro (Juan Paiva), ele se fechou para a vida e há muito tempo desconhece a alegria de viver.
Na fazenda, Zé Inocêncio se ocupa com o trabalho nas roças e o investimento no sistema de agrofloresta através da cabruca* para a produção de um cultivo de cacau sustentável. Na lida, ele conta com o apoio de Deocleciano (Jackson Antunes), e em casa, com a lealdade de Inácia (Edvana Carvalho).
Dos quatro filhos, João Pedro, o caçula, é o único que nunca saiu da fazenda nem tem formação profissional. Os demais foram estudar na capital ainda jovens e repletos de oportunidades se formaram "doutores" às custas do dinheiro do pai, que desde sempre arcou com todas as despesas. Zé Augusto é médico, Zé Bento, advogado, e Zé Venâncio, publicitário.
Mas João Pedro (Juan Paiva) não desperdiçou seu talento ao canalizar suas energias na produção do cacau. É um grande conhecedor daquelas terras e herdou o talento do pai com o manejo do fruto, algo que faz de forma muito competente - talvez a única conexão entre pai e filho. José Inocêncio (Marcos Palmeira) e João Pedro carregam mágoas e feridas que nunca cicatrizaram. O trauma causado pela morte de Maria Santa (Duda Santos) ainda é intenso para o fazendeiro assim como a ideia fixa de atribuir ao filho caçula a partida de seu grande amor.
A despeito disso, João Pedro sente enorme orgulho do pai. Vive para agradá-lo e ter ao menos qualquer chance de atenção. Seu único desejo é ter o amor paterno. Crescer com a sombra de ser o causador da maior tristeza que o pai teve na vida não foi fácil.
A situação começa a mudar quando João Pedro conhece Mariana (Theresa Fonseca), a jovem misteriosa recém-chegada a casa de Jacutinga (Juliana Paes). O encantamento é imediato. A beleza e o jeito faceiro da moça atingem o rapaz de jeito, que não demora para fazer uma proposta a Mariana: levá-la para morar na fazenda de seu pai. Era o que ela mais desejava.
Mariana é neta de coronel Belarmino (Antonio Calloni) e de dona Nena (Quitéria Kelly), que a criou com base no ódio que acumulou ao longo dos anos por ter perdido as terras da família para José Inocêncio. A chegada de Mariana à fazenda Jequitibá Rei dará início a mais um conflito entre pai e filho, que se apaixonam pela mesma mulher. Esperta, Mariana seduz José Inocêncio, que decide oficializar a união com a jovem para surpresa de todos e grande tristeza de João Pedro.
A chegada de Mariana na família mexe profundamente com o cotidiano da fazenda Jequitibá Rei e impacta na vida de vários personagens. Mas as verdadeiras intenções da neta de Belarmino (Antonio Calloni) ninguém sabe ao certo. O que fica claro é que nada será como antes. Muito menos para José Inocêncio (Marcos Palmeira).
Preocupados com o futuro, os filhos mais velhos do fazendeiro decidem se aproximar do pai e voltar para Ilhéus. Zé Augusto (Renan Monteiro), recém separado, enfrenta problemas na área profissional com a ameaça de ter o registro médico caçado. Zé Bento (Marcello Melo Jr) vive com dívidas acumuladas e está longe de ser um advogado bem-sucedido. Além de ser sustentado pelo pai é dependente financeiramente da namorada, Kika (Juliane Araujo), também formada em Direito.
Dos irmãos, Zé Venâncio (Rodrigo Simas), o terceiro na linha de sucessão, foi o que melhor soube aproveitar as oportunidades. Sócio de uma agência de publicidade, tem uma carreira estabelecida. Mas na vida pessoal, o casamento com Eliana (Sophie Charlotte) está em crise. As sucessivas discussões, as crises de ciúmes e as traições de José Venâncio indicam que o relacionamento dos dois não tem futuro principalmente quando o publicitário se apaixona por Buba (Gabriela Medeiros), uma mulher bem-sucedida profissionalmente e que sonha em formar uma família.
Se a presença de Mariana (Theresa Fonseca) é novidade na vida dos Inocêncio, a rivalidade com o coronel Egídio Coutinho (Vladimir Brichta) atravessa gerações. Egídio é o filho único de Firmino (Enrique Diaz) e herdou do pai além das roças de cacau, o dom para negociar as produções de outros fazendeiros da região como atravessador.
O coronel vive com sua mulher Iolanda, mais conhecida por todos como Dona Patroa (Camila Morgado). Apesar de submissa e temente ao marido, ela não tem dúvidas em relação ao caráter dele, conhece bem o homem com quem se casou há muitos anos, sofrendo com suas grosserias e infidelidade.
"Renascer" é uma novela reescrita por Bruno Luperi baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Gustavo Fernández, direção geral de Pedro Peregrino e direção de Alexandre Macedo, Walter Carvalho, Ricardo França e Mariana Betti. A produção é de Betina Paulon e Bruna Ferreira e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.