Autores, diretora e protagonistas falam sobre a releitura do clássico folhetim de Cassiano Gabus Mendes, que estreia dia 25/9 na tela da Globo.
Elas por Elas, um clássico de 1982 assinado por Cassiano Gabus Mendes, está voltando para a tela da Globo, só que totalmente repaginado! Na releitura de Thereza Falcão e Alessandro Marson, que vai ao ar após o término de Amor Perfeito, na faixa das 6, as protagonistas Taís (Késia), Helena (Isabel Teixeira), Adriana (Thalita Carauta), Renée (Maria Clara Spinelli), Natália (Mariana Santos) e Carol (Karine Teles) são mulheres independentes, proativas e que são a cara dos tempos atuais.
Em coletiva de imprensa promovida na última segunda-feira (4), as atrizes que interpretam as protagonistas, a diretora artística Amora Mautner, além dos autores Thereza Falcão e Alessandro Marson falam tudo sobre a trama, revelam curiosidades e abrem o jogo sobre o que vem por aí. Confira abaixo!
Elas por Elas é uma história que tem sete protagonistas. Além do resgate da amizade que ficou em hiato por 25 anos, a trama também vai divertir o público evidenciando as particularidades de cada uma dessas heroínas.
Taís, personagem de Késia, é uma modelo elegante e bem-resolvida, além de ser irmã do famoso detetive Mário Fofoca (Lázaro Ramos). No entanto, nem tudo são flores no campo amoroso. Ela se apaixona por Herbert, o homem que acredita ser o grande amor da sua vida. No entanto, no reencontro com seu grupo de amigas da adolescência, ela descobre que o amado é marido de uma delas, Lara, vivida por Deborah Secco.
"Pensar na Taís como uma mulher que foi enganada, achei muito especial na novela. Isso dá para Taís e para Lara o lugar do amor. A Taís não conta à Lara porque ela não quer que a amiga viva essa dor. Então, essa construção da personagem foi bem delicada e bem pensada. A personagem é diferente justamente por causa dessa pauta social", diz Késia.
Ex-participante do The Voice, Késia já participou de musicais no teatro e fez duas séries de TV. Agora, ela encara seu primeiro trabalho como atriz em novelas e ainda na pele de uma protagonista. Um desafio e tanto para a estreante, que já recebe uma chuva de elogios da diretora Amora Mautner: "Vocês vão ficar impressionados com essa grande atriz, ela é uma gênia."
Deborah Secco, Talita Carauta, Maria Clara Spinelli e Mariana Santos, também protagonistas, falaram sobre a construção de suas respectivas personagens e o que trouxeram de diferente da primeira versão do folhetim.
"Sinto a Lara um pouco inédita. Tem, sim, coisas da brilhante Eva Wilma, uma das atrizes que mais admiro na vida, mas ela vem de uma criação de muitas mãos. É quase infantil, divertida, encantada com a vida, que sofre um grande baque no início. [...] Estou junto de seis mulheres que admiro imensamente e que já gosto sei lá como. Disse para Késia que a amo muito. É difícil disso tudo dar errado", afirma Secco.
"A Adriana mantém algumas das características dela da primeira versão. Mas tenho uma sensação que o status emocional mudou um pouco. A história de amor mal curada, acho que deu uma acentuada. É uma personagem que fala muito de cura emocional. Ela tem essa luta, de conflitos que vão chegando, sendo assaltada por esse passado que traz coisas que ela não queria mexer", adianta Carauta.
"Todo mundo sabe que minha personagem nasceu transgênero, mas ela tem características muito fortes da Carmem, feita pela Maria Helena Dias. Na primeira versão, ela era dona de casa. [...] E, agora, ela veio para o mercado de trabalho. Ela não é marginalizada. Ela foi amada, teve apoio na transição, e isso transforma a personagem em uma nova narrativa sobre pessoas transgêneros, inédita no Brasil", diz Spinelli.
"Eu era pequena quando a novela passou, lembro da atmosfera na sala da minha casa na época, da minha família assistindo, da música, das cores", relembra Mariana. "E essa personagem, a Natalia, é muito complexa. É cheia de oscilações de humor e de personalidade."
Helena, papel de Isabel Teixeira, é uma mulher poderosa, casada com Jonas (Mateus Solano). Mas, lá no fundo, ela nutre uma grande insegurança no casamento. Afinal, Helena sabe que Jonas sempre foi apaixonado por Adriana (Thalita Carauta) e foi ela mesma quem separou o casal. "O público adora um triângulo amoroso. E acho que tem uma coisa tão interessante acontecendo... Tem afeto, mesmo na disputa entre as duas. O protagonismo nessa novela é a amizade. Pode ser também que fiquem os três juntos, hoje em dia...", diverte-se Isabel.
Segundo o autor Alessandro Marson, a amizade como fio condutor da trama é o que trará identificação com o público:
"Elas são amigas, se gostam, apesar de tudo, e apesar dos defeitos que podem ter. Isso me atrai muito. É uma novela que fala de amizade, é um tema para todo mundo. As pessoas vão ter empatia por essa história."
"Não tem trama paralela, é muito diferente das características das novelas, onde tem uma grande trama e tem outras tramas paralelas. Mas aqui tudo é trama importante, são sete. [...] Acho que isso vai ser legal para o público", completa a diretora Amora Mautner.