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Pantanal: Entrevistas com Rogério Gomes e Gustavo Fernardes, os diretores artísticos

A novela é aposta da TV Globo para prender a atenção do grande público na faixa das 21h15.

por Redação, em 24/03/2022

Pantanal: Entrevistas com Rogério Gomes e Gustavo Fernardes, os diretores artísticos

Rogério Gomes participa do universo da televisão desde os cinco anos, quando acompanhava o pai, o locutor Hilton Gomes, aos estúdios da TV Tupi. Iniciou a carreira como operador de VT da primeira versão do ‘Sítio do Pica-Pau Amarelo’, na Globo, e depois passou a editor de imagens. Antes de começar a trabalhar com dramaturgia, Rogério editou e dirigiu diversos clipes exibidos no ‘Fantástico’, algumas edições do Hollywood Rock e também o primeiro Rock in Rio. A primeira novela que assinou como editor foi ‘Sexo dos Anjos’. Depois dela, editou ainda ‘Juba e Lula’, ‘Rainha da Sucata’, entre outras obras. Seu próximo passo foi dirigir a minissérie ‘O Sorriso do Lagarto’, adaptada do romance de João Ubaldo Ribeiro e, logo depois, a novela ‘Deus nos Acuda’, de Silvio de Abreu. ‘Vira-Lata’, de Carlos Lombardi, exibida em 1996, foi a primeira novela que assinou como diretor-geral, ao lado de Jorge Fernando. De lá para cá, dirigiu diversas outras produções. Seus últimos trabalhos na Globo foram os sucessos ‘Império’, de Aguinaldo Silva, que ganhou o prêmio Emmy Internacional como melhor novela; ‘Além do Tempo’, de Elizabeth Jhin; a ‘A Força do Querer’, ao lado da autora Gloria Perez; e ‘O Sétimo Guardião’, escrita por Aguinaldo Silva. Em 2021,  foi o responsável pelo desenvolvimento artístico da nova versão de ‘Pantanal’. 

O que o público que é fã de ‘Pantanal’ pode esperar da nova versão?

O público que é fã vem nos acompanhando desde que soube que haveria a nova versão. A primeira curiosidade foi saber quem ia fazer o que, quem interpretaria Juma, Velho do Rio, Maria Marruá etc. Já fiz alguns remakes do Benedito, ‘Sinhá Moça’, ‘Paraíso’, ‘Cabocla’ e sempre há muita curiosidade das pessoas sobre as mudanças que serão feitas, adaptações etc. O que temos a nosso favor é a tecnologia hoje em dia. Na época, Jayme Monjardim conduziu muito bem a novela, foi ousado, fez um desenho de produção diferente, mesmo com todas as dificuldades. Acredito que as pessoas ficarão felizes com o que estamos produzindo.

De 30 anos para cá, a tecnologia vai fazer uma grande diferença no que as pessoas veem na tela, certo?

Certamente. As câmeras são menores, a qualidade de captação é outra, tudo muito mais moderno do que naquela época. As dificuldades técnicas que eles tiveram são diferentes das que encontramos. É claro que ainda houve dificuldade, estávamos em fazendas, em locais muito distantes, tinha a questão do deslocamento, de transportar tudo de um lugar para o outro. É uma empreitada bem complexa. Mas temos essa facilidade das câmeras pequenas, dos drones, câmeras que podem entrar na água. Naquela época, para imagem aérea era necessário um balão. Por tudo isso, conseguimos captar imagens do Pantanal de maneira diferente daquele tempo, quando eles não tinham esses recursos.  

Poderia comentar sobre a escolha das locações no Pantanal?

Visitamos vários lugares e acabamos entendendo que o melhor local era o mesmo onde o Jayme Monjardim gravou a novela há 30 anos. Foi engraçado que o Almir Sater comentou conosco que o Jayme rodou, rodou e terminou ali naquele local. Nós fizemos o mesmo. O local está diferente, as mudanças climáticas também tiveram impacto ali, mas conseguimos uma janela interessante. Além disso, eu já tinha feito ‘Paraíso’ no Pantanal de Poconé (MT), mais próximo a Cuiabá. Lá é muito bonito. Quando começamos a procurar, nós fomos lá, mas optamos por ficar nessa região da Nhecolândia porque tinha tudo o que precisávamos.

Houve uma preocupação em causar o menor impacto possível no meio ambiente?

Com certeza, uma preocupação minha, da equipe e da Globo. Eu sempre tenho um cuidado muito grande com a natureza quando vou a qualquer locação. Demanda energia, investimento e dedicação ter que conscientizar uma equipe com mais de 100 pessoas, mas vale a pena e pudemos ver o resultado lá. Fizemos várias mudanças, tiramos os copos descartáveis, fornecemos a todos garrafas e copo reutilizável, orientamos as fazendas quanto à reciclagem e separação dos lixos, e eles foram muito parceiros nesse trabalho. Sabemos que as gravações impactam de qualquer maneira, mas tentamos gerar o mínimo possível de impacto.

Entrevista com Gustavo Fernandez, diretor artístico

‘Órfãos da Terra’ marca a primeira direção artística do gaúcho Gustavo Fernández na TV Globo. Ele estreou na emissora, em 1999, na minissérie ‘Os Maias’. Em 2004, passou a integrar a equipe da novela ‘Um só Coração’ e no mesmo ano dirigiu ‘Começar de Novo’. Em seguida, dirigiu ‘Belíssima’ (2005), ‘Pé na Jaca’ (2006), ‘Duas Caras’ (2007), ‘A Favorita’ (2008), ‘Cama de Gato’ (2009), ‘A Cura’ (2010), ‘Cordel Encantado’ (2011), ‘Avenida Brasil’ (2012) e ‘Velho Chico’ (2016). Como diretor-geral, assinou a minissérie ‘O Brado Retumbante’ (2012), as novelas 'Além do Horizonte' (2013) e ‘Boogie Oogie’ (2014) e a série 'Os Dias Eram Assim' (2017).  Gustavo será o responsável pela direção artística da nova versão de 'Pantanal' a partir da segunda fase.

Como foram as primeiras semanas de gravação?

Foi bastante interessante. Quando cheguei, estava começando a trilha do José Lucas de Nada, segundo personagem de Irandhir Santos. Foi importante ter começado com um assunto e um personagem um pouco mais apartado da trama principal. Eu e Irandhir já tínhamos trabalhado juntos em ‘Velho Chico’, nos demos muito bem, tínhamos feito um trabalho bacana, então foi um prazer, uma diversão. Estreamos juntos, eu e José Lucas de Nada.

Qual o sentimento de trabalhar nessa obra tão importante na história da teledramaturgia?

É bacana ver como a expectativa é grande, como as pessoas estão receptivas à ideia do remake. Todos falam com muito carinho. Ouço no condomínio, na piscina, desde que foi anunciado que eu faria parte da novela, muita gente mandando mensagem, amigos de Porto Alegre, de onde sou. É uma responsabilidade grande porque tem essa expectativa alta, mas é estimulante também.

Como diretor, qual seu maior ponto de atenção nesta novela?

Manter a mesma qualidade do trabalho que vem sendo feito até agora, seguir o mesmo caminho de Rogério Gomes. Eu chego num momento em que a novela está estabelecida, temos uma frente de gravações significativa, e a linguagem da novela já está bem consolidado, a textura, os personagens. 

‘Pantanal’ é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard, Cristiano Marques e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.


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