Os Outros: Thomás Aquino quer ver a série ganhar reconhecimento internacional

Thomás Aquino está de olho na repercussão de Os Outros, série original do Globoplay com novos episódios às quartas e sextas. A produção quebrou barreiras, se tornou a mais vista da plataforma e já garantiu uma segunda temporada. O ator está radiante ao ver que ela se tornou motivo de discussão entre as pessoas:

"Por ser uma ficção, mas que traz uma realidade, eu imaginei que iria trazer muito assunto pra gente abordar. Traz uma reflexão social. É a função da arte", comenta.

Em papo com o gshow, Thomás comenta a repercussão de Os Outros, relembra sua passagem pelo Festival de Cannes com "Bacurau", fala sobre a expectativa por mais reconhecimento internacional e até entrega alguns spoilers de Guerreiros do Sol, próxima produção do Globoplay.

"Será que nós seres humanos somos capazes de reagir à violência com diálogo? Talvez a nossa sociedade não esteja pronta pra isso", analisa Thomás. Na série ele é Amâncio, um cara pacífico e que evita conflito, ainda mais físico, a qualquer custo.

Um personagem "difícil e complexo", como define o ator, para o qual ele se inspirou em seu pai, alguém que ele diz nunca ter visto explodir, e que nos faz pensar:

"Que tipo de masculino queremos? Eu como homem fico refletindo muito sobre isso. Você não partir pra briga não diminui sua masculinidade", pontua.

Para Thomás, ainda que Amâncio valorize o diálogo, é isso o que falta em seu casamento com Cibele, personagem de Adriana Esteves. "Talvez isso o tenha colocado em um lugar muito submisso", reflete. Mas se na ficção o clima entre os dois é tenso, na realidade é só alegria: "Ela é incrível, muito generosa. Além da experiência, me ensinou bastante coisa", diz sobre a atriz.

E ele não poupa elogios aos seus colegas de cena: "Quem são essas pessoas que apareceram com tanto talento!", comenta sobre Paulo Mendes, Antônio Haddad e Gi Fernandes, estreantes em Os Outros.

"É um elenco muito fiel e firme, sou fã de cada um. É muito bom chegar no set e ver Drica Moraes, Adriana Esteves, Eduardo Sterblitch... Eu tinha falado pra Milhem Cortaz que era fã dele e continuo sendo. Já tinha trabalhado com Maeve Jinkings também, terceiro trabalho nosso, e espero que a gente continue nessa pegada", completa.

Para além de Os Outros, Thomás Aquino também tem muito o que comemorar. Ele vem na esteira do sucesso de "Bacurau", filme brasileiro que venceu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2019, e agora se dedica à Guerreiros do Sol, do Globoplay.

Todas essas produções tem em comum o forte teor social e político. Ele garante que isso não é por acaso: "Hoje em dia eu tenho essa oportunidade de poder escolher os projetos que eu vou fazer. [Entendo que] minha função como ator é essa, indagar esses questionamentos".

Thomás não esconde o orgulho por ter feito parte de uma produção nacional tão emblemática e confessa que fazer a cultura brasileira ser reconhecida internacionalmente é um grande objetivo seu. Por isso as expectativas com Os Outros estão altas. Será que vem Emmy Internacional?

"Sempre que eu faço um projeto, penso no quanto ele pode alcançar o mundo. Tenho essa ganância no bom sentido. Quero que essa arte ultrapasse todos os limites, que vá além, que ela chegue no outro lado do planeta. Se isso acontecer eu vou ficar muito feliz", conta.

E quem sabe essa aclamação fora do Brasil também não vem em Guerreiros do Sol? O pernambucano diz que as gravações para o novo projeto original do Globoplay estão intensas. Ele será o protagonista da produção, interpretando uma versão ficctícia de Lampião.

"Vai ter muita ação, muita morte, muita perseguição, muita gana. Vai ter amor, vai ter romance. Vai ter um misto, um liquidificador de emoções", deixa escapar Thomás, que também entrega o vício da equipe de Guerreiros em Os Outros: "Sempre quando eu chego no set, depois que lançam os episódios (de Os Outros), a gente comenta".

Filmes elogiados, séries que são sucesso, projetos que fazem refletir... O que mais falta para Thomás? "Penso em fazer novela. Pra entender como é esse processo, essa velocidade, esse ritmo de construção do personagem. Se um dia acontecer, e eu espero que aconteça, vai ser uma experiência incrível", revela.