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Mariana Nunes comenta sobre reviravoltas constantes em "Todas as Flores"

Atriz vive Judite Xavier em 'Todas as Flores', personagem de destaque na trama central da novela

por Micael Constantino, em 20/12/2022

Mariana Nunes comenta sobre reviravoltas constantes em "Todas as Flores"

Mariana Nunes tem conquistado os telespectadores de Todas as Flores, novela do Globoplay, com a destemida e sagaz Judite Xavier, mãe de Pablo (Caio Castro) e madrinha de Maíra (Sophie Charlotte), uma jovem que tem deficiência visual e é vítima de um esquema criminoso de tráfico humano. A atriz conta que preparar-se para interpretar a personagem forte, mas misteriosa, exige um processo diferente.

"O João Emanuel Carneiro escreve de uma forma muito específica. As reviravoltas são constantes. Na preparação você sente tem que sentir o nervo principal da personagem, mas você também tem que estar atenta para os possíveis caminhos que essa personagem pode seguir", explica.

"Ela é costureira, líder comunitária, que tem um filho que está sempre perguntando sobre a identidade do pai, mas ela não revela. Então, ao mesmo tempo que ela é correta e tem um compromisso com a verdade, ela esconde uma verdade do filho. Ela é muito misteriosa", detalha.

Estar em um personagem de destaque na trama central da novela é uma vitória para a atriz, que fala sobre a escassez de protagonismos negros na TV. "Começou uma onda de colocar atores pretos em personagens pequenos, que não estavam no centro da trama, mas representavam uma classe social mais alta. A participação de um médico, botavam um ator preto. A participação de um advogado, botavam um ator preto. Agora esses atores pretos estão começando a ter papéis que estão mais no centro da cena. Ainda não está 50% por 50%. Todas as Flores tem quatro protagonistas e uma preta, duas não brancas e uma branca. É massa", analisa.

Antes da novela do Globoplay, Mariana interpretou Joana, uma médica que queria ser mãe em Quanto Mais Vida, Melhor (2021). "Achei a Joana uma personagem muito fora da curva. Ela é uma médica que começava a trama apaixonada pelo patrão e terminava indo para o desejo de ser mãe, independentemente de quem ela estivesse", diz.

Entre as duas novelas, Mariana fez uma série de trabalhos como o filme Grande Sertão Veredas e a série Amar é Para os Fortes. "Em Amar é Para os Fortes, vivo a mãe de um policial jovem que mara uma criança em uma favela no Dia das Mães. Pela primeira vez eu me desloco desse lugar da pessoa que sofre violência policial. Sou uma mulher preta, a mãe de um homem preto que causa essa violência, que cometeu esse delito", diz ela, que após este trabalho esteve no palco do teatro, ao lado da namorada, Tati Villela, com a peça Amor e Outras Revoluções.

"A gente vai voltar para o teatro com essa peça, que tem texto da minha namorada, no ano que vem. Sou eu e ela no palco. A Tati está fazendo novela também, Vai na Fé, a próxima das 7", adianta.


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