Jacqueline Laurence, atriz francesa que foi impedida de se naturalizar brasileira, morre aos 91 anos

A atriz Jacqueline Laurence, conhecida por seus papéis marcantes na televisão e no teatro brasileiros, faleceu no Rio de Janeiro na madrugada desta segunda-feira (17), aos 91 anos. Ela estava internada no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, e sofreu uma parada cardíaca por volta das 2h20, conforme informado pela unidade de saúde.

Jacqueline Juliette Laurence nasceu em Marselha, na França, em 1932, e veio para o Brasil ainda adolescente acompanhando o pai, um jornalista. Embora tenha vivido a maior parte de sua vida no Brasil, nunca se naturalizou brasileira. Em uma entrevista ao site de Heloisa Tolipan em janeiro, ela explicou que diversas circunstâncias, especialmente durante a ditadura militar, impediram sua naturalização. Apesar disso, sempre se considerou brasileira de coração.

Jacqueline nunca se casou e não teve filhos. Ela declarou que os namorados que teve ao longo da vida foram circunstanciais.

Jacqueline Laurence deixa um legado significativo nas artes cênicas brasileiras, frequentemente interpretando mulheres sofisticadas e requintadas nas telas. Ela brincava que sofreu muito para perder o sotaque francês. Na TV Globo, atuou em várias novelas icônicas, incluindo “Dancin’ Days”, “Guerra dos Sexos”, “Cambalacho”, “Top Model”, “O Dono do Mundo”, “Salsa e Merengue”, “Senhora do Destino” e “Babilônia”. Sua última participação na televisão foi na novela “Salve-se Quem Puder”. Ela também fez trabalhos na Manchete, no SBT, na Band e na Record.

Além de sua carreira na televisão, Jacqueline foi uma figura importante no teatro. Nos anos 1980, ela dirigiu o movimento teatral conhecido como Besteirol, que lançou nomes como Miguel Falabella, Guilherme Karam e Mauro Rasi.

Jacqueline Laurence será lembrada por suas contribuições ao teatro e à televisão brasileiros, e por sua dedicação ao ofício que marcou várias gerações de telespectadores e amantes das artes cênicas.

Filmografia/Televisão