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Humberto Carrão relembra momentos de tensão durante gravações de série para o GloboPlay

Ator, que participou com jornalista Caco Bacellos do 'Conversa com Bial, elogiou repórter a quem deu vida na ficção.

por Micael Constantino, em 24/10/2022

Humberto Carrão relembra momentos de tensão durante gravações de série para o GloboPlay

Em meados de setembro estreou no Globoplay "Rota 66 - A História da Polícia que Mata". A série baseada no livro homônimo de Caco Barcellos, fruto de uma minuciosa e detalhada investigação de como agia um grupo de extermínio formado por policiais que integravam a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), em São Paulo, bateu recordes de acesso na plataforma, como contou Pedro Bial.

O jornalista recebeu no "Conversa com Bial", o colega de profissão e Humberto Carrão nesta sexta-feira, 21/10. Fã declarado de Caco, o ator fala com alegria sobre ter dado vida ao repórter gaúcho na série. "O Caco é, desde sempre, uma pessoa especial para mim", disse Humberto, deixando o jornalista sem jeito.

"Acho que eles deveriam ouvir quem não gosta de mim e nem do meu trabalho. As pessoas me tratam com muito carinho nas comunidades, nas favelas, mas, sinceramente não sei como veem meu trabalho fora das comunidades. Sugeri que dessem uma circulada por esses lugares que não frequento", contou Caco, ao falar sobre a preparação para a série.

Humberto destacou alguns momentos de tensão quando gravava a série. "Tenho prazer em fazer cena em que nos misturamos com a vida da rua. Nesse dia estávamos no Centro de São paulo e foi triste perceber que a figuração que tinha que jogar coisas em mim e me xingar contaminou quem estava passando em volta, então rolou um momento pesado de muita gente xingando. Foi tenso. É viver na pele o que o Caco vive na rua", ponderou.

Na reta final da conversa, Bial mostrou aos entrevistados um áudio de Erasmo Dias, coronel que trabalhou de forma truculenta pela manutenação da ditadura militar no Brasil. Nas gravações, o militar admitia que a polícia algumas vezes forjava situações para culpabilizar inocentes, mortos em operações de segurança.

"É uma tristeza que essa brutalidade seja reconhecida de alguma maneira por uma autoridade. Muito triste uma sociedade que transforma matador em autoridade. Depois quando provamos que as coisas não foram legítimas, foi uma execução, nos chamam de defensor de bandido", concluiu Caco.


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