Ex-ator mirim explica decisão de se tornar diretor e empresário

No ar em “Chocolate com pimenta”, como o coroinha Thiago, Bruno Pereira se recorda do trabalho com muito carinho e diz que a repercussão seguiu viva durante todos esses anos, por conta do sucesso das diversas reprises. A novela foi exibida originalmente em 2003 na Globo, segundo informações da jornalista Patricia Kogut, do O Globo.

— Foi uma novela que realmente fez muito sucesso. Eu tinha 15 anos na época e lembro como foi divertido trabalhar numa produção de época. Havia todo um cuidado especial principalmente com o texto. O Walcyr (Carrasco, o autor) dizia que tínhamos que falar tudo certinho, sem mudar nada – conta Pereira.

Ele, que estreou na TV aos 13 anos em “Bambuluá”, conta como lidou com a fama tão jovem:

— Em “Bambuluá”, eu vivi o Morcegão e realmente fiquei muito conhecido na época. Recebi inúmeras cartas, tinha fã-clube, entrava de graça nos lugares, ganhava roupas... Eu não sabia exatamente como agir. Um dia, estava na Globo e vi o Tony Ramos. Percebi como ele era simples e falava com todos sem estrelismo. Eu pensei que era daquele jeito que eu queria ser: gigante, mas com os pés no chão.

Após “Bambuluá”, ele emendou diversos trabalhos na Globo, como as novelas "Sete pecados", "Escrito nas estrelas" e "Amor eterno Amor", esta última o seu trabalho mais recente, em 2012. Então, tomou uma decisão que mudaria a sua carreira:

— Eu estava chateado porque era um ator superdedicado e achava que poderia ser mais valorizado. Um amigo que trabalhava comigo na Globo disse, que para eu ser valorizado, deveria fazer algo grande fora da empresa. E foi um estalo para mim. Dediquei toda a minha energia para fazer as minhas próprias coisas. Comecei a dirigir peças infantojuvenis, por exemplo, e vi que tinha um grande talento para a função.

Ele se especializou na direção de espetáculos infantojuvenis (só este ano, já dirigiu 12), abriu uma escola de artes cênicas e passou também a empresariar jovens atores.

— Sou muito feliz por poder trabalhar com o que eu amo. Tudo o que eu conquistei foi por conta própria. Isso não quer dizer que eu não queira voltar a fazer novelas. No ano que vem, a minha ideia é retomar essa parte profissional. Fiz duas faculdades: cinema e artes cênicas. Este ano, lancei ainda o meu primeiro longa como diretor, “Eu acredito em contos de fadas”, que é baseado numa peça escrita e dirigida por mim. Já rodei o meu segundo filme também, que se chama “Colégio girassol” e sairá em março de 2023 – lista Bruno, que é casado e tem um filho de 2 anos, Benjamim.