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Dois Irmãos: Domingas e a formação do povo brasileiro

Saiba mais sobre a minissérie da Globo, que estreia em janeiro.

por Redação, em 22/12/2016

Domingas (Zahy Guajajara) Foto: Divulgação/Globo

Órfã indígena que foi tirada de sua tribo e recolhida num convento, Domingas (Sandra Paramirim/Zahy Guajajara/ Silvia Nobre) chega ao sobrado de Halim (Bruno Anacleto/ Antonio Calloni/ Antonio Fagundes) ainda criança, com a cabeça cheia de rezas e piolhos. A intenção do jovem casal não era adotar uma filha, mas conseguir alguma ajuda para Zana (Gabriella Mustafá/ Juliana Paes/ Eliane Giardini) nas tarefas domésticas. 

Empregada da casa, calada como um pássaro amazônico aprisionado, a menina cresce e se torna uma cozinheira de mão cheia. Tem um talento singular, que mistura as especialidades da culinária árabe, tradição dos donos da casa, e os quitutes amazônicos, herança de seu povo. Mas sua principal função na casa é outra: suprir um amor de mãe. Desde o parto difícil dos gêmeos, Zana protege Omar (Enrico Rocha/ Matheus Rocha/ Cauã Reymond), o que a faz desprezar Yaqub (Lorenzo Rocha/ Matheus Rocha/ Cauã Reymond). Segregado na própria casa, o filho retraído encontra em Domingas, então uma adolescente, o afeto que lhe falta. “Domingas não representa só os indígenas, mas toda uma sociedade escrava, seja ela do trabalho, da paixão, ou da necessidade de ser livre. Cada espectador poderá se ver um pouco nela. Pode ser pela sua beleza, simplicidade, silêncio, culpa, prazer omisso e também porque cada um de nós pode ser uma Domingas de vez em quando. Domingas é o se doar”, observa a atriz Zahy Guajajara, que interpreta a personagem.

Anos depois, Domingas surge grávida. Dá à luz, mais uma vez em silêncio e sem qualquer questionamento dos patrões, a Nael (Theo Kalper/ Rian Cesar/ Irandhir Santos). É do menino mestiço que cresce no quarto dos fundos da casa a narrativa desta história, construída por meio do que ele presenciou e do que soube de um e de outro, em especial de Halim. Sua busca pessoal pela própria identidade é um símbolo da miscigenação brasileira. “O sobrado é uma metáfora do país, do sistema ora patriarcal, ora matriarcal, das leis que regem os afetos e o poder, dos opressores versus oprimidos, da formação do Brasil,  da mistura do índio com o imigrante”, explica o diretor artístico Luiz Fernando Carvalho.

Com estreia no dia 9 de janeiro, Dois Irmãos é uma minissérie de dez capítulos, baseada na obra de Milton Hatoum, escrita por Maria Camargo e tem direção artística de Luiz Fernando Carvalho.


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