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Cine Holliúdy: Um cabra apaixonado por cinema e sua Marylin do sertão

Na Globo, a série tem estreia prevista para 7 de maio.

por Redação, em 19/04/2019

Foto: Globo/Marcos Rosa

Ele sonha em ser o Chaplin do sertão. Apesar de não ter diploma, é um grande conhecedor da sétima arte. É o dono do único cinema de Pitombas, cidade fictícia do interior do Ceará, o Cine Holliúdy. Francisgleydisson (Edmilson Filho) vê seu sonho ameaçado quando o prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele) instala a primeira TV na praça da cidade. Como bom cearense que é, Francis faz o possível e o impossível para manter vivo seu empreendimento. O que não falta ao cinemista é perseverança.

Envolvido com o personagem principal desta história desde 2004, quando fez o curta-metragem que deu origem aos dois longas homônimos, o ator cearense Edmilson Filho vê em Francisgleydisson um tino para ser o brasileiro que não desiste facilmente das coisas. “Sonhar todo mundo sonha, mas ele vai atrás, toma uma rasteira, levanta de novo e isso é muito positivo”, afirma. 

E é o amor estrambólico de Francis pelo cinema que dispara sua criatividade invencível, e ele passa a produzir seus próprios filmes - falados em ‘cearensês’ - para agradar ao público. “O Francis tinha uma vida normal até que chega o grande bicho, que é a TV, e ele tem que se reinventar. Ele é muito bom em ‘desenrolar’, tentar convencer as pessoas, e não desiste nunca”, explica Edmilson. 

Patricia Pedrosa, diretora artística da série, endossa a visão do ator. “O Francisgleydisson se vê desafiado a enfrentar a televisão quando ela chega à cidade. E como ele é, além de tudo, um grande apaixonado pelo cinema, tem de se reerguer, se reinventar, se recriar para conseguir fazer com que o cinema continue sobrevivendo frente às inovações tecnológicas”, aponta. Criador do filme ‘Cine Holliúdy’ e diretor na série, Halder Gomes defende a ideia de que esse jeito de encarar a vida com leveza e “fuleragem” faz parte do DNA cearense. “Precisamos dessa leveza para amolecer o nosso dia em algum momento”, opina Halder. 

Ao mesmo tempo em que precisa reagir à chegada do equipamento, Francis se vê enrabichado pela moça com nome de atriz de cinema recém-chegada de São Paulo. Mal sabe ele que foi para distrair a tal de Marylin (Letícia Colin) que o prefeito mandou buscar a televisão. 

Linda que só vendo, mas pra lá de invocada, Marylin é uma paulista moderninha que curte o lado vanguardista dos anos 70. Enteada de Olegário (Matheus Nachtergaele), foi levada a contragosto para Pitombas pela mãe, Maria do Socorro (Heloísa Perissé), a nova primeira-dama da cidade. Aos poucos, ela passa a admirar Francisgleydisson, e por isso aceita ser a estrela de seus filmes. E começa a tomar gosto pela interpretação. E por Francis também.

“Marylin é uma mocinha com personalidade, que não leva desaforo pra casa e que pulsa muito forte. É uma garota da capital que chega em uma cidade pequena e rejeita isso a princípio. Ela vai acessando a este mundo sonhador da criação artística e tem a chance de se salvar. Ela é salva pela arte”, adianta Letícia Colin, que faz sua primeira experiência de comédia na TV. 

Além da mocinha ispilicute de cabelos platinados, Francis conta com seu melhor amigo de infância e fiel escudeiro Munízio (Haroldo Guimarães) para seguir adiante com suas próprias produções. Companheiro de todas as horas de Francis, esse cabra um tanto abirobado enxerga no amigo cinemista uma mistura de pai, irmão mais velho e mestre kung fu. Porém, quando Francis viaja muito em seus delírios, é Munízio quem dá a real.

“Munízio é um trabalhador braçal. E, ao contrário do que pensam, trabalhador braçal é alguém que tem que usar muito o raciocínio, alguém que tem que estudar, se formar. O universo de conhecimento do Munízio é grande e muito importante. Ele é mais um dos milhões de trabalhadores brasileiros e faz o cinema andar. Leva diversão para as pessoas e tem uma função tão importante quanto a do Francisgleydisson. Sem o Munízio não há cinema. Ele tem uma pureza, uma fofura, e a relação de amizade entre eles é para o que der e vier. Eles precisam um do outro, mas não é só uma relação de necessidade mútua. Munízio é capaz de abrir mão de alguns de seus próprios sonhos para fazer com que o amigo seja feliz. Um tem ao outro. Um é família do outro”, detalha Haroldo. 

Com estreia prevista para 07 de maio, ‘Cine Holliúdy’ é uma série de Marcio Wilson e Claudio Paiva, baseada no longa-metragem homônimo escrito e dirigido por Halder Golmes. A direção artística é de Patricia Pedrosa e a direção de Halder Gomes e Renata Porto D’Ave. A obra de 10 episódios conta com participações especiais de Ney Latorraca, Chico Diaz, Miguel Falabella, Ingrid Guimarães, Falcão, Tonico Pereira, Bruno Garcia, Rafael Infante, Rafael Cortez, entre outros.


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