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Bruno Luperi fala sobre o fim de "Pantanal" e de novos projetos

Autor afirma que ficou satisfeito com o resultado final de Pantanal.

por Micael Constantino, em 07/10/2022

Bruno Luperi fala sobre o fim de "Pantanal" e de novos projetos

Em entrevista para a  coluna da jornalista Patricia Kogut, do O Globo, Bruno Luperi fala que está cansado após escrever "Pantanal", porém cheio de vontade de tirar novos projetos do papel. Ele estava escrevendo a adaptação do livro "O Arroz de Palma" para a faixa das 18h da Globo quando foi convidado para assinar o remake, em 2020.

— Estou em conversas com a Globo. Eu tenho muitas ideias. Mas tem um ciclo, e "O Arroz de Palma" faz parte de um ciclo importante neste momento. Quando me disseram que queriam que eu escrevesse "Pantanal", respondi que ia retomar "O Arroz" depois da novela. Era o que estava averbado, foi o acordo. Nisso, mudou a direção inteira da Globo. Então, não tenho como adiantar nada. Vai ter coisa boa para vir, seja qual for, seja onde for. Eu quero escrever muito. Tenho uma carreira longa ainda. Sou apaixonado pela profissão — afirma o autor, de 34 anos.

Além de "O Arroz de Palma", Luperi tem outras possibilidades à vista.

— Tem outros três temas em que que trabalho em paralelo. Como escrevo sozinho, como meu avô fazia, tenho que acabar um projeto para fazer outro — explica ele, que se inspira no estilo de Benedito Ruy Barbosa. — É dessa maneira que gosto de fazer. "Pantanal" é uma novela com política, com um viés transformador da sociedade. Toca num Brasil profundo, foge do eixo padrão. Isso não quer dizer que no futuro eu não possa escrever novelas sobre São Paulo, por exemplo. Eu gosto é do Brasil. Tenho interesse em visitar nossa história, acho que ela precisa ser contada. É algo muito rico para ser esquecido.

Luperi se mostra convicto das decisões que tomou em relação à trama, visto que se trata de uma obra fechada. Ele foi muito cobrado pelo público ao longo do processo para alterar os cursos da história:

— Entreguei o último capítulo na véspera da estreia. Se estivesse escrevendo hoje, com dez, 20 capítulos de frente, seria diferente. Porque a gente está vendo outras camadas. Conheço os personagens hoje. Depois que o ator atua, o diretor dirige e o público reage, você entende as coisas. O público é fator determinante no sucesso. Você pode escrever a melhor novela, mas, se ninguém assistir, vai ser um fracasso. Fazer diferente a gente sempre vai querer fazer. Se hoje recebesse o desafio de voltar para o capítulo um e escrevesse de novo, seria diferente. Mas estou satisfeito com o resultado. O termômetro que meu avô tinha eu estou sentindo agora, que é quando o público quer escrever junto e até a crítica palpita sobre o rumo de um personagem. Isso é novela. Mas, depois que as decisões foram tomadas, olhar para trás e querer julgar é fácil. Naquela condição em que eu estava, faria do mesmo jeito. Hoje, faria diferente. Amanhã, faria diferente de hoje...

Ele se diz transformado depois de todo o processo, com mais conhecimentos sobre direito de família, racismo, homofobia e outros assuntos. E acredita que o telespectador também encerra da mesma forma:

— O que sinto do público é que a novela vai embora e deixa algo bonito. Acredito muito que estou deixando mensagens muito positivas, sejam políticas, ambientais ou comportamentais. Discutimos temas importantes, num linguajar palatável para o Brasil. Todo mundo consegue participar da discussão, é uma coisa democrática.


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