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Bruno Luperi, autor do remake de Pantanal, comenta cenas da novela

O escritor reviu alguns dos principais momentos da trama, que se encerrou na última sexta-feira, 7.

por Redação, em 09/10/2022

Bruno Luperi, autor do remake de Pantanal, comenta cenas da novela

Passados sete meses de trama no ar, Pantanal chega ao fim diante da conquista de fazer jus à versão original, exibida há 32 anos, na extinta TV Manchete. A história criada e escrita por Benedito Ruy Barbosa foi atualizada pelo neto dele, o também autor Bruno Luperi, que, a convite do gshow, analisou algumas das principais cenas deste remake.

Reveja os momentos e leia os comentário do escritor aqui embaixo!

Joventino começa a se tornar o Velho do Rio

“Essa é uma das cenas que eu considero ter um alicerce desta adaptação inteira, porque, quando li a primeira versão, à luz do nosso tempo, essa figura dos Leôncio e o valor moral deles seria muito questionado, uma vez que eles tivessem feito fortuna com base na exploração animal e nos maus-tratos. Então, neste trecho inteiro onde ele sai de um peão se despedindo de todos aqueles itens de doma diante desse animal, está toda a mensagem do porquê esse cara encantou no Velho do Rio. Ele realmente se conectou com a natureza”, pontua Bruno, que ainda acrescenta:

“Essa cena vai ficar gravada na minha memória, primeiramente, pelo trabalho do Irandhir (Santos) e da direção”.

Velho do Rio 'casa' Jove e Juma

“Foi uma cena que tocou muito público, que teve uma repercussão muito grande, e é também uma das cenas que carrega muito o valor da mensagem dessa novela. Porque Deus é, sobretudo, o amor. É a relação de amor entre os seres, não só humanos, mas entre todas as espécies. E, independentemente da crença, todos pregam algo muito parecido. Não existe um Deus que pregue o ódio, que pregue a desavença. Se eu não me engano, essa possessão inteira foi uma coisa que eu criei. Já não sei mais dizer o que é de quem aí", diz ele.

Maria vira onça

“Essa cena também é o nascimento da lenda. Literalmente, depois daqui, a gente corta para o Gil contando na chalana que viu a mulher virar onça na frente dele. E a gente tentou mostrar tudo na perspectiva do olhar dele. Então, ele viu a esposa virar onça. Se ela virou onça de fato ou não, pouco importa. Ele viu a mulher que ele casou, que perdeu os filhos, que sofreu a vida inteira, se transformando em algo muito mais poderoso. É uma potência da natureza isso".

"É aquela coisa do ‘causo’ (...) pouco importa se é verdade, não é?

Pai e filho se reencontram

“Para mim, era muito claro que a premissa desta história é o reencontro de um pai com um filho, que é uma coisa muito íntima do meu avô, que perdeu o pai muito cedo e, de uma certa maneira, nunca enterrou aquele parente dele. Então, é algo muito próprio dele, é uma história muito particular, que ele traduziu em peões o que ele queria ter vivido com o pai”.


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