Gabriel revisita as decisões que tomou em relação a Larissa e Fred Nicácio.
A passagem de Gabriel Santana pelo ‘BBB 23’ foi marcada pelo afeto, palavra utilizada inúmeras vezes pelo público e pelos confinados em associação ao seu nome e ao desempenho no game. O ator, que aceitou o convite por ser muito fã do programa, conta que teve a oportunidade de descobrir mais sobre si mesmo dentro do confinamento. Também nele, ficou marcado pela maneira como conduziu as situações positivas e embaraçosas que enfrentou junto aos companheiros e adversários, ora taxada como falta de comprometimento, ora como características de um jogador equilibrado. Ele prefere ver de outra forma: “Lá dentro eu fui como aqui fora: esse cara que fica martelando na cabeça dos amigos, dando conselhos, sendo fofo, aproveitando muito as festas, beijando muito na boca, se divertindo da maneira que ele encontra. Tento fazer a vida ser leve. O mundo já é pesado demais; que eu seja um alívio”.
No papo a seguir, Gabriel revisita as decisões que tomou em relação a Larissa e Fred Nicácio – de volta ao game pela dinâmica de repescagem –, fala sobre a importância de Sarah Aline e Bruna Griphao na sua vivência do reality, arrisca dizer quais são os jogadores mais fortes e mais fracos atualmente e declara sua torcida pelo primeiro lugar.
Você contou que sempre foi muito fã do BBB. Participar do programa foi como imaginava? O que mais te surpreendeu?
É impossível conseguir imaginar como é um BBB, até porque todo ano é muito diferente. Eu sempre assisti ao BBB em família, temos essa tradição. Sempre achei o programa muito interessante mesmo antes de existirem os grupos Camarote e Pipoca, e eu ter margem para entrar de alguma forma. Quando começou a ter a dinâmica dos Camarotes, comecei a pensar como seria o Gabriel ali. Eu e meus amigos sempre brincávamos sobre isso imaginando diferentes cenários. E foi muito bom participar do programa! A coisa que mais me surpreendeu, por mais que eu assistisse pela TV e pensasse “nossa, deve ser muito intenso viver isso tudo”, de fato foi ser a experiência mais intensa que eu já vivi na minha vida. Tanto pelas sensações como pelas emoções, altos e baixos, dúvidas e certezas... Parece que é um minilaboratório do que a sociedade é aqui fora, só que dentro de uma casa. E é muito louco que, ao mesmo tempo em que o que mais me incomodava era a intensidade, o que eu mais gostava também era da intensidade, mesmo com seus altos incríveis e baixos muito ruins. A maior magia do BBB é também a maior dificuldade dentro dele.
O público escolheu a Sarah Aline como sua dupla e vocês tiveram uma conexão muito grande durante o confinamento. Como você vê essa amizade?
A Sarah foi um encontro na vida. Ela é uma menina muito doce, muito alegre e muito inteligente, que consegue comunicar exatamente o que quer falar. Eu me identifico com ela em muitos aspectos, e acho que muito da minha força dentro do BBB veio dela porque, nos meus momentos de fraqueza, ela estava ali para me aconselhar, me dar apoio, e vice-versa. Fomos um encontro um para o outro de suporte emocional e racional. A minha relação com ela foi muito boa, independentemente de beijos ou qualquer outra coisa (risos). O mais importante que eu levo da minha trajetória com ela é esse carinho que ficou entre nós dois.
Seu jeito afetivo no convívio levou os outros participantes a dizerem que você se comprometia pouco no jogo. Acredita que poderia ter adotado uma outra postura para equilibrar a balança “jogo x convivência”?
O ‘Big Brother Brasil’ é um jogo que, em 99% das vezes, você não sabe jogar e só tem uma chance de jogar. Acho que se eu fosse revisitar o BBB como um todo, eu não mudaria nada porque seria a minha primeira experiência. Em uma segunda experiência, quem sabe – nem sei se aceitaria (risos) – eu acho que as coisas seriam bem diferentes porque eu já teria familiaridade com o programa. É um pouco da mesma sensação que eu tive quando fiz testes para ‘Malhação’. Na primeira vez, eu estava supernervoso, com altos e baixos, dificuldades. Na segunda vez que eu fiz o teste, foi tão intenso quanto, tão difícil quanto, mas eu fiquei muito mais tranquilo. Eu já sabia lidar com os sentimentos que eu estava sentindo ali. Em uma possível segunda participação minha no BBB acredito que seria algo parecido. Tão intenso quanto, com outras experiências e novidades, mas com um Gabriel ainda mais equilibrado e conseguindo decidir melhor suas atitudes ali dentro, de acordo, talvez, com o que o público mais quisesse ver.
Qual era sua principal estratégia para chegar ao primeiro lugar?
Olha, eu entrei sem estratégia nenhuma em mente, fui construindo e readaptando a cada semana. Mas o meu plano foi sempre ser o Gabriel (risos). Eu acho que não conseguiria ser alguém que eu não sou. Lá dentro eu fui como aqui fora: esse cara que fica martelando na cabeça dos amigos, dando conselhos, sendo fofo, aproveitando muito as festas, beijando muito na boca, se divertindo da maneira que ele encontra. Tento fazer a vida ser leve. O mundo já é pesado demais; que eu seja um alívio. É um pouco do que eu penso para a minha vida e foi o que eu tentei ser lá dentro. E também tem muito do que eu falei nas primeiras semanas e repeti algumas vezes: eu sou responsável pelo que eu falo e faço, não pelo que você entende. Sou responsável pelas minhas atitudes, não pelo que você interpreta a partir delas. Acho que por isso a galera teve uma visão sobre eu ser “sonso”, “gato sorrateiro” e, no final das coisas, eu acho que tem muitos outros gatos sorrateiros ali dentro e eu nem sou o maior deles (risos). Foi uma experiência incrível, de verdade, e eu sou muito grato ao BBB.
Quem são esses outros “gatos sorrateiros”?
Falei lá no jogo e na cara dele: o Alface [Ricardo] é o maior gato sorrateiro da edição. Está no Fundo do Mar, mas está conversando com o Deserto; aí troca ideia com o Deserto, dá dicas de jogo, mas quer imunizar a Domitila, que foi a pessoa que ele falou para as meninas não votarem na semana... O Alface é complicado (risos).
Se não fosse a aliança com o quarto Fundo do Mar, quem você elegeria como participantes com quem gostaria de jogar junto ou que mais pensavam parecido com você?
É muito difícil falar isso a partir do momento em que, desde a primeira semana, eu já estava com a galera do Fundo do Mar. E, diferente de muitas pessoas, eu de fato consegui criar relações muito verdadeiras com todo mundo ali. Mas, existem algumas pessoas que eu achava muito interessantes pela forma que jogavam e se posicionavam, não necessariamente por essa forma ser parecida com a minha. O MC Guimê foi uma pessoa cujo jogo eu julgava um pouco no começo, mas ao longo do confinamento a gente foi conversando, se conectando e vendo que o game um do outro era muito interessante. O Fredinho [Fred] também é um cara muito incrível. Estou sabendo de algumas falas dele sobre mim durante o jogo, mas também estou sabendo que, depois que foi eliminado, ele falou que eu sou uma das pessoas que ele quer levar para a vida e que ele gosta de mim; é recíproco, eu também gosto muito dele. A Sarah Aline, com certeza seria uma pessoa que eu, estando ou não estando no Fundo do Mar, gostaria de ter junto no game. E a Marvvila, pessoa mais coração da casa. Se eu sou afetivo, ela é mil vezes mais, só que ela tem um jeito inocentezinho e muito birrento de demonstrar esse afeto (risos). Mas acho que é, de longe, a pessoa que tem mais carinho e afeto para dar na casa.
Quais foram os momentos que mais te marcaram, de tudo que você viveu?
Acho que é inegável que os paredões marcam muito, né? A formação dos meus paredões, vivendo a espera do resultado de domingo a terça, foi muito intensa. Eu sempre ficava bem no domingo e na segunda, mesmo estando no paredão, e na terça ficava meio instável. Então, acho que foram esses os momentos em que eu me senti mais vulnerável, que eu senti as maiores dificuldades no game, que eu senti a pressão, de fato, de estar no BBB.
O que acha que faltou para você ir mais longe na disputa?
Acho que o que faltou foi não ser o Gabriel (risos).
Mais recentemente, você revelou estar gostando da Bruna. O que ela representava para você no confinamento?
Acho a Bruna uma pessoa apaixonante mesmo. Ela é muito gente boa, se posiciona da maneira como ela tem que se posicionar, mas sabe reconhecer os erros dela. A gente foi se aproximando e criando uma relação aos poucos. E digo relação como a que eu tive com a Sarah, com a Marvvila, com o Fredinho, com a Larissa, com todo mundo. Relação entre duas pessoas. Em um dado momento ela foi muito importante porque a presença dela me fazia muito bem, conseguia me deixar menos instável. Eu conseguia ficar mais estável durante o game porque a gente trocava muito afeto.
Você criticou o retorno de dois participantes ao jogo e disse que a Larissa seria seu alvo. No entanto, quando teve a oportunidade de puxá-la para o paredão, escolheu a Amanda. Analisando hoje, teria feito diferente nesse contragolpe?
No game – e foi uma coisa que conversei com a Amanda depois do último jogo da discórdia –, jogar todo mundo joga. Se são as melhores jogadas, não sabemos. O pessoal fala “fulano não movimenta game, a pessoa é planta, é isso, é aquilo”, mas eu não acho. São movimentações de game que, na nossa cabeça, muitas vezes fazem sentido, mas quem está assistindo e conseguindo acompanhar uma linha cronológica muito melhor do que a gente, que está caminhando intensamente, acha que que está sendo incoerente. Eu acho que pelo o que eu tinha de informação no momento do meu contragolpe e pela surpresa, também, de ter tido um contragolpe naquele momento, eu fui coerente com o que eu estava pensando e sentindo. Hoje, analisando um pouco melhor e ouvindo a percepção das pessoas que estavam aqui fora, talvez o melhor teria sido seguir a minha intuição e não o meu racional. Mas, acho que o ‘Big Brother Brasil’ é essa maluquice de entender que momento é para ouvir o racional e que momento é para ouvir o emocional. E, pelo que eu estou entendendo, quando era para ouvir o racional eu ouvia o emocional, e vice-versa. Foi uma loucura (risos).
No último jogo da discórdia, você elegeu o Fred Nicácio como a pessoa mais importante para você na casa e, antes, também chegou a cogitá-lo como opção de voto. De que forma essa relação com ele mudou desde que ele retornou para a casa?
Na minha cabeça, isso foi uma construção quase óbvia. Desde que ele chegou, eu sentei com ele para conversar sobre a presença das duas pessoas que estavam na repescagem ativarem gatilhos em mim de insegurança, de medo, de me sentir mais distanciado do game. O tempo inteiro a gente segue uma linha de raciocínio e, do nada, o game vira em 360 graus e você pensa: “Eu estou aqui feito um maluco tentando entender o jogo e tudo muda de novo”. E, fato, para mim, assim como para muitas pessoas da casa, eu tive essa sensação e declaração sobre a entrada dos dois, que independentemente de serem aliados ou não, mexe com a nossa cabeça de game. Essa minha insegurança me fez rever minhas prioridades e entender que, talvez, ele não fosse uma delas no momento. Mas, quando ele volta, eu vejo que ele dá um suporte emocional muito grande para a Domitila e para o Cezar e que ele tem um afeto muito grande com as pessoas do Fundo do Mar e com as nossas dores. Quando eu vou ao paredão e, antes do bate e volta, ele olha nos meus olhos e me dá o mesmo suporte que o vi dando para as outras pessoas. Ali é como se ele tivesse me dado uma rasteira do tipo “caramba, eu estou querendo fazer game com ele, colocá-lo no paredão, e ele está aqui só para desejar o meu bem nesse momento”. Então, o Fredão [Fred Nicácio] foi de fato a pessoa mais importante para mim nesta semana porque ele me deu um apoio emocional muito forte. Além disso, para o meu jogo, quanto melhor as pessoas do Fundo do Mar estivessem, melhor eu ficava, indiretamente. Então, para mim, ele foi importante direta e indiretamente.
Quem você acredita que são os jogadores mais fortes neste momento?
Na percepção do Gabriel que viveu lá dentro, acho que o jogador mais forte é o Alface [Ricardo], por mais que eu saiba que ele tem muita chance de “morder o próprio rabo”. Acho que esse é o problema dele desde o começo do BBB. Vejo que ele vem em uma melhora constante nisso, mas, às vezes, ele cai, se derruba sozinho. Mas, é um forte candidato. E, pelo que eu entendi aqui fora, talvez o Black [Cezar] também seja. Acho ele uma pessoa incrível também. Das pessoas que me disseram que talvez tenham mais chances de vencer, essas são as duas que eu mais gostaria que vencessem.
E quais são os mais fracos, na sua visão?
Aí o público vai me matar (risos), mas, se eu fui julgado por ser planta, a Aline e a Amanda com certeza são também. Movimentação de game não existe por elas. Podem ser pessoas autênticas, podem ser pessoas maravilhosas, como eu sei que são, convivi e cansei de falar, mas movimentação de jogo nem quem estava jogando com elas nem quem estava no Fundo do Mar nunca conseguiu ver.
Você falou quem queria que ganhasse com base na suposição dos mais fortes do jogo. Mas, quem você quer que saia vencedor do ‘BBB 23’ e tem sua torcida, de fato?
Minha torcida real oficial fica para Sarah e Marvvila, que são meu pódio. São as pessoas que eu mais conheço e mais sei do coração. Tenho certeza de que, se elas se ligarem no jogo, têm grandes possibilidades porque são duas pessoas muito capazes.
Quem é o Gabriel que sai do BBB em comparação ao que chegou ao reality?
Um Gabriel com muito menos cabelo, em primeiro lugar (risos). Com muito menos medo de ser quem é, em questões identitárias e em todas as outras também. Falei em todas as entrevistas e é verdade: viver o BBB me adiantou em uns três ou cinco anos de terapia, pelo menos (risos). É muito intenso. Eu estava o tempo inteiro me observando e observando meus comportamentos, o que eu sentia. Eu reagi ao game de uma maneira muito madura para comigo mesmo. Encarei isso como um lugar de muito acolhimento comigo mesmo. Tentei me acolher o tempo inteiro e acho que isso me fez evoluir muito como pessoa.
Para o pós-BBB, você já tem algo planejado?
Antes do BBB, eu estava organizando algumas produções teatrais autorais junto com dois amigos meus; vamos fazer coprodução. O BBB foi uma plataforma incrível para que eu conseguisse visibilidade para esses projetos. Quero muito fazer teatro, quero muito escrever uma série que vai falar de coisas que eu já vivi. Vou colocar em uma história fictícia muito sobre o Gabriel e, a partir disso, vou inventar coisas, vou modificar outras, vou incluir coisas como de fato foram... É um projeto que eu quero fazer com a minha produtora cultural e tem tudo para ser muito lindo. Além de receber convites externos! São sempre bem-vindos. Um ‘BBB 24’? Brincadeira! (risos). Mas, quem sabe, uma novela, filmes, séries. Eu estou completamente disponível para isso também.
E no gshow tem mais Gabriel Santana. O ex-brother estará no ‘Mesacast BBB’. Patrícia Ramos e Jeska Grecco conduzem o papo para saber como foram os primeiros dias do eliminado da semana fora do jogo. A transmissão acontece nesta sexta, às 12h, ao vivo no gshow e no Globoplay. E a versão on demand desse episódio do ‘BBB Tá On’ vai ficar disponível no gshow e nas plataformas de áudio para o público rever e ouvir quando quiser.
O ‘BBB 23’ tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após ‘Travessia’, e domingos, após o ‘Fantástico’.
Além da exibição diária na TV Globo, o ‘BBB 23’ pode ser visto 24 horas por dia no Globoplay, que conta com 11 câmeras ao vivo, um mosaico com sinais simultâneos, dispõe do programa na íntegra, edições do ‘Click BBB’ e o ‘Bate-papo BBB’. Todos os dias, após a transmissão na TV Globo, o Multishow exibe uma hora de conteúdo ao vivo da casa, flashes ao longo do dia e o ‘BBB – A Eliminação’, exibido às quartas, às 20h. No gshow, além de votar e decidir quem sai do jogo, o público pode acompanhar conteúdos exclusivos, como o ‘Bate-Papo BBB’, a ‘Live do Líder’ e resumos do que de melhor acontece na casa.