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BBB20: Ivy, em alto e bom som

A ex participante abre o jogo.

por Redação, em 21/04/2020

Foto: Victor Pollak/TV Globo

Uma montanha-russa. Assim Ivy descreveu seus momentos no jogo. Para muitos, ela entrou no 'Big Brother Brasil' como um anjo da guarda: chegou trazendo muitas notícias da casa de vidro – enviadas diretamente pelo público. Para outros, esse foi um privilégio mal administrado. Já a sua experiência no reality não se pode negar: ganhou duas lideranças, duas provas do anjo, se divertiu em todas as festas e falou – muito e alto – tanto quanto podia. Olhando para trás, para a ex-participante, eliminada no paredão contra Rafa Kalimann e Thelma com 74,17% dos votos, a caminhada de altos e baixos valeu como um aprendizado. “Saio do programa uma pessoa mais madura. Creio que vou crescer, amadurecer e aprender ainda mais, e estou aberta a isso. O BBB foi só o pontapé para esse caminho”, reflete. A seguir, ela mostra seu ponto de vista sobre tudo que viveu no reality e conta se entrar na casa depois de duas semanas de jogo iniciado favoreceu ou prejudicou sua trajetória.

Você ficou entre os seis últimos participantes do BBB 20. Esperava ir tão longe na competição?

Não esperava, sendo muito sincera. No primeiro paredão, com o Daniel e a Flayslane, eu já achei que iria sair porque eu sou uma pessoa muito “falante”, que grita muito, extravasa, que não tem muito filtro para falar – e é até uma coisa que eu preciso aprender a ter. Pensei que algumas pessoas poderiam gostar muito e outras poderiam odiar esse meu jeito. Mas, depois disso, não fui mais ao paredão. Por isso nesse imaginei de novo que eu iria sair.

Mas você sobreviveu ao seu primeiro paredão. Por que acha que isso aconteceu?

Pelo que eu vi aqui fora, o pessoal estava bem chateado com o Daniel, que estava no paredão comigo da primeira vez, pelas posturas que ele estava tendo dentro da casa de não seguir tanto as regras e acabar perdendo muitas estalecas. Acho que isso fez as pessoas começarem a ficar de saco cheio aqui fora e acabarem eliminando ele primeiro.

Em alguns momentos durante o jogo, você disse que ganhar o BBB estava muito longe da sua realidade. Por que teve essa percepção?

Insegurança mesmo. Eu vi dentro do programa o quanto eu sou insegura. Achava as pessoas que estavam ali ao meu redor, principalmente as meninas com quem tive mais contato, muito incríveis e fortes. Elas eram mais "princesinhas", cuidadosas, e eu desse meu jeito extravasado... Tinha medo de sair por isso.

O que o ‘Big Brother Brasil’ representou na sua vida?

Crescimento. O ‘Big Brother Brasil’ foi um presente. Eu vivi tudo que o programa me proporcionou. Tenho muita gratidão por ter participado do reality em uma edição tão especial e ter conhecido as pessoas que eu conheci. Saio do BBB uma pessoa mais madura. Creio que vou crescer, amadurecer e aprender ainda mais, e estou aberta a isso. O BBB foi só o pontapé para esse caminho.

Quais foram seus melhores momentos no reality?

Eu tive vários momentos felizes no programa. As festas, a convivência com as meninas, as trocas com a Mari agora nesse final... Me encontrei muito ao lado dela pela nossa energia e por termos preocupações muito parecidas. Ganhar provas do líder e do anjo também foi muito especial.

E o que foi mais difícil para você no confinamento?

A saudade do meu filho e da minha mãe. Para mim, isso foi a pior coisa junto com uma preocupação com a minha família. Mesmo sem saber como estava sendo a percepção do público ao meu respeito, eu sabia que se eu tivesse feito algo de ruim, a minha família estaria enfrentando tudo aqui fora. Agora as coisas vão vir para eu resolver, mas até então eles é que estavam resolvendo. Isso me apavorava um pouco.

Você teve um ótimo desempenho nas provas do BBB, venceu cinco disputas. Acha que isso te ajudou a chegar tão longe no jogo?

Acho que sim. Eu tive muitas imunidades: entrei imune, ganhei um anjo autoimune, fui líder duas vezes. Com certeza isso me ajudou a não ter ido antes para o paredão e ter chegado ao grupo de seis últimos participantes.

Como foi sair da casa de vidro e entrar na casa do BBB?

São dois confinamentos bem diferentes. Na casa de vidro ainda tínhamos acesso às pessoas. Uma prima minha foi lá me ver, quem passava pela casa e já gostava da gente nos mostrava vídeos e fotos, interagia, conversava. E na casa do BBB, não, ficamos 100% confinados e sem informação nenhuma. Não fazemos ideia do que está acontecendo com o mundo aqui fora. Ficamos muito perdidos.

Você e o Daniel chegaram no jogo duas semanas após o início da temporada. Acha que isso favoreceu ou prejudicou vocês dois?

Lá dentro eu pensei que pudesse favorecer. Por exemplo, eu não fiquei muito com os meninos, que tinham tido atitudes que eu não gostei e as pessoas aqui fora também não. Mas, olhando de fora, eu já acho que prejudicou. Algumas pessoas interpretaram, por exemplo, que eu fiquei próxima da Marcela e da Gizelly porque o público da casa de vidro falou para a gente que elas estavam certas no jogo. Também cheguei ao BBB um pouco perdida porque os grupos já estavam formados, eu não me sentia dentro dos assuntos. Afinal, duas semanas, lá dentro, são como dois meses; é muito tempo. Muita coisa já tinha rolado e eu não entendia, alguns ranços já existiam e eu não conseguia identificar... E eu também não soube usar as informações da casa de vidro ao meu favor. Já cheguei falando tudo. Talvez se eu tivesse tido mais cautela para soltar as informações aos poucos, com sabedoria, eu pudesse ter me dado melhor. Mas, como sempre, minha intensidade pode ter me prejudicado, sim.

Consegue sentir se houve uma mudança na opinião do público sobre os participantes da época da casa de vidro para agora?

Houve sim, com certeza. Tanto que a Marcela foi eliminada. Quando o Daniel foi eliminado eu já senti que alguma coisa não estava legal. No BBB a sensação é a de uma montanha-russa: uma hora você está lá em cima, outra lá embaixo. São coisas que fazemos e falamos que às vezes nos deixam muito bem no jogo, outras vezes muito mal.

Você teve a chance de assistir ao BBB um pouco antes de entrar na casa. Tinha uma estratégia para ganhar o programa?

Nenhuma! Eu simplesmente queria entrar, viver, sentir, entender ao lado de quem eu me sentia bem e me jogar, como me joguei mesmo de ponta-cabeça. Deixei as coisas acontecerem. Acho que sou uma péssima estrategista (risos).

Você e o Daniel criaram uma relação muito forte. O que mais te encantou nele?

O Dani é muito intenso, assim como eu. Fala o que pensa, é alto astral, tem uma energia boa. A gente riu muito dentro da casa de vidro e lá mesmo eu falei: é ele. Era outro louco como eu, para entrar tinha que ser com ele. E ele sentiu a mesma coisa comigo. Nosso encanto um pelo outro vem desde o primeiro dia na casa de vidro.

Algumas pessoas aqui fora achavam que vocês, amigas do Daniel, protegiam ele demais das críticas dos brothers. Você concorda?

É complicado porque de dentro do jogo a gente tem outra visão. Aqui de fora eu percebo que eu poderia, sim, ter sido um pouco mais firme com ele com relação às punições, já que nós éramos tão amigos e eu gostava tanto dele. Eu tentava falar, mas com carinho, para não machucá-lo. Só que eu não conseguia ser pulso-firme. Eu queria proteger, dar carinho. Conseguimos entrar juntos no BBB e ele seria quem eu iria proteger do início ao fim do jogo.

Você ficou muito abalada com a saída do Daniel. Foi difícil entender o porquê da eliminação dele?

Eu achava – e ainda acho – o Daniel incrível. Acho que ele errou, como todos erram lá dentro, mas a visão que eu tenho dele é outra. Todo mundo precisa conhecer o Dan, ter contato com ele de verdade. Ele é muito intenso, muito verdadeiro, engraçado, uma pessoa simples. Gostei dele e da pureza que ele tem. Por isso a eliminação dele foi difícil para mim. Não entendia o que tinha acontecido de errado se ele era um cara tão do bem. Ficamos na dúvida se foi por causa da perda de estalecas porque de lá de dentro a gente via que não era por maldade.

Já depois da saída da Marcela você disse para as meninas que seria a próxima eliminada. Por que teve essa percepção?

Nós andávamos juntos. O Daniel saiu, a Marcela saiu. Pensei: “Pronto, falamos ou fizemos alguma coisa que o público não gostou e vão tirar um por um daqui. Se a Marcela, que é uma pessoa sensata, carinhosa, que expõe as coisas que pensa sem machucar ninguém, saiu, eu sou a próxima”. Gizelly disse: “Eu também”. Dito e feito (risos).

Você ficou entre dois “grupos” que tinham inimizades entre si. Como foi administrar essas relações no confinamento?

Eu sempre segui 100% meu coração. E eu amava estar com a Flay e com a Mari, não deixaria de ficar com elas porque tinha gente do meu grupo que não gostava tanto delas. Eu sabia que isso poderia até me prejudicar, ser visto como estar em cima do muro, mas eu sempre falei sobre as minhas prioridades, sobre as pessoas em quem eu não votaria. Além disso, a Flay era a única pessoa que, como mãe, entendia o sofrimento que era estar sem o filho. O meu carinho pela Flay, além da amizade, foi por identificar outra mãe que, como eu, sabia a dor de estar longe. Compartilhamos muito isso dentro da casa. E eu administrei tudo isso. Arquei com as consequências de gostar da Mari e da Flay.

Você e a Mari se aproximaram mais na reta final do programa. Por que você acha que demoraram a se encontrar no jogo?

Eu já tinha contato com a Mari, mas não era tão profundo. Quando saíram as pessoas com quem nós duas tínhamos aliança e prioridade na casa, acabamos nos juntando. A gente já sentia que tinha uma vibe muito parecida. Quando ela ganhou o líder e ficamos só nós duas no VIP, ficamos ainda mais próximas. E a amizade foi acontecendo. Era muito bom estar com a Mari. Eu quero trazer várias pessoas para a minha vida aqui fora e com certeza ela é uma delas. É leve estar perto da Mari e dentro da casa tudo que a gente precisa é de leveza porque o confinamento já é muito difícil. Estar ao lado de pessoas com quem podemos ser nós mesmos é maravilhoso, e na Mari eu encontrei isso.

Foto: Victor Pollak/TV Globo

O Babu foi seu alvo em vários paredões seguidos, mas nas últimas semanas você votou na Thelma. O que te motivou a mudar de voto?

Votar, para mim, era uma das coisas mais difíceis e dolorosas do jogo. O Babu teve uma atitude da qual eu não gostei que foi a maneira como ele se exaltou em uma discussão. Isso foi uma coisa pequena dentro do jogo, mas na hora do voto são essas pequenas coisas que a gente tem para olhar. O meu erro foi que eu deveria ter usado esse motivo para votar na primeira, segunda vez, mas não o tempo todo. Só que como eu já tinha votado nele uma vez, ficou confortável continuar votando para não mudar meu voto e acabar machucando mais alguém no jogo. Quando a gente teve a conversa na cozinha e ele me mostrou quantas vezes eu tinha votado nele, eu me dei conta disso. Pensei: “Fui para o paredão uma só vez e me doeu tanto; ele foi direto. Por que ainda estou votando nele se falei que a nossa relação tinha melhorado?” Por comodidade. E foi quando tive coragem de votar em outra pessoa. Quando fui líder, considerando isso e também que ele era uma pessoa muito forte, já que tinha voltado de tantos paredões, votei na Thelma, que era a segunda pessoa menos próxima de mim na casa, mas de quem eu gosto muito também.

Qual é a diferença do confinamento com casa cheia para o confinamento da reta final?

Para mim mudou tudo. No final, em que estávamos eu, Mari, Babu, Thelminha, Rafa e Manu, estávamos numa vibe tão boa! Nosso sentimento era de uma gratidão muito grande por estar ali. Tive a chance de estar mais com a Thelma e o Babu, a gente se deu uma oportunidade que não tínhamos nos dado antes no jogo. Curtimos muito juntos na última festa e eles ficaram até o final comigo e com a Mari. Encontrei neles duas pessoas incríveis. E isso foi muito lindo! Sair do jogo no início, quando ainda tem muita gente na casa, deve ser muito doloroso. Sair agora é ruim também, é óbvio que eu queria ficar até a final, mas é diferente. Faltam poucos dias, não faltam meses. Pelo menos eu, saio leve e grata.

Se tivesse a chance, faria algo diferente?

Eu filtraria mais as coisas que eu falo. Pensaria mais antes de falar. Me entregar eu me entregaria da mesma forma porque eu sou assim. Mas eu procuraria ter mais propriedade e conhecimento para falar de algo, justamente para não machucar ninguém lá dentro nem aqui fora.

Para quem fica sua torcida agora?

Para a Mari, sem dúvidas. Quero muito que ela ganhe! Todos ali merecem o prêmio, têm um projeto legal de vida, e eu vou ficar feliz de qualquer maneira. Mas a minha torcida é dela.

Quais são os planos pós-BBB, já conseguiu pensar?

Não consegui pensar muito, não (risos). Eu estou com sede de ver meu filho! Estou com muita saudade. Também quero abraçar minha mãe e falar para ela que está tudo bem, porque minha mãe é bem apavorada também, assim como eu (risos).

O 'BBB20' tem direção geral de Rodrigo Dourado e apresentação de Tiago Leifert. O programa vai ao ar de segunda à sábado logo após ‘Fina Estampa’ e, aos domingos, após o ‘Fantástico.’

Com infomações da assessoria da Globo.


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