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Autores e diretora explicam sobre a adaptação e produção de "Elas por Elas"

O reencontro de sete amigas: "Amizade supera tudo?".

por Redação, em 20/09/2023

Fotos: Reprodução/TV Globo

Por Maísa Capobiango e Silvia Souza

Nesse eterno passar de estações que é a vida, em que tudo está sempre se modificando, inclusive nós mesmos, quantas vezes já olhamos para o passado e nos deparamos com algo – ou alguém – de quem sentimos falta? E é a partir desse sentimento de nostalgia que 'Elas por Elas', próxima novela das seis da TV Globo, vai reunir sete grandes amigas após 25 anos. Com uma história que tem como ponto central a amizade, a trama reúne drama, comédia e uma pitada de suspense. Por meio das trajetórias destas sete mulheres e de suas reconciliações com o passado, o público é convidado a embarcar com elas nas dores e as delícias da juventude. Aumentando o clima de saudade, ‘Elas por Elas’ ainda traz de volta um personagem icônico da dramaturgia: o detetive Mário Fofoca.  

“Temos sete protagonistas mulheres entre 40 e 50 anos, diferentes entre si, mas mulheres atuais, mais independentes e atuantes em seus campos profissionais. Essa é uma das grandes mudanças da nova leitura: os perfis das protagonistas e o lugar que essas mulheres ocupam na sociedade”, explica Thereza Falcão.    

Originalmente criada por Cassiano Gabus Mendes e exibida na década de 1980, “Elas por Elas” volta à TV Globo em uma releitura escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson com direção artística de Amora Mautner. A obra tem colaboração de Carol Santos, Letícia Mey e Wendell Bendelack. A direção é de Caetano Caruso, Fellipe Barbosa, Mayara Aguiar e Mariana Duarte. A produção é de Andrea Kelly e Isabel Ribeiro e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.    

A trama     

Lara (Deborah Secco), Taís (Késia), Helena (Isabel Teixeira), Adriana (Thalita Carauta), Renée (Maria Clara Spinelli), Natália (Mariana Santos) e Carol (Karine Teles) se conheceram em um curso de inglês e, inseparáveis, compartilharam as alegrias e desafios típicos da juventude. Porém, em uma viagem de fim de semana, um triste acontecimento quebra esse laço e provoca um hiato nessa amizade.  

Duas décadas e meia depois, Lara encontra uma foto antiga e tem a ideia de juntar o grupo novamente em sua casa, sem desconfiar que o momento do reencontro, que deveria ser apenas de alegria, iria trazer também grandes revelações e desenterrar mágoas que tinham ficado guardadas no passado. E fica a pergunta: será que a amizade das sete é capaz de superar o que virá à tona?    

Já neste primeiro encontro uma grande revelação cai como uma bomba na cabeça de Taís: ela descobre que aquele que acreditava ser o homem de sua vida, que se apresentou a ela como Herbert e dizia trabalhar como coach, é na verdade Átila (Sergio Guizé), marido de Lara. Processando a dor de ter sido enganada, Taís se vê, então, num grande dilema: contar a verdade à amiga ou conviver com esse segredo?  

“A vida dessas sete personagens será transformada a partir do momento em que elas se reencontram, e aí a história se desenvolve. É uma novela que traz a força das mulheres, mostrando a amizade e a conexão entre elas. Uma história leve, para levar entretenimento e alegria ao público”, fala a diretora artística Amora Mautner.  

Um dos fios condutores desses conflitos que envolvem as sete amigas é Mário Fofoca, irmão de Taís. O icônico detetive – interpretado na versão original por Luís Gustavo – está de volta e agora ganha vida através de Lázaro Ramos. Atrapalhado, Mário soluciona seus casos aos trancos e barrancos, mas sempre munido de curiosidade, trapalhadas e um figurino único, com o mesmo terno quadriculado e sua gravata colorida. Após ficar viúva, Lara vai contratar Mário para descobrir quem era a amante de seu marido. O que os dois nem desconfiam é que a tal mulher misteriosa está bem mais perto do que eles imaginam.    

“Tenho uma ligação afetiva muito forte com ‘Elas por Elas’ porque é a primeira novela que eu me lembro de acompanhar de verdade, assistindo a todos os capítulos. Foi a novela que me fez querer continuar assistindo a novelas. E o Mario Fofoca era um ídolo para mim”, comenta o autor Alessandro Marson.    

À primeira vista, Lara (Deborah Secco) pode até parecer apenas uma mulher deslumbrada e, para muitos, até fútil. Mas se engana quem acha que ela não sabe o que quer. Inteligente e bem-humorada, logo cedo desistiu de seguir a carreira no Direito quando se casou com o bem-sucedido advogado Átila (Sergio Guizé) e sempre acreditou ter uma vida perfeita ao lado dele e das filhas, Cris (Valentina Herszage) e Yeda (Castorine). Porém, Lara vê todo seu conto de fadas desaparecer quando Átila morre, durante um encontro com a amante.  

Com ódio por ter sido traída, o principal objetivo de Lara é descobrir com quem Átila estava quando morreu. É neste momento que Mário Fofoca (Lázaro Ramos) entra em sua vida: ela o contrata como investigador e, mesmo atrapalhado, ele vai descobrir pistas sobre o caso. Aos poucos, Lara fica cada vez mais encantada com a pureza de Mário, só que o coração dele já tem dona: Érica (Monique Alfradique), irmã de Renée (Maria Clara Spinelli), é sua paixão platônica. O único “pequeno” problema é que Érica é casada com Edu (Luís Navarro), seu melhor amigo.  

Falando em Renée, tudo parece perfeito em sua vida: vivendo um relacionamento feliz com Wagner (César Mello) e cuidando com todo amor do mundo dos enteados Vic (Bia Santana) e Tony (Richard Abelha), ela se sente realizada. Renée ainda trabalha na padaria da família, em Niterói, cidade vizinha ao Rio. Quando reencontra suas amigas de adolescência, logo coloca o papo em dia, contando sobre todas as transformações pelas quais passou nos últimos 25 anos, como o casamento, o sucesso da padaria e a transição de gênero que tanto sonhava.  

No entanto, a sorte de Renée sofre um revés: Wagner desaparece, levando todo o dinheiro da família. Sem entender os motivos do marido, ela se vê sozinha com os filhos e, sem ter como pagar o aluguel, acaba tendo que fechar a padaria. Mas Renée não se abala. Seu foco agora é seguir em frente, protegendo Vic e Tony como a grande mãe que sempre foi e refazer seus sonhos. Aliás, serão os doces que a ajudarão a descobrir sua veia empreendedora e dar a volta por cima.  

Quem também tem a vida tirada dos eixos após o reencontro com as amigas é Adriana (Thalita Carauta). Ao ficar frente a frente com Helena (Isabel Teixeira), ela vê as feridas do passado reabrirem. É que, mesmo sabendo que Jonas (Mateus Solano) e Adriana estavam apaixonados e eram noivos, Helena usou o fato de ser rica e a promessa de ajudá-lo a conseguir um emprego na empresa de sua família para seduzi-lo por uma noite e, de quebra, ainda engravidou. A notícia caiu como uma bomba para Adriana, que desapareceu da vida deles, deixando o caminho livre para a rival.  

Desde então, Adriana se fechou para o amor e sua vida tem apenas dois pilares: sua filha, Ísis (Rayssa Bratillieri), de quem é mãe solo, e o trabalho em sua clínica veterinária e pet shop, que administra com a ajuda de Ísis e da tia, Marlene (Maria Ceiça), com quem as duas moram. Enquanto isso, apesar de ter alcançado tudo o que queria, Helena convive com a sombra da insegurança. No fundo, sabe que Jonas se casou com ela por conta da gravidez e o grande amor dele sempre foi Adriana.  

Para complicar ainda mais a situação, Ísis se envolve justamente com Giovanni (Filipe Bragança), filho de Jonas e Helena. Com essa reaproximação, todos terão que conviver com as escolhas do presente, mas também com as consequências dos atos do passado.  

Já Natália (Mariana Santos), que sempre foi uma pessoa mais introspectiva, aceita o convite de Lara motivada em descobrir um segredo do passado. Emocionalmente atormentada pela morte de seu irmão gêmeo, Bruno (Luan Argollo), ocorrida há 25 anos, no último encontro das amigas, ela tem certeza de que uma das pessoas daquele grupo é a responsável pelo assassinato dele. Ainda que não tenha o menor interesse em socializar, seguirá sua intuição para, à sua maneira, retomar os laços com cada uma.  

Seu primeiro alvo é Carol (Karine Teles), hoje fisioterapeuta, neurocientista premiada e professora universitária. Sabendo que no passado Carol era apaixonada por Bruno, Natália insiste para que seu irmão mais velho, Pedro (Alexandre Borges), se aproxime dela e tente descobrir se ela teve alguma coisa a ver com o que aconteceu.  

Carol vive para o trabalho e nunca se permitiu ficar sem fazer nada, nem gastar o tempo com algo que não fosse produtivo. Seu círculo social se restringe basicamente a Wanda (Magda Gomes), também professora e sua colega na universidade, e a Eva, o aparelho de inteligência artificial a quem pede opiniões e conselhos. Só que, quando recebe o convite de Lara e reencontra as amigas da juventude, Carol começa a se dar conta de que o tempo passa depressa demais e que talvez ela ainda tenha muito o que viver.  

Explosão de cores em harmonia nos cenários, arte, figurino e caracterização 

Apesar de terem a possibilidade de se inspirar na versão original de ‘Elas por Elas’, as equipes de cenografia, produção de arte, figurino e caracterização desta releitura optaram por partir do zero e buscar novas referências, atualizando assim a linguagem visual da trama. Cores fortes e vibrantes dão o tom da cenografia assinada por Paula Salles e da produção de arte de Flávia Cristófaro. Ambas sob a regência do diretor de arte Valdy Lopes, que contribuiu também para a conceituação do figurino, ao lado das figurinistas Flávia Costa e Mariana Sued e da caracterização, com Lucila Rabirosa. 

"Poderíamos copiar tudo, mas, por ser uma releitura, preferimos pensar nas particularidades de cada protagonista, na atualização da história, e começamos a criar cada um dos universos da trama. À exceção é, claro, de Mário Fofoca, que continua com seu terno xadrez inesquecível", afirma Valdy. “Demos uma atualizada no figurino do personagem adicionando um chapéu bucket”, conta a figurinista Flávia Costa. 

O diretor de arte revela que a paleta de cores da novela tem grande influência da obra de Pedro Almodóvar. "Vamos ver cores quentes, numa relação em que cenário e figurino têm conexão, assim como as sete protagonistas que, apesar de terem seus universos e suas cores bem definidas, quando elas se encontram, tudo se costura", explica.  

Lara (Deborah Secco), por exemplo, por ter uma explosão de cores no figurino, tem uma casa com a decoração mais neutra, que é acompanhada pela caracterização. "A Lara está sempre maquiada e montada, mas em cores neutras para não competir com o figurino que chama a atenção", diz Lucila. "Enquanto a Lara puxa para um estilo 'novo rico', a Helena (Isabel Teixeira) já nasceu rica e é de uma família tradicional", pontua o diretor de arte, que optou por conceituar a personagem com cores terrosas nas roupas, maquiagem e também nos cenários e objetos.  

Totalmente ao contrário de sua rival, Adriana (Thalita Carauta) é mais simples, com figurino mais casual e cenários com cores alegres, como o laranja. "Ela tem um ar mais romântico, vai ter um estilo mais clean. Já Natália (Mariana Santos) é como se não estivesse usando nada de maquiagem", adianta Lucila. O figurino de Natália, no entanto, também será composto por cores intensas e por itens como botas e jaquetas. 

Para Taís (Késia), universo que inclui Mário Fofoca (Lázaro Ramos), a equipe não poupou no uso de azul na cenografia, lançando mão de itens em cores complementares como amarelo e roxo – cor predominante no terno de Mário. Na caracterização, a personagem, que é modelo, vai brincar com as várias possibilidades de looks, variando entre tranças, cachos e laces. 

Renée (Maria Clara Spinelli) tem uma caracterização inspirada em Penélope Cruz no filme 'Volver', de Almodóvar. "A Renée também tem muito da Maria Clara. Tem uma beleza natural que já vem com ela", comenta a caracterizadora. A personagem começa a história morando em Niterói com o marido e os enteados e trabalhando na padaria da família. "A paleta da Renée vem com um vermelho goiaba. Um romantismo nos cenários e no figurino dela, que tem muitas estampas florais", conta a cenógrafa Paula Salles. 

Já Carol (Karine Teles) é a personagem mais moderna entre as amigas, tanto no visual quanto na composição do seu cenário. "Professora universitária e pesquisadora, a Carol é a desconstrução de que esses postos são ocupados por pessoas caretas. Ela guarda itens de suas viagens e de suas referências, como um poster de 'Kill Bill', mas sempre trazendo modernidade para o ambiente em que vive. Tanto que a "pessoa" com quem ela mais conversa é sua assistente virtual, Eva", explica Valdy. 

Apesar de não ter se inspirado na versão original de ‘Elas por Elas’, a equipe encontrou uma forma de homenagear as atrizes que interpretaram as sete amigas no passado: Eva Wilma, Aracy Balabanian, Ester Góes, Sandra Bréa, Maria Helena Dias, Mila Moreira e Joana Fomm aparecerão em porta-retratos na decoração das casas das protagonistas atuais. 

Entrevista com os autores Thereza Falcão e Alessandro Marson  

Thereza Falcão é natural do Rio de Janeiro, escritora, autora e diretora teatral, além de roteirista de televisão. Iniciou sua formação na Faculdade de Teatro da Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) e em cursos do Teatro Tablado. Escreveu, em parceria com Julio Fischer, o musical ‘Emilinha e Marlene, as Rainhas do Rádio’ e, com Alessandro Marson, a comédia ‘A Invenção do Amor’. Adaptou para o teatro os romances ‘A Mulher que escreveu a Bíblia’, de Moacyr Scliar e ‘Memórias de Adriano’, de Marguerite Youcenar. Desde 1999 é roteirista da Globo, onde já escreveu diversos programas e novelas, como ‘Correndo Atrás’, ‘Sítio do Pica-Pau Amarelo’, ‘O Pequeno Alquimista’, ‘Toma Lá Dá Cá’ e colaborou nas novelas ‘O Profeta’, ‘Cama de Gato’, ‘Cordel Encantado’, ‘Avenida Brasil’, ‘Joia Rara’ e ‘A Regra do Jogo’. Escreveu ainda o livro infantil "A História de um Desenho" (2004) e teve sua estreia em novelas como autora titular em ‘Novo Mundo’, ao lado de Alessandro Marson. A parceria se repetiu em ‘Nos Tempos do Imperador’ (2021), e segue em ‘Elas por Elas’.  

Nascido em Campinas, Alessandro Marson é formado em Jornalismo pela PUC (1992), fez especialização na ECA da USP e cursou roteiro no Instituto de Pesquisa da Telenovela (1998). Fez também a Oficina de Dramaturgia e a Oficina de Humor na Globo (2000). É roteirista, com passagens por programas infantis como ‘X-Tudo’, ‘Cocoricó’ e ‘Sítio do Pica-Pau Amarelo’. Em novelas, colaborou em sucessos como ‘O Profeta’, ‘Desejo Proibido’, ‘Araguaia’, ‘Flor do Caribe’, ‘Cordel Encantado’, ‘Avenida Brasil’, ‘Joia Rara’ e ‘A Regra do Jogo’. Também assinou o musical ‘Garota de Ipanema’ e o longa ‘Apaixonados’ (2016) e teve sua estreia em novelas como autor titular em ‘Novo Mundo’, ao lado de Thereza Falcão. A parceria se repetiu em ‘Nos Tempos do Imperador’ (2021), e segue em ‘Elas por Elas’.  

Como surgiu a ideia de fazer a releitura de 'Elas por Elas'?   

Alessandro – Tenho uma ligação afetiva muito forte com ‘Elas por Elas’ porque é a primeira novela que eu me lembro de acompanhar de verdade, assistindo a todos os capítulos. Foi a novela que me fez querer continuar assistindo a novelas. E o Mario Fofoca era um ídolo para mim. Por tudo isso, sempre tive a vontade de revisitá-la. Comecei o projeto junto com a Thereza e apresentamos a ideia à Globo, que embarcou.   

Que história a novela vai contar? Falem um pouco sobre o conceito e de que forma a história das sete amigas que se reencontram será apresentada.   

Thereza – ‘Elas por Elas’ é uma novela sobre amizade. A trama se desenvolve a partir do reencontro de sete amigas que não se viam há 25 anos. Tudo começa quando Lara, personagem da Deborah Secco, encontra uma foto do passado e resolve reunir o grupo novamente. Esse reencontro vai trazer de volta algumas coisas que não ficaram bem resolvidas lá atrás e vai provocar grandes mudanças na vida de cada uma delas.  

Alessandro – Acho importante ressaltar o sentimento de união dessas sete amigas. Apesar de ficarem 25 anos sem se ver, quando se reencontram os laços que elas tinham eram tão fortes que logo voltam a aparecer. Existe alguma coisa nesse grupo que faz com que elas sejam melhor juntas do que separadas. Por isso, quando se reencontram, não querem mais se afastar.  

Como está sendo reescrever uma história que foi ao ar há 40 anos e deixou na memória do público personagens icônicos como Mário Fofoca?  

Thereza – Estamos mantendo os eixos da versão original: um romântico ou melodramático, centrado principalmente no triângulo amoroso Adriana, Helena e Jonas, e nos conflitos que o relacionamento dos filhos deles, Ísis e Giovanni, vai causar; um de suspense, que vai para uma linha mais investigativa, em que Natália tenta descobrir quem matou seu irmão gêmeo, Bruno; e um eixo cômico, em que teremos Lara e Mário na linha de frente. É um prazer muito grande para nós, como autores, ter personagens com tantas camadas e poder trazer novamente o Mário Fofoca, esse detetive que foi sempre tão amado pelo público.  

Como atualizar essa história mantendo a essência, mas trazendo para a atualidade?  

Thereza – Estamos fazendo uma releitura que mantém o espírito da novela original, de leveza e de comédia. Temos sete protagonistas mulheres entre 40 e 50 anos, diferentes entre si, mas que agora são mulheres atuais, mais independentes e atuantes em seus campos profissionais. Essa é uma das grandes mudanças da nova leitura: os perfis das protagonistas e o lugar que essas mulheres ocupam na sociedade. Também vamos ter mais romance do que tínhamos na novela original por agora ser uma trama das seis horas.  

Qual a principal mensagem de ‘Elas por Elas’?   

Thereza – Acredito que seja a reflexão sobre a oportunidade de você olhar para o seu passado e ver o que ficou devendo da vida que planejou. Na novela isso se dá a partir do reencontro das sete amigas, em que todas terão suas vidas transformadas.  

Alessandro – Acredito que a amizade tem um poder muito grande. No caso da nossa novela, ela vai mover a vida dessas sete amigas e trazer grandes transformações. Quando a Lara encontra a foto antiga e resolve promover o reencontro do grupo é como fosse um chamado para continuar de um ponto onde elas tinham parado. Em algum aspecto, afastadas, a vida de elas estava incompleta. Acho que ‘Elas por Elas’ é um convite a esse reencontro com nossas histórias, com nosso passado.  

Alessandro Marson e Thereza Falcão. Foto: Bella Pinheiro/TV Globo

O que o público pode esperar dessa novela?  

Thereza – O público pode esperar diversão, romance e suspense, além de personagens extremamente carismáticos, muito bem defendidos pelos atores que estão escalados para essa novela. Pode esperar uma história sobre amizade, recomeço, superação, descobertas... tudo isso com muita emoção.    

Alessandro – É uma novela alegre, alto astral, mas que não deixa de tocar em temas relevantes. Acho que o público pode esperar uma história muito bonita, que tem os ingredientes do folhetim clássico. Espero que traga muita alegria para as pessoas.  

Entrevista com a diretora artística Amora Mautner    

Amora Mautner estreou na TV Globo em 1995 como assistente de direção de ‘Malhação’. Depois vieram ‘Salsa e Merengue’ (1996), ‘Anjo Mau’ (1997), ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’ (1998), ‘Labirinto’ (1998) e ‘Andando nas Nuvens’ (1999). A partir daí, assumiu o posto de diretora nas obras: ‘O Cravo e a Rosa’ (2000), ‘Um Anjo Caiu do Céu’ (2001), ‘Desejos de Mulher’ (2002), ‘Agora É Que São Elas’ (2003), ‘Celebridade’ (2003), ‘Mad Maria’ (2005), ‘JK’ (2006), ‘Paraíso Tropical’ (2007) e ‘Três Irmãs’ (2008). ‘Cama de Gato’ (2009) marca a sua estreia na direção-geral de novelas. Depois disso, vieram ‘Cordel Encantado’ (2011), ‘Avenida Brasil’ (2012) e ‘Joia Rara’ (2013), que conquistou o 42º Emmy Internacional, em 2014. A diretora também esteve à frente das séries: ‘As Cariocas’ (2010), ‘Eu Que Amo Tanto’ (2014) e ‘Assédio’ (2018). 'A Regra do Jogo’ (2015) foi o primeiro trabalho como diretora artística. Em 2019, assinou a direção artística de ‘A Dona do Pedaço’, e em 2021 de ‘Verdades Secretas’, duas obras escritas por Walcyr Carrasco. Agora, com ‘Elas por Elas’, Amora inicia a parceria com os autores Thereza Falcão e Alessandro Marson.  

Como você define a trama de ‘Elas por Elas’? Que história essa novela vai contar?  

‘Elas por Elas’ foi escrita pelo Cassiano Gabus Medes há mais de 40 anos, mas segue atemporal, por isso conseguimos criar uma releitura. É uma trama que conta a trajetória de sete mulheres que depois de 25 anos se reencontram. A vida dessas sete personagens será transformada a partir do momento em que elas se reúnem novamente, e aí a história se desenvolve. É uma novela que traz a força das mulheres, mostrando a amizade e a conexão entre elas. Uma história leve, para levar entretenimento e alegria ao público. E, para melhorar, tem o Mário Fofoca, esse personagem tão icônico, que será vivido pelo grande Lázaro Ramos.    

O que mais te chama atenção nessa história?  

O fato de ser um multiplot, um formato de dramaturgia que eu pessoalmente gosto muito e cuja natureza é os personagens o tempo todo estarem se inter-relacionando. Vai ter de tudo com essas mulheres juntas. Eu acho a amizade uma das coisas mais importantes da vida, e ela vai trazer esse ponto de vista para o público: o quanto é importante você ter uma rede de apoio, amigos e mulheres que vão te ajudar a se transformar pela vida afora.    

O que você pode destacar como ponto forte no trabalho de direção artística de ‘Elas por Elas’?   

Para mim, um dos maiores prazeres desse projeto é estar com tantos atores e atrizes que eu admiro. Com o Lázaro, por exemplo, eu sempre tive o sonho de trabalhar. E também a ideia de ser um multiplot, como já citei, o que possibilita que tenhamos sete grandes atrizes em destaque. Estou muito feliz com essa novela e por estar junto de um elenco e de uma equipe em que estão todos dispostos a entregar o melhor para o público.    

Que referências você tem utilizado?  

Desde o início, quando comecei a ler o texto, percebi que era um projeto especial. Comecei a pensar a conceituação imaginado cenários, figurinos, paletas de cores, musicalidade e dinâmica dos capítulos. Além de usar como referência o próprio texto, estudei muitas séries e clássicos americanos de dramédia (drama e comédia). Também estudei um pouco mais a ideia da mise-en-scène, para costurar melhor as cenas.    

E sobre a trilha sonora, o que você pode adiantar?  

Vamos usar a mesma música de abertura porque é uma memória afetiva muito bonita e forte. Tentamos ser fiéis o máximo possível à versão original, do The Fevers, mas vamos trazer também o estilo da adaptação do texto. As cantoras que vão interpretar a música “Elas por Elas” serão Preta Gil, Ivete Sangalo e Duda Beat. Espero que isso, junto com tudo que a novela tem, conquiste o público. 

O que o público pode esperar de 'Elas por Elas'?  

‘Elas por Elas’ é uma dramédia, então vai ter drama, mas também muita comédia, muito entretenimento. O público pode esperar um momento em que vai poder se sentar na frente da televisão e se divertir. Quando vou para a ilha de edição, sempre dou muita risada e também me emociono porque é uma história maravilhosa, com personagens de muitas camadas.  


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