Uma das produções inesquecíveis da emissora foi apresentado por Antônio Abujamra.
Um das produções inesquecíveis da TV Cultura, o Provocações, apresentado por Antônio Abujamra, pode ser revisto às quartas-feiras, a partir da meia-noite, na programação especial em comemoração aos 55 anos da emissora. Nesta semana (19/6), vai ao ar a entrevista com o ator e humorista Eduardo Sterblitch, gravada em 2015.
Sinopse da época
Conhecido por seus “personagens-tipos”, dentre eles Freddie Mercury Prateado e César Polvilho, o humorista Eduardo Sterblitch, integrante fixo do programa Pânico na TV Bandeirantes, fala ao Provocações sobre ser engraçado: “eu nunca me acho engraçado tecnicamente, é sempre em momentos absurdos, normalmente quando eu bebi alguma coisa ou quando estou mais tranquilo”.
Como jovem ator, que estudou teatro desde os três anos, Sterblitch é admirador de grandes nomes da cultura, como Araripe Coutinho, Caetano Veloso, entre outros, e diz ainda o que acha sobre si e a geração de atores hoje: “Eu me considero um moleque burro. Eu gosto dos atores da antiga, eu acho que eles respeitam muito a profissão. Eu acho que hoje em dia os atores jovens não respeitam tanto a profissão, eles têm uma maneira de pensar diferente, não que eu seja melhor, mas eu penso com a cabeça das pessoas que eu admiro. Quando eu falo em comer pelas beiradas, eu acho que o ator jovem se preocupa em aparecer primeiro e não ser, eu sou burro, mas também não sou imbecil, então eu sei, pelo erro de outras pessoas, que se eu quero ser um bom ator ou um artista inteligente, eu tenho que ter mais calma mesmo”.
O humorista fã de Dedé Santana (OS Trapalhões) fala sobre televisão: “eu acho que televisão tem uma coisa negativa, um programa semanal vira uma pastelaria. A tendência é que produza muita coisa, e produzir alguma coisa fica mais difícil, você não tem um cuidado artístico total na televisão. No nosso programa a gente não tem esse cuidado, a gente se livra dele com o humor, como o circo usa”.
Quanto ao seu público, Sterblitch diz: “o meu público tem essa leva da galera, da grande massa, porque eu sou da televisão. E tem uma galera mais velha, mais esquisita, que acompanha meu trabalho, mas não fala comigo, não precisa tirar uma foto, mas tá sempre presente, acompanhando”. E ainda: “tem gente que é tão inteligente e vai na minha peça, que eu acho que essas pessoas é que deixam a minha peça boa, porque elas começam a ver um monte de coisa onde não tem e a achar que aquilo é legal”.