A exclusão causou estranheza nos telespectadores que acompanhavam a trama.
A Globo gerou polêmica ao cortar uma cena de "Volta por Cima", exibida nesta quinta-feira (12), que envolvia uma proposta de relacionamento entre os personagens Gigi (Rodrigo Fagundes), Chico (Amaury Lorenzo) e Roxelle (Isadora Cruz). A decisão, tomada pela direção de dramaturgia, retirou do ar a sugestão explícita de um trisal, considerada "inadequada" para o tom leve e familiar da novela das sete.
Na sequência anunciada na quarta-feira (11), Gigi sugeria uma "brincadeira a três" com Roxelle e Chico.
Na versão exibida, a proposta foi suavizada, com apenas uma insinuação entre Gigi e Chico, sem o diálogo direto.
A exclusão causou estranheza nos telespectadores que acompanhavam a trama, gerando críticas nas redes sociais.
Rodrigo Fagundes, intérprete de Gigi, manifestou-se nas redes sociais com uma mensagem clara sobre sua insatisfação:
Publicou uma imagem com os dizeres "Censura e homofobia. Até quando?", acompanhada de um desabafo: "Que pena...".
Nos stories, o ator indicou que se afastaria momentaneamente das redes, provavelmente em sinal de frustração.
Amaury Lorenzo (Chico) e Isadora Cruz (Roxelle) também reagiram:
Lorenzo escreveu: "Eu só digo uma coisa: eu te amo. E sigamos na luta por todos nós".
Cruz lamentou com um breve comentário: "Triste!!!".
Esse não é um caso isolado. A emissora já havia enfrentado críticas por decisões semelhantes:
1 - Em "Vai na Fé", cortou cenas do romance lésbico entre Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman), embora a relação fosse central na trama.
2 - A decisão de cortar ou suavizar cenas LGBT tem sido alvo de questionamentos, especialmente considerando o papel pioneiro que a Globo já desempenhou em retratar diversidade em suas produções.
Apesar da controvérsia, "Volta por Cima" mantém uma audiência estável, com médias de 20 pontos em São Paulo, similar à sua antecessora, "Família é Tudo".
No entanto, as críticas podem afetar a percepção do público, especialmente entre os espectadores que valorizam representatividade nas novelas.
O caso reabre o debate sobre a forma como a TV brasileira aborda temas LGBT, especialmente em horários destinados ao público amplo e familiar.