Walcyr Carrasco volta ao horário das seis com protagonista inspirado em Mazzaropi, Chaplin e Chaves.
Walcyr Carrasco está acostumado a escrever novelas longas - Amor à Vida chegou à marca de 221 capítulos, a maior dos últimos anos - e sabe que Êta Mundo Bom, seu retorno às 18h, precisa de muita história até fechar seu ciclo, provavelmente em novembro, já que a Globo pretende evitar estreias no período das Olimpíadas do Rio. "Não sou de fazer planos, mas de escrever à medida que a história vai acontecendo", despista o autor, em entrevista à Odara Gallo (UOL), quando perguntado sobre os recursos que pretende utilizar.
A seu favor, Walcyr tem a direção de Jorge Fernando, parceiro em alguns dos maiores sucessos da última década. Alma Gêmea (2005), mais recente novela dos dois às 18h, ostenta o título de maior audiência do horário nos anos 2000. E a dupla escolheu Sérgio Guizé para interpretar o personagem principal da trama que estreia amanhã (18). "Vi tudo o que podia. Quando era criança, já havia assistido O Corintiano (filme de Mazzaropi, 1966) e voltei a ver quando o Jorge (Fernando) me chamou para viver Candinho. Procurei não deixar só na coisa do Mazzaropi, e o Walcyr falou de Chaplin, que eu acho o maior artista do mundo. Fiz essa mistura, peguei o sotaque do Mazzaropi, muito Chaplin, Chaves e Voltaire. É claro que pegar um pouco de cada coisa e chegar em algum lugar é uma busca, mas faço isso sem pretensão, não quero copiar ninguém", contou o ator, revelando que o convite para viver Candinho veio antes mesmo da estreia da novela Alto Astral, onde viveu Caíque, seu primeiro protagonista na TV.
Para contar sua história, Walcyr tem com um elenco acostumado ao seu texto, como Flávia Alessandra, Elizabeth Savalla e Ary Fontoura. Mas também faz novas parcerias. Além do próprio Guizé, Marco Nanini e Débora Nascimento - que vivem o mentor e a amada de Candinho - nunca trabalharam com o autor. Já Eriberto Leão, que interpreta o antagonista, só teve uma experiência com Carrasco, numa participação especial em Amor à Vida.
Depois da forte e trágica Verdades Secretas, Walcyr garante que sua maior pretensão com este novo trabalho é o otimismo, o que justifica a escolha do clássico de Voltaire como ponto de partida. "Uma novela leve, com amor e humor. E uma visão otimista da vida, quero que quem assista saia leve, feliz, com um sorriso de felicidade no rosto", declarou o dramaturgo.