A matriarca da família Ariosto morre nesta segunda-feira, gerando comoção em Lapão da Beirada.
Depois de receber, ao lado de Zefa Leonel (Andrea Beltrão), o resultado de seus exames, Dona Manuela (Valdineia Soriano) decide não seguir mais o tratamento e opta por aproveitar os dias que lhe restam. Com direito a reencontro com Marcelo Gouveia (José Loreto), banho de chuva com o filho Artur (Túlio Starling) e a tentativa frustrada de convencer Ariosto (Eduardo Moscovis) a se unir à família, a saúde de Dona Manuela fica cada vez mais frágil. Em cenas previstas para irem ao ar nesta segunda-feira, dia 1º, em ‘No Rancho Fundo’, a matriarca morre acompanhada do seu amado filho, depois que ele a encontra descansando próxima a um córrego e a leva para casa. No seu quarto, Dona Manuela se despede de Artur e pede, bem-humorada, que seja feita uma bonita festa em seu enterro. Com muita música, conforme pedido de Dona Manuela, a cerimônia está prevista para ir ao ar na quinta-feira, dia 4.
Em entrevista, a atriz Valdineia Soriano fala sobre as emoções finais de Dona Manuela, a troca com seus parceiros de cena e faz um balanço sobre sua participação na novela: “A sensação que eu tenho é de dever cumprido, agradecendo sempre o acolhimento de todos”, afirma.
Entrevista com Valdineia Soriano
O público tem comentado bastante as últimas cenas de Dona Manuela. Como foi gravar as sequências finais da personagem?
Eu confesso que essas cenas finais foram difíceis pela própria emoção e situação de cada uma delas. A cena com o Loreto, o Marcelo Gouveia, foi linda, a gente se emocionou muito! Tinha cavalo e eu não monto, então fiz uma preparação, o acolhimento foi muito importante, e aí veio toda a emoção daquele reencontro com quem quase foi filho dela também. Na cena da chuva com o Túlio [Starling], a dificuldade foi interpretar com aquela água, uma novidade para mim, mas também fui bem acolhida, a gente bateu muito texto no camarim. Eu já citei que Túlio e eu temos uma química maravilhosa, quase mãe e filho de verdade. Então, a troca foi boa, a emoção não tinha como não vir em uma despedida naquele nível, chuva no sertão, tudo colaborou para ser bonito. A minha cena com a Andrea [Beltrão], que é sempre muito generosa, me deixou à vontade, nós batemos o texto, e Allan [Fiterman] divinamente dirigindo tudo. Tem uma cena ainda com o Du Moscovis e Túlio, a família reunida, que foi de emoção e dificuldade. E o Du é um companheiro incrível, foi uma troca muito boa. Eu fiquei muito feliz, como minha família e a equipe da novela, e o resultado vem: o público curte, se emociona, já até me mandaram mensagem perguntando “como Dona Manuela vai sair?” (risos). A sensação que eu tenho é de dever cumprido, agradecendo sempre o acolhimento de todos.
Qual o balanço que você faz desse projeto?
O balanço tem a ver com essa descoberta nesse desafio. Foi um grande desafio para mim, foi minha primeira novela. Até então, eu só tinha feito uma participação em ‘Vai na Fé’. Eu já fiz outros trabalhos, no cinema, tenho uma experiência grande de teatro, e agora o desafio da novela. Mas eu também venho do Bando de Teatro Olodum, que é fortalecedor, e eu sempre vou dizer que me deu régua e compasso. Então, isso me fortaleceu em cena e o projeto acabou fluindo muito tranquilamente, ainda que o desafio tenha sido grande e, ao mesmo tempo, um presente. Eu quero sempre agradecer a Mario Teixeira [autor], a Patrícia Rache [produtora de elenco], ao Allan Fiterman [diretor artístico], porque foi realmente um presente. Quando eu recebi o convite, eu já sabia que Dona Manuela ia morrer no meio do processo, mas eu não tinha a dimensão da grandiosidade que seria essa mulher dentro dessa trama. Então poder ajudar a contar essa história, para mim, foi divino, como atriz, como atriz preta também. Fiquei muito feliz.
E sobre os novos projetos? Vai dar tempo do público sentir saudade?
Eu já estou aqui me enveredando no novo projeto, nervosa, tensa, porque eu sou aquela atriz que quando o convite vem, o meu nervosismo aparece imediatamente. Então estou entendendo aqui esse convite para depois falar para o grande público. Mas eu acho que a saudade vai ser pequenininha porque daqui a pouco eu volto (risos).
‘No Rancho Fundo’ é criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman. A obra é escrita com a colaboração de Marcos Lazarini, Dino Cantelli, Angélica Lopes e Renata Sofia. A direção geral é de Pedro Brenelli e a direção é de Bernardo Sá, Carla Bohler e Larissa Fernandes. A produção é de Silvana Feu e Lucas Zardo e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.