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Brasil pode adotar calendário europeu no Futebol após COVID-19

por Redação, em 25/05/2020

Ninguém nega que o Futebol brasileiro vai mal financeiramente. Apesar de ser o esporte mais popular do país, nunca teve um status de glamouroso, como é o Europeu. E mesmo produzindo diversos atletas de renome e com excelente habilidade com a bola, o Brasil carece de estrutura nessa modalidade, o que faz com esses jogadores sejam rapidamente vendidos para o exterior.

Em 2019 o cenário parecia ser um pouco mais promissor. A aprovação da Lei 13.756/2018 garantiu a permissão aos clubes de serem patrocinados por casas de apostas online. Isso teve dois efeitos benéficos ao pelo menos duas dezenas de equipes brasileiras:

  1. Injeção de dinheiro nos cofres do clube
  2. Exposição da marca dessas instituições no exterior, visto que as operadoras de apostas divulgam as equipes com as quais trabalham em seus sites.

Os contratos de patrocínio estabelecidos entre times e sites de apostas trouxe um cenário financeiro interessante a clubes como São Paulo e Flamengo. Ambos contrataram para a temporada 2019 jogadores do exterior, tanto brasileiros quanto estrangeiros, casos de Dani Alves, Gabigol e Juanfran.

A qualidade dos elencos subiu, uma vez que a situação financeira parecia melhorar. Jogadores de fora têm interesse no Brasileirão, pois é um campeonato competitivo. O que os impede de jogar no país são os salários baixos e a falta de estruturação das equipes.

Contudo já no início de 2020 o mundo viu-se frente a frente com um inimigo global: o novo coronavírus. A COVID-19 paralisou diversos setores da economia, inclusive os do entretenimento. O futebol foi obrigado a parar em todo o planeta, e no Brasil, mal iniciada a temporada, os clubes se viram diante de uma situação sem precedentes.

Os campeonatos Estaduais foram parados no meio. A Libertadores da América teve apenas 2 rodadas jogadas. O Brasileirão nem sequer começou, e suas 38 rodadas parecem não ter data certa para serem jogadas. Inclusive o atual modelo dos pontos corridos está em risco de ser mudado.

Uma das alternativas encontradas pela CBF pode ser justamente equiparar o calendário brasileiro do futebol ao europeu. Ou seja: o Brasileirão 2020 começaria em agosto e terminaria por maio ou junho de 2021.

Alternativa não agrada os clubes

Dirigentes e atletas reclamam há anos do calendário brasileiro de Futebol. Para muitos, ele não respeita os compromissos de todas as equipes, fazendo com que alguns times tenham de disputar mais de 2 jogos por semana em algumas ocasiões.

Ao mesmo tempo, hoje alguns dirigentes não estão satisfeitos. Romildo Bolzan, mandatário do Grêmio, afirmou em entrevista ao Globo Esporte que adotar o calendário Europeu agora faria com que muitos clubes, incluindo os da Série A, viessem a falir.

Para o presidente do clube gaúcho é impraticável esperar até agosto para retomar as competições. Principalmente porque a Libertadores da América só deve voltar em setembro, segundo a Conmebol. Já o Gauchão, que volta em junho, não traz tanto impacto financeiro aos clubes.

A situação é ainda mais complexa porque o retorno do futebol nacional e mesmo sulamericano não significa de forma alguma estádios cheios. Aliás, os clubes em todo o mundo devem se acostumar a jogarem com portões fechados, pelo menos até que se tenha uma vacina para essa pandemia.

Como se sabe, a receita de ingressos é fundamental para a manutenção econômica dessas entidades esportivas. Existem jogos que podem render, só na venda de bilhetes de acesso, mais de R$ 1 milhão.

Por outro lado, a folha de pagamento continua existindo. Os salários de jogadores, funcionários e comissão técnica precisam ser pagos em dia, assim como compromissos bancários, como empréstimos. Inclusive já se fala em liberação de atletas ou venda de jogadores para clubes europeus.

As perspectivas de futuro de fato não são nada boas para o futebol no Brasil. A pandemia da COVID-19 está sendo bastante agressiva no país, e não se sabe dizer quando ela vai começar a abrandar. Resta agora apenas aguardar.


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