Larissa Manoela fala sobre a importância de Elisa na carreira e a expectativa para o público conhecer sua Isadora.
Em cenas deFoto: Globo/João Miguel Júnior], previstas para irem ao ar a partir desta segunda-feira, dia 21, Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela) se tornou uma mulher forte e determinada, além de estar, fisicamente, muito semelhante à irmã Elisa (Larissa Manoela). Dez anos se passaram desde a tragédia que atingiu a Família Tapajós e, mesmo com a mãe Violeta (Malu Galli) cuidando de todos, em especial de Matias (Antonio Calloni), Dorinha passou a maior parte do tempo ao lado da tia Heloísa (Paloma Duarte). Com os ensinamentos dela, se aperfeiçoou na costura e sonha em conseguir trabalhar como modista.
O ano é 1944. Isadora agora é noiva de Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita), que conheceu ainda na infância, quando se mudou para Campos, logo depois da morte do avô Afonso (Lima Duarte) e da irmã, mas seu perfil independente e pouco romântico faz com que ela sonhe muito mais com a carreira de modista do que com o casamento. Apesar das lembranças do passado, o trauma da morte de Elisa fez Dorinha esquecer o rosto da própria irmã e de Davi (Rafael Vitti), por quem se encantou ao assistir uma apresentação do jovem mágico. Joaquim, seu noivo, é filho da ambiciosa e manipuladora Úrsula (Bárbara Paz) e pretende se casar o quanto antes com ela para herdar os bens da família.
Privado da liberdade, Davi já não teve a mesma oportunidade de prosperar, mas se dedicou aos livros sobre ilusionismo no tempo em que ficou na prisão e, depois de 10 anos, consegue fugir usando um de seus truques de mágica. Só que seus planos saem do controle, e um acidente pelo caminho faz com que ele, para escapar da polícia, assuma a identidade de outra pessoa, Rafael Antunes (Fabrício Belsoff). O que o mágico não fazia ideia era que Rafael seguia para seu novo emprego na fábrica de tecelagem, propriedade da família de seu antigo amor.
Davi (Rafael Vitti), ainda se recuperando do acidente, é levado para a fazenda da família de Violeta (Malu Galli). Lá, ele se depara com Isadora e se assusta com a sua semelhança com Elisa. O encanto é imediato e o mágico se vê atraído pela jovem, que nem imagina a verdadeira identidade do moço.
Em entrevista, a atriz Larissa Manoela faz um balanço sobre sua participação na primeira fase da novela, destaca as cenas mais desafiadoras e revela detalhes sobre a construção da sua personagem na segunda fase. Confira!
Qual o balanço que faz dessa estreia com Elisa, mesmo em tão pouco tempo? O que aprendeu com ela?
O balanço que eu faço da trajetória da Elisa, que foi muito rápida, mas ao mesmo tempo muito intensa, é de algo que foi muito forte, tanto para mim quanto para o espectador, que em uma semana se deparou com ela chegando e partindo, fechando o seu ciclo. Eu aprendi uma das coisas mais importantes, que é a gente fazer um resgate do que é genuíno, verdadeiro, puro e real, e sem medo do que possa acontecer. Ela se entregou, foi atrás do seu verdadeiro sentimento, que é o que pulsa dentro da gente. A valorização do amor e do ser real, é o que ela passou pra gente. Ela não tinha medo de enfrentar o pai, ela só queria seguir acreditando naquilo que idealizou e que sabia que a faria feliz. Por mais que as pessoas – o pai, principalmente – não a apoiassem, ela tinha a rede de apoio dela, mas ela foi interrompida pelo pai, que quis bloquear uma alma livre.
Suas cenas foram muito elogiadas, com destaque para a segurança que passou. Conseguiu acompanhar a repercussão?
Eu fiquei extremamente feliz com o feedback que recebi pelas redes sociais e através de alguns momentos pontuais com pessoas que me encontraram e falaram sobre a Elisa. Eu fiquei muito feliz; eu acho que dou tudo de mim, me entrego por completo ao meu trabalho, esperando que eu me sinta realizada com aquilo que sei que foi o meu melhor, minha grande entrega no momento. Mas quando esse feedback vem para reafirmar que a entrega foi muito bacana, que tudo o que eu quis passar estava transparecendo através dos olhos da Elisa, da forma que ela falava, se comunicava e se comportava, é melhor ainda. Acho que, ao chegar nesse momento com uma personagem tão bacana, especial, delicada e ao mesmo tempo forte, esses elogios se tornam pra mim uma grata surpresa. Eu fico muito realizada e agradecida por essa oportunidade de ter feito a Elisa e seguir contando essa história com a Isadora, que vem aí.
Você teve cenas fortes e emocionantes com Rafael Vitti, Antonio Calloni. Como foi a troca durante o processo?
O Rafa e o Calloni são grandes parceiros. A gente construiu algo muito lindo nessas relações, nas preparações, algo que cada um trouxe de particular para a construção desses personagens para em cena a gente se conectar e passar todas as sensações cênicas através dos nossos personagens. Eu tenho o olhar muito atento, gosto de estar com a minha escuta aguçada pra ouvir, receber, trocar, e a gente somar nesse processo, e eu acho que isso foi nítido. Desde o início eu estive muito disposta a aprender com eles, e também trazer meus pontos de vista para entregarmos um trabalho muito lindo. Eu tenho uma grata alegria por esse encontro profissional ter me possibilitado fazer cenas incríveis, intensas, de emoção, amor, troca, de olho no olho com o Rafa e com o Calloni. Eles são pessoas extremamente talentosas, admiráveis e eu tenho muito a agradecer por me acolherem e receberem tão bem. Eu sou muito feliz por tê-los no meu caminho nesse momento.
Qual a sensação ao se despedir de Elisa?
O coração ficou apertado, tanto o meu quanto o do público, porque eu também recebi esse feedback. Essa moça, que era encantadora, sonhava, era real, mágica, fluida, solar, suave, queria o melhor da vida, queria amar e ser amada. Dói o coração saber que a gente teve que se despedir dela, mas me dá muita força e uma alegria imensa saber que ela honrou a vida. Isso pra mim é a melhor sensação, de ter dado vida a essa personagem, e de ela ter um lugar muito especial no meu coração, minha primeira mocinha aqui na Globo, e quem começou a contar essa história em ‘Além da Ilusão’.
Qual cena exigiu mais de você ou considera que foi um desafio maior para realizar?
A Elisa me desafiou em diversos sentidos, principalmente na sequência da morte dela, da sua despedida. Os embates com o pai, os confrontos, as cenas de muita tensão, emoção e, principalmente, o final dela, que foi o tiro e logo depois o velório, exigiram bastante de mim. Uma concentração, consciência, tanto respiratória, quanto diversas coisas que nos deixavam completamente entregues na cena, mas que acabavam precisando de um cuidado maior. Se for para eleger, as cenas mais difíceis de fazer foram a do tiro e a do velório dela, no caixão, em que eu até usei um pouco dessa inteligência do que a gente consegue fazer com o nosso corpo, da consciência respiratória, e de deixar a frequência da respiração bem baixinha, para poder atuar, porque parece fácil, mas também atuar é estar em um caixão como apenas um corpo que está ali para fazer a sua passagem. Essa foi uma das cenas mais desafiadoras, e me desafiou em um lugar muito bonito, muito potente, que é de uma fragilidade e uma potência gigantescas.
O que o público pode esperar de Isadora na segunda fase?
O público pode esperar uma menina absolutamente solar, que tem vontade de mostrar que, apesar de ser muito jovem, ela tem opinião, tem foco, determinação, seus anseios, as suas vontades, de chegar e ser essa energia em pessoa. Ela é uma personagem frenética, descolada, ela tem uma sagacidade, e que é muito interessante. Ela é a luz desse caminho que acaba se apagando no início da história, e é por isso que ela vem como esse sol. Ela é surpreendente, apesar de ter esse passado doído, ela tem seu foco, objetivo, suas dores e momentos de tensão também, quando ela fica levemente descontrolada, embora queira ter muito controle. Ela é uma menina muito potente que foi criada pela Violeta (Malu Galli) – tanto a Elisa quanto a Isadora são criadas por essa mãe que é muito forte, então ela acaba sendo um reflexo dessa mãe muito inspiradora que tem dentro de casa. A Isadora é dona das suas ideias, seus pensamentos e da sua verdade, e nunca quer ver o mal das pessoas, tenta sempre ver coisas boas e ouvir os dois lados da história, porque gosta de defender aquilo em que realmente acredita. Ela é uma menina muito verdadeira, direta e prática.
Qual a principal diferença na construção das suas personagens?
Eu não consigo pontuar uma específica, porque acho que o conjunto da atuação que eu trago para a Elisa e para a Isadora é um ponto altamente importante, mas a caracterização ajuda muito. O cabelo, a maquiagem, o figurino, a impostação de voz – a Elisa tinha um outro tom e outro movimento, outra forma de se comportar. A Isadora tem uma voz diferente, um tempo diferente, uma pausa, um andar, um tocar totalmente diferente do que a Elisa apresentou. A Isadora é essa menina que na minha cabeça agrega muito com esse conjunto completo, de toda uma produção, de uma equipe que está empenhada em mostrar que, apesar de serem irmãs e muito parecidas, elas têm personalidades, estilo e formas de se comportar completamente diferentes.
Como o público vai perceber logo a mudança do seu trabalho, quando Isadora surgir em cena, além da caracterização e figurino?
Eu acho que uma das coisas que talvez surpreenda bastante é a voz. Isso é algo que a gente queria muito, até porque a Elisa era mais suave, mais solar, mais aguda, e a Isadora é mais aterrada, mais densa, mais grave. Espero que as pessoas entendam que, para além do figurino e da maquiagem, ela também vibra em outro lugar, com a voz, o chegar, o andar, o se comportar, a postura, algo que é mais enérgico, tem um quê de frenético em outro lugar – é uma vibração mesmo.
No seu Instagram você escreve uma carta pra Elisa. Nesse tempo até a estreia, e ao longo da semana no ar, teve alguma curiosidade que envolva as personagens? Um sonho? Um objeto que você tenha guardado? Algo seu que tenha emprestado para as personagens?
Tem algo muito específico que eu carrego para a segunda fase, e que foi muito lindo, se tornou quase um amuleto pra mim. Eu recebi um presente da Sofia Budke, que faz a Dorinha na primeira fase, e a Paula Carneiro (figurinista da novela) topou colocar na Isadora, que é um relicário com um coraçãozinho. A gente já queria um colarzinho para colocar nela. A Isadora usará o tempo todo, porque é um modo de eu me conectar com essa pequena que deu vida à Isadora de forma espetacular e genial na primeira fase, e tendo em vista que eu vivo essa menina na segunda fase, é um modo de lembrar de tudo aquilo que a gente viveu, da Elisa que passou e que marcou, e da pequena, que era uma criança e que chega nessa segunda fase como uma adulta surpreendente. Esse é o pontinho chave dessa construção e algo que eu carrego da Elisa para a Isadora e da Isadora para a Elisa. Vale para as duas. É um objeto bem especial – e lindo.
"Além da Ilusão" é criada e escrita por Alessandra Poggi, com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.
Com informações da Comunicação Globo