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“A voz de um ator, a emoção que ela exala, é insubstituível”, diz Flávio Galvão sobre o uso da Inteligência Artificial em dublagens

O ator e dublador também falou sobre a arte de interpretar, relembrou papeis marcantes de sua trajetória e uma curiosidade sobre Rita Lee.

por Redação, em 11/07/2024

Flávio Galvão. Foto: Reprodução/R7

Figura marcante na televisão brasileira, com mais de 50 anos de carreira, Flávio Galvão foi o entrevistado dessa terça-feira (09/07) em O Programa de Todos os Programas, atração exibida nos canais da RECORD e do R7.com no YouTube.

Durante o papo comandado pelos jornalistas Flávio Ricco e Gabi França, o ator relembrou momentos importantes de sua trajetória, inclusive como dublador de séries de sucesso nos anos 1960 e 1970. É dele, por exemplo, a voz do icônico Major Nelson, de Jeannie é Um Gênio, e também do gorila Maguila, no desenho animado.

Questionado por Gabi sobre o recente uso da Inteligência Artificial em dublagens, como o ocorrido no documentário Rio-Paris: A Tragédia no Voo 447, Galvão foi enfático ao dar sua opinião. “Pode até ser um caminho, mas acho que a voz de um ator, a emoção que um ator exala, é insubstituível. Então pode ficar uma coisa de padrão, que você aceita, ou não. Acredito que o público não vai aceitar, porque perde a emoção, o calor humano, a brincadeira. Não acredito que dê certo, mas... Vamos esperar para ver”.  

Por falar em voz, Galvão também contou como foi a experiência de emprestar a sua para Deus, na trama Gênesis (2021), reexibida atualmente pela RECORD. “Quando me falaram isso (sobre o convite feito para ser a voz do Criador), eu disse que precisava pensar um pouco, porque fazer a voz de Deus é complicado. Fui para casa, li Genesis na Bíblia, reli. Tem um momento em que Deus faz Adão e Eva a sua imagem e semelhança, e eu disse para mim mesmo: ‘vou fazer Deus à imagem e semelhança do homem, o mais natural possível, menos pomposo, mais humano’. E acho que deu certo...”.  

Flávio Galvão ainda falou com amor sobre o ofício que escolheu para a vida e a importância da dedicação do ator para que o trabalho na tela, nos palcos ou no cinema, tenha sucesso. “Quando você vai fazer uma novela, coloca seu foco inteiramente naquilo. Ser ator, não é só decorar um texto, isso é a coisa que menos importa. O importante, mesmo, é saber, por exemplo, como virar o rosto e fuzilar a pessoa que está do outro lado. É perceber o que está nas entrelinhas, por baixo do texto”.

Ao revelar curiosidades de sua vida, o entrevistado confirmou que estudou no mesmo colégio, e na mesma época, com a saudosa Rita Lee. “Era uma menina bonita, magrinha, cheia de sardas, e muito, muito legal. De vez em quando eu ia ver ela jogar vôlei na quadra, mas ela não jogava bem”, divertiu-se o ator, sendo sincero.

A entrevista completa de Flávio Galvão em O Programa de Todos os Programas pode ser acessada nos canais da RECORD e do R7.com no YouTube, onde também estão disponíveis as demais temporadas da atração, sempre com um papo descontraído com grandes nomes da televisão, da música e do jornalismo.


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