Confira entrevista com João Baldasserini, o intérprete do personagem.
Um convite anônimo chama os moradores da Freguesia do Ó para o velório de Emílio (João Baldasserini), acidentalmente morto por uma picada de cobra. Emílio só teve este trágico fim por um azar do destino: o alvo da serpente, camuflada em um buquê de flores por Betina (Cleo), era Marocas (Juliana Paiva). Se o advogado tinha uma vocação na vida era a de plantar discórdia e desafeto. Mas, apesar de ter trilhado um caminho repleto de ganância e inveja, as pessoas se comovem com sua morte e acatam o convite que recebem para o derradeiro adeus.
O grande suspense fica em torno de quem estaria organizando a cerimônia. Afinal, ninguém nunca soube detalhes da vida de Emílio ou se ele tinha amigos ou familiares. Por isso, a comoção é grande quando todos os convidados veem Lúcio (João Baldasserini), seu irmão gêmeo, entrar pela igreja e se dirigir ao caixão. Lúcio é banqueiro e vem de Mônaco, onde morava há muito tempo, com a certeza de que a morte de Emilio foi planejada.
Para o personagem Lúcio, a caracterizadora Juliana Mendes optou por cortar o cabelo do ator João Baldasserini. “Diminuí bastante o corte nas laterais e em cima e deixamos o cabelo dele mais liso, com escova. Subi as costeletas e o deixei um pouco mais moreno”, explicou. O figurino, assinado por Paula Carneiro, também é fundamental para marcar a personalidade do banqueiro, que tem um ar mais moderno que o advogado. “Ele é mais despojado. Vai usar cores mais claras, exceto no velório, sapato de couro, peças descasadas. Não usa gravata e não tem os padrões de xadrez e cores que o Emilio tinha”, define Paula.
Pingue-pongue com João Baldasserini
Como você definiria o Lúcio?
Ele é influente na Europa e aparenta ser educado, equilibrado e fino. Ele não é ganancioso, diferente do Emilio, que sempre foi sedento pelo poder. Emílio era mais extravagante. Lúcio é mais contido e introspectivo. Mas ele tem um certo mistério. Ele acredita que a morte do irmão não foi um simples acidente e vem para tentar investigar isso. Ele começa a circular pelos núcleos e se aproxima da Mariacarla para ajudá-la. Vai dar uma balançada na trama porque é um personagem novo que altera tudo.
Como ator, como é interpretar dois personagens em uma mesma novela, mesmo que em momentos diferentes?
Está sendo o meu maior desafio na Globo. Como é um personagem novo, é uma nova estreia para mim. Estou muito feliz com a oportunidade de mostrar ainda mais trabalho. O processo de criação do Lúcio foi simultâneo às cenas do Emílio. Joguei uma energia muito alta para o Emílio por conta do jeito dele. Mas o Lúcio é bem mais calmo, sereno, então tenho ouvido músicas de meditar, por exemplo. Ele é aquele brasileiro que volta para o país depois de muito tempo e fica buscando as palavras na mente. Estou vendo muitos filmes franceses para ver a forma que eles falam, pegar uma “embocadura”.
Como foi gravar a cena da morte do Emilio?
É a primeira vez que faço um personagem que morre em uma novela. Achei diferente e bem orgiinal morrer com uma picada de cobra. Fui até pesquisar qual seria a reação de uma pessoa que passa por isso, porque é algo que não está muito no nosso imaginário.
A sequência vai ao ar a partir desta terça-feira, dia 20. De Mario Teixeira, com direção artística de Leonardo Nogueira, ‘O Tempo Não Para’ conta com colaboração de Bíbi Da Pieve, Marcos Lazarini e Tarcísio Lara Puiati, pesquisa de texto de Yara Eleodora e direção geral de Marcelo Travesso.