Conheça um dos cenários da próxima temporada.
A nova temporada de ‘Malhação: Vidas Brasileiras’ ganha as ruas de Botafogo, bairro da zona Sul do Rio de Janeiro. A autora Patrícia Moretzshon explica que escolheu o local por sua representatividade no cenário carioca. “Botafogo fala muito sobre o que o Rio está vivendo nesse momento. Não lembro de um lugar que seja tanto o coração da cidade. Queremos falar desse lugar, que tem a beleza de um cartão postal e reúne prédios bonitos em mau estado de conservação. E que quando você vai chegando perto, percebe que tem problemas também. É um microcosmo”, define.
Trazer o universo do bairro e imprimir na tela a atmosfera do local foram os desafios dos cenógrafos Thomaz Velho e Claudiney Barino. “O bairro apresenta colégios de todos os tipos, uma noite vibrante e alternativa, com boa opção de restaurantes e bares, faz divisa com algumas comunidades e conta com belos casarões que trazem o charme de um Rio Antigo”, ressalta Thomaz. Em uma área de 5.800m², a cidade cenográfica reúne a escola, o Le Kebek, a ONG Percurso e dois cenários fixos: o apartamento da professora Gabriela (Camila Morgado), com 180m², a quitinete de Érico (Gabriel Fuentes), com 50m².
Na Escola Sapiência, cuja sede é um casarão antigo do final do século XIX, quase um personagem principal, o antigo e o novo se misturam. Casarões antigos de Botafogo serviram como referência. “Pensamos em um lugar ambíguo, que precisa ter uma linguagem contemporânea dentro de uma caixa arquitetônica já datada de séculos. O prédio tem dois andares com estrutura de metal, escadarias, com pátio atrás e na frente, projeto contemporâneo, da década de 90”, ressalta Barino. “Queríamos uma casa onipotente, com uma arquitetura sólida e generosa para os enquadramentos. Tem uma parte com arquitetura de ferro, outra neoclássica, mas não é um palácio. Também traz uma precariedade, necessita de restauro. Tem parede descascada, tinta e madeira antigas. Criamos um ambiente em que as angústias estão ali presentes. As carteiras carregam mensagens de alunos antigos. Uma desorganização da vida real como observamos em qualquer colégio”, explica Thomaz.
Na construção do Le Kebek, bares locais e intimistas serviram como referência. “O Paulo serve, administra, fica na cozinha. Por isso o espaço é aconchegante e menor. Estamos trazendo história para esse bar, usamos tijolos de demolição, maciço e temos a parceria da produtora de arte dessa temporada, Flávia Cristófaro. Mesas de madeira com serralheria dão um pano de fundo, uma paleta de cor simples para que o que brilhe sejam os panos, os tecidos, o figurino, os talheres e as louças”, destaca Thomaz.
Para o cenário da família Laroche, as casas de escritores e músicos ilustres, como José Saramago, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Philip Glass e Leonard Bernstein, foram referências. “Queríamos trazer um ambiente solitário, de um maestro frustrado e viúvo. Que tem um cantinho, onde costuma ficar na casa e tem preguiça até de preparar a mesa para o jantar”, conta Thomaz.
Locações externas também vão servir de cenário para explorar as belezas naturais da cidade e dos bairros vizinhos, tais como: Mirante do Pasmado, Boulevard Olímpico, Fundação Casa de Rui Barbosa, Mureta da Urca, além das principais ruas de Botafogo, como a Voluntários da Pátria e a São Clemente.
Escrita por Patrícia Moretzsohn, com supervisão de Daniel Ortiz, e direção artística de Natalia Grimberg, ‘Malhação: Vidas Brasileiras’ tem previsão de estreia para o início de março.