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Gloria Perez celebra edição especial de "A Forca do Querer"

"Momento especial da minha carreira", diz dramaturga.

por Redação, em 22/09/2020

Foto: Fábio Rocha/Globo

Não há meios-termos quando se fala de Gloria Perez. Emoção é o ingrediente principal de suas tramas e é impossível acompanhar suas histórias sem ter um sentimento avassalador. Foi assim com todas as suas novelas e, com certeza, será assim também com a edição especial de "A Força do Querer", que volta ao ar nesta segunda, 21/9.

A autora tem motivos de sobra para comemorar o retorno de ‘A Força’. Além de um resgate muito particular de sua vida, também foi uma novela que trouxe para debate temas espinhosos e mais contemporâneos do que nunca – e que seguem atuais depois de três anos da primeira exibição.

“Foi um momento muito especial da minha carreira. Tive a chance de voltar a mostrar a cultura do Norte, de onde vim; de falar dos bons policiais, através da Jeiza (Paolla Oliveira); alertar para a cilada em que caem as mulheres que se envolvem no crime por amor a um homem, como aconteceu com Bibi (Juliana Paes); de contribuir para a quebra de preconceitos contra as pessoas trans, com Ivana/Ivan (Carol Duarte) e abordar um tema muito doloroso, que é a dependência do jogo, com a Silvana (Lilia Cabral).”

Não é à toa que, na fala acima, ela cita personagens femininas. Uma das marcas de A Força do Querer são mulheres fortes e empoderadas. “São mulheres que querem e vão em busca de seu querer com força e determinação, mesmo quando estão equivocadas.”

Colocar o dedo na ferida nunca foi problema para Gloria. Se tem um ponto em comum em toda as suas obras, é a diversidade e a dificuldade que as pessoas têm de lidar com o que é diferente e com outras maneiras de enxergar o mundo.

“Existe vida para além do nosso umbigo. Nos meus trabalhos estou sempre lembrando isso. Em 'A Força do Querer' isso também está presente, através do núcleo de Ritinha (Isis Valverde), que traz as crenças e os valores típicos da região Norte.”

Foto: TV Globo/Renan Castelo

O debate sobre identidade de gênero e a homofobia foram alguns dos assuntos tratados abertamente na novela e que foram muito bem- recebidos pelo público. Gloria sabe muito bem como conduzir e envolver os telespectadores:

“Eu apostei na aceitação do público. Sabia que tratava de um tema espinhoso e cercado de muito preconceito. Então, busquei primeiro despertar a empatia do público, buscando, na apresentação de Ivana, acentuar as semelhanças da personagem com todos, para depois falar das diferenças. Essa foi a chave que resultou na compreensão e aceitação incondicional do público.”

Não é a primeira vez que assuntos fora do lugar-comum emergem em suas obras. Aliás, esta é outra marca da autora. Em 1985, Barriga de Aluguel trouxe o debate sobre inseminação artificial e limites éticos, além de esclarecer diversos pontos sobre o assunto. Dez anos depois, Explode Coração mostrou a cultura cigana e destacou um assunto novo na época: as relações amorosas pela internet. Em Clone, a cultura árabe e a dependência química deram o tom da novela que tratava de outro tema inovador: a clonagem humana. Caminho das Índias retratou contraponto entre as culturas indiana e brasileira, além de abordar a esquizofrenia.

E aqueles que aguardam ansiosamente por uma nova novela de Gloria já podem comemorar. A autora já está com a história pronta:

“Como das outras vezes, o que eu quero é emocionar e fazer refletir. Dessa vez, refletir sobre esse momento de transição que a humanidade vive, com o advento das novas tecnologias, das redes, da inteligência artificial, dos robôs. Tudo isso, trazido para o nosso cotidiano, implica em novas possibilidades de drama e de conflito.”

A Força do Querer é uma novela de Gloria Perez, com direção artística de Rogério Gomes, direção geral de Pedro Vasconcelos e direção de Davi Lacerda, Luciana Oliveira, Claudio Boeckel, Roberta Richard e Fábio Strazzer.


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