"Cidade Alerta", da Record, e "Brasil Urgente", da Band, se dão bem.
Nos últimos dias, os picos de audiência registrados pelo programa "Cidade Alerta"- exibido de segunda a sexta a partir das 17h15 na Rede Record, relatam uma tese midiática: violência e altos números andam de mãos dadas.
Na última quinta-feira,o programa comandado pelo jornalista Marcelo Rezende atingiu 13 pontos no auge da pancadaria espalhada pelas ruas de São Paulo, durante os protestos do Movimento Passe Livre. Por volta das 19h10, a audiência oscilava em torno de 9 pontos.
Desde que estreou, em meados de junho, registra uma curva ascendente. Quando Rezende, de 58 anos, estreou no comando, a audiência da Record ficava em torno de 6 pontos. Um ano depois, o jornalistico marca 9.
Enquanto isso, na Band, o concorrente "Brasil Urgente" registrava 7 pontos antes da estreia de Rezende no "Alerta", e hoje estacionou nos 4 .
Mesmo com a publicidade não sendo o ponto forte dessas atrações, Rezende conta que o número de anúncios cresceu. "Antes, tínhamos três propagandas em cada 'break'. Agora são seis, sendo a maioria para donas de casa". Ele ainda afirma que seu público tem as classes A, B e C.
Ele também concorda que o seu programa não é ideal para crianças. "Uma espectadora idosa comentou que seu neto gostava quando eu falava 'corta' para o câmera. Eu brinquei:'Tem que colocar ele para assistir 'Carrossel'.
Para José Luiz Datena, 56, do "Brasil Urgente", "é evidente que, com bombas explodindo, a audiência vai subir".
Às acusações de exploração da violência ou à menção da expressão "mundo-cão", os dois reagem veementemente. Datena admite que a cobertura policial ocupa a pauta de seu programa, mas devolve: "Proporcionalmente, a do 'Jornal Nacional' também". E provoca: "Novela não é violência?".
Rezende, que defende no ar a ideia de que brasileiros parem de pagar impostos, atribui o sucesso ao fato de que "as pessoas se sentem representadas". "Trazemos uma reflexão sobre cidadania e segurança, algo que nem nas escolas é discutido."
Com informações da Folha de São Paulo.