O desempenho de audiência das reprises do "Vale a Pena Ver de Novo" nos últimos cinco anos

Com 50 capítulos exibidos, a reprise de Tieta no Vale a Pena Ver de Novo acumula uma média geral de 15,3 pontos na Grande São Paulo, desempenho similar ao de sucessos como Mulheres Apaixonadas e Alma Gêmea. Apesar da boa audiência, Tieta será a reprise mais curta desde Êta Mundo Bom! (2020), com previsão de término em 25 de abril de 2025, totalizando cerca de 105 capítulos.

Nos últimos cinco anos, as médias das reprises do Vale a Pena Ver de Novo foram:

• Êta Mundo Bom! – 21,4
• Laços de Família – 18,7
• O Rei do Gado – 17,1
• Alma Gêmea – 16,8
• A Favorita – 15,6
• O Clone – 15,4
• Tieta – 15,3 (parcial até o capítulo 50)
• Mulheres Apaixonadas – 14,9
• Ti Ti Ti – 14,5
• Paraíso Tropical – 13,1

Saiba mais sobre o universo de Tieta

Baseada no romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado, a novela é ambientada na fictícia Santana do Agreste e narra a história de Tieta, uma jovem expulsa de casa pelo pai conservador que retorna à cidade 25 anos depois, rica e bem-sucedida. Sua volta desafia os valores tradicionais do local.

A trama começa quando Tieta, interpretada na primeira fase por Cláudia Ohana, é escorraçada da cidade pelo pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), indignado com o comportamento liberal da jovem e influenciado pelas intrigas de sua outra filha, Perpétua (Adriana Canabrava). Humilhada, Tieta segue para São Paulo e, 25 anos depois, retorna a Santana do Agreste como uma mulher rica, exuberante e decidida a se vingar das pessoas que a maltrataram. Interpretada por Betty Faria na segunda fase, Tieta muda a rotina da pequena cidade ao anunciar que veio para ficar.

Para incomodar a família, ela se envolve com o sobrinho, o jovem seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes), filho de sua traiçoeira irmã Perpétua, agora vivida por Joana Fomm. A beata, sempre vestida de preto, se tornou uma das grandes vilãs da teledramaturgia brasileira.

Os habitantes ainda enfrentam as polêmicas em torno da instalação de uma fábrica de dióxido de titânio na cidade, que promete desenvolvimento, mas também traz riscos ambientais. Santana do Agreste, próxima de Aracaju e Salvador, estava parada no tempo até que Ascânio Trindade (Reginaldo Faria), que havia deixado a cidade jovem, retorna com o objetivo de promover o progresso e a civilização local. Como secretário da Prefeitura, ele se alia a Tieta para modernizar a cidade.

O impacto de Tieta

Comemorando a volta da novela, Betty Faria destaca a personalidade visionária da protagonista. "Tenho orgulho do que ela representava. Tieta era muito moderna, revolucionária até hoje. Era uma pessoa do bem, cheia de amor, que chega à cidade para ajudar a melhorar a situação, sempre trazendo ideias novas e derrubando preconceitos", afirma a atriz, emocionada com a reexibição da novela no Vale a Pena Ver de Novo. "Foi um trabalho que entrou no coração do público e ficou. Foi um grande sucesso da minha maturidade como atriz, e uma novela exibida em muitos países, sempre muito bem recebida", relembra.

Betty liderava um elenco de peso, com personagens carismáticos e humorados. Entre os destaques estavam Tonha (Yoná Magalhães), Carmosina (Arlete Salles), Imaculada (Luciana Braga), Timóteo (Paulo Betti), Osnar (José Mayer), Coronel Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), Modesto Pires (Armando Bógus), Dona Milu (Mirian Pires), Amorzinho (Lilia Cabral), Cinira (Rosane Gofman) e Bafo de Bode (Bemvindo Sequeira).

A novela também lançou bordões inesquecíveis. A protagonista imortalizou o "Eta, lelê!". Dona Milu divertia o público com "Mistééério!". Tonha sempre se despedia com "Te-chau!". O "Nos trinques!", de Timóteo, virou expressão popular no Brasil. Já Amorzinho gritava "Ciniiiiiiira!" sempre que queria repreender a amiga.

Curiosidades

Além da trama envolvente, Tieta se destacou pelo figurino, cenografia e trilha sonora. Mais de mil figurinos foram criados especialmente para a novela. A cidade cenográfica de Santana do Agreste, localizada em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ocupava 10.000m² e incluía 46 prédios, duas igrejas, oito ruas, duas praças, um circo abandonado e quinze ruínas.

A trilha sonora também marcou época. O tema de abertura, Tieta, interpretado por Luiz Caldas, se tornou um clássico. A seleção musical contava ainda com sucessos de Fagner, Djavan, Roberta Miranda, entre outros artistas. A icônica abertura misturava elementos da natureza com a beleza feminina, representada pela modelo Isadora Ribeiro, e encerrava com o nome da novela escrito na areia da praia de Mangue Seco.

Sucesso também no exterior, Tieta foi exibida em países como México, Chile, Guatemala, Peru, Portugal, República Dominicana e Uruguai. Em 1996, Cacá Diegues adaptou a história para o cinema, com Sônia Braga no papel principal e Marília Pêra como Perpétua.