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Não existe série perfeita, mas Justiça chega perto

E mais: Sol Nascente tem estreia morna e público tem poucas expectativas.

Por: Jeferson Cardoso

Não tenho palavras para descrever Justiça. Sabia que iria gostar, mas não esperava que fosse tanto. Os dilemas éticos apresentados são tocantes, emocionantes... Apesar do clima sombrio e pesado, Justiça nos leva a refletir em alguns aspectos. A entrega dos artistas em cena é uma coisa fora do comum, impressionante. De narrativa envolvente; direção luxuosa; diálogos interessantes; Justiça é primorosa e arrebatadora. 

Jesuíta Barbosa teve pouco destaque em Ligações Perigosas, e uma atuação questionável (no meu ponto de vista), já em Justiça o talento do rapaz é evidente. E o que falar de Débora Bloch, Adriana Esteves, Vladimir Brichta e Marjorie Estiano? 

Jesuíta contracenando com Marina Ruy Barbosa. Foto: Globo

Não existe série perfeita, no entanto, #Justiça – apesar de alguns erros de continuidade - chega perto. 

Fraca

Uma semana não é o tempo suficiente para julgar uma novela. É preciso ter calma e apenas comentar sobre os capítulos já exibidos. Pois bem, Sol Nascente começou fraca (muito fraca), mas longe de ser ruim. O texto é bom, mas a história é bem, digamos, insossa, sem graça. Bruno Gagliasso e Giovanna Antonelli estão bens em seus respectivos papéis, mas não vejo química entre eles. Para mim, como par romântico de novela, eles não combinam. É uma bonita história de amor, contada de fórmula simples, porém, longe de ser considerada péssima. 

A primeira semana de Sol Nascente não foi empolgante. Talvez com ajustes, empolgue. Os autores só não podem vacilar. O horário de verão está chegando. É preciso agradar aos que estão dando uma chance para não sofrer consequências depois. O público, hoje em dia, não é bobo. Por ora, a audiência de 22/23 pontos – da primeira semana – é animadora. Resta saber se irá manter. 

Não estou empolgado com esta novela porque o seu estilo não me agrada. Não gosto nada, nem da história de amor vendida com uma ótima trilha sonora. Aliás, esses romances de novelas da Globo, desde I Love Paraisópolis, é um saco. Depois de Totalmente Demais, a nova moda é seguir o modelo clássico do conto da Cinderela. É mole? Isso cansa, e rápido.  

Loucura

Só um motivo explica a saída de Pedro Bial do Big Brother Brasil. O profissional ter pedido para sair. Não tem lógica a troca por Tiago Leifert. Loucura! Não consigo imaginar o BBB sem Bial. Livrar-se do reality, para o apresentador pode ter sido uma alívio, mas os telespectadores, certamente, sentirá sua falta, principalmente dos seus discursos durante as eliminações. 

Frustração

Tatá Werneck em cena de Haja Coração. Foto: Divulgação/Globo

Assim como Alcides Nogueira, em I Love Paraisópolis, Daniel Ortiz perdeu o medo e o surrealismo tomou de conta de Haja Coração.  A novela das sete, que caiu no gosto do público, aposta naquilo que está fora da realidade por sua extravagância exagerada, maluquice pura. Fedora (Tatá Werneck), que perdeu função dentro da novela, é umas das personagens mais surrais que já vi. O que era para ser engraçado está se tornando numa "tragédia". A atriz, às vezes, perde o tom e fala tudo embolado. Enfim, sendo ela mesma. Tatá começou corrigindo os erros do passado, mas voltou a repeti-los. É uma pena. 

Haja Coração anda em círculos. É ágil, mas não sai do lugar. Quem acompanha, sabe do que estou falando. Não chega a ser uma decepção, mas esperava muito mais desta novela. Gosto do estilo, mas não dos rumos tomados  e tampouco da narrativa exagerada. Não consigo torcer pelos personagens que não passam um mínimo de verdade. 

Concordo que novela não deve ter obrigação com a realidade, mas é preciso pés no chão para não ficar feio. No meu ponto de vista, por ser esculachada, Haja Coração deveria ser centralizada numa cidade fictícia, com realismo fantástico. 

Haja Coração é um sucesso de audiência, e isso, acredito, fez mal à história. Se tivesse começado com uma pequena rejeição, o autor não teria viajado tanto na maionese. 

Na verdade, estou reclamando de barriga cheia. Haja Coração tem seus defeitos, mas é boa. Tem um bom elenco e boas atuações. O mesmo não devo dizer de Rock Story. Espero ser surpreendido com a próxima das sete, porém o medo é grande.

Parece não ter fim 

Velho Chico, a novela que parece não ter fim (misericórdia), não conseguiu atingir as expectativas, de recuperar a audiência e o prestígio da Globo na faixa das 21h. Óbvio, estancou a queda da faixa, que vinha de dois fracassos (de audiência): Babilônia e A Regra do Jogo. 

Velho Chico chegará ao fim, se nenhum evento extraordinário acontecer, com 29 pontos de média geral, meio décimo a mais do que A Regra do Jogo. Uma diferença insignificante. Aqui não vale a pena nem questionar qual "a melhor" novela entre as três piores audiências das nove. 

Eu apostei que Benedito Ruy Barbosa não daria mais de 30, porque o seu estilo não é de novela das nove, e sim das seis. Ele também não escreve para agradar a audiência (a maioria), e sim para o que for de seu agrado. Velho Chico teria sido uma linda novela das seis. Às 21h, no contexto geral, foi uma decepção. 

Só acompanhei o primeiro mês, e voltei agora a 20 capítulos do tão esperado último capítulo (#Deboche). Estou gostando desta parte final, mesmo sem ganchos e reviravoltas. É mais na falta do que ter o que fazer ou assistir. 

Diferente de sua antecessora, Velho Chico apresentou uma audiência estável, do início ao fim. Ela não sofreu uma enorme rejeição como A Regra Jogo. Cá entre nós, João Emanuel Carneiro fez por merecer o fiasco. O primeiro mês de A Regra do Jogo foi assustador de ruim. Minha memória não é fraca; até hoje não acredito que foi JEC quem escreveu aquilo. Enfim, Velho Chico começou bem, em alta; desencantou, mas perdeu pouco público. 

Falando em novela das nove...

João Emanuel Carneiro prepara uma minissérie à pedido da Globo. Ele só voltará a escrever para a faixa das 21h em 2019. Isso quer dizer que Walcyr Carrasco deve ser o responsável pela autoria da substituirá O Sétimo Guardião, de Aguinaldo Silva. Já desconfiava. Na Globo, Walcyr não pede, manda. Rsrsrs

Animado

A Lei do Amor é simples, indestrutível, incontrolável, indivisível, inevitável... Uau! Adorei o teaser do novo amor das nove. Estou numa expectativa muito grande para a estreia. Não vejo a hora de acabar Velho Chico, estou contando os dias, acho que vou soltar até foguetes quando eu vir uma chamada anunciando os últimos capítulos. 

Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari apresentarão um enredo polêmico. Eles escolheram uma temática envolvendo política e corrupção, como pano de fundo, com muito drama e vilões bem definidos. O elenco é de excelente qualidade, todos escolhidos a dedo.

No papel, o resumo da sinopse de A Lei do Amor, é interessante (saiba mais sobre a trama clicando aqui). Resta saber como será a narrativa e apresentações dos personagens. Não sei se terá a audiência merecida (não sou bobo de cravar mais de 30 pontos, sem antes assistir aos primeiros capítulos), mas, na espera de, no mínimo, uma boa novela, estou na torcida.  

Amadinhos

Chayene (Claudia Abreu), grande destaque de Cheias de Charme. Foto: Globo

Muito boa a chamada da reprise de Cheias de Charme. Há muito tempo não sou telespectador do Vale a Pena Ver de Novo, mas essa deu vontade de rever. Uma pena que a Globo manterá o esquema de dividir o horário com Anjo Mau, dando chances para que a reapresentação tenha uma audiência aquém do almejado pelos fãs. Números à parte, fica a torcida para que não seja mal editada, como Cobras & Lagartos. 

Decepção 

Esse programa é uma das maiores decepções do ano. No ar, é possível observar problemas técnicos, como o som (playbacks), ruim e um volume mais baixo do que o normal. Até gostei dos jurados, mas estou odiando o nível dos participantes. Dá vergonha. São fracos e fadados aos 15 segundos de fama, sem talento vocal. O X Factor lá fora é marcado por vozes surpreendentes. Aqui, por enquanto, é uma ilusão. Com os participantes deixando a desejar, os editores não conseguem fazer milagres, e são obrigados a exibirem a íntegra de apresentações constrangedoras.   

Desse mato não sai uma estrela.  

O fim da censura?

Supremo derrubou regra de classificação indicativa na TV, entretanto, isso não quer dizer que as emissoras começarão a exibir sexo e violência em qualquer horário. Os mais animados criaram expectativas de reprises de novelas das nove no Vale a Pena Ver de Novo. A mudança, obviamente, facilitará a vida da Globo. Mas duvido que ela reapresentaria, sem cortes, novelas pesadas, como Celebridade e A Favorita. 

Entendo que as emissoras, a partir de agora, poderão veicular os programas no horário que entenderem, mas respeitando os limites. É assim que tem que ser. 

É isso. Gostaram do teaser de A Lei do Amor? Quais as expectativas? Sol Nascente vai conseguir driblar o horário de verão? Justiça é tudo isso ou, por está encantado, estou exagerando? Obrigado pela atenção e até o nosso próximo encontro. ;) 


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